Embasa estende alerta e falta d'água ameaça mais de 120 bairros

Aos 34 bairros sob alerta de falta d’água desde quarta-feira, o órgão acrescentou mais 90, argumentando que o trabalho de conserto da tubulação – que tem 1,2 metro de diâmetro e fica a 11 metros de profundidade – é de alta complexidade. “Diante da extensão do dano e do período prolongado de interrupção da adutora, o equilíbrio do sistema de abastecimento de água de Salvador encontra-se comprometido, com reflexo em diversos bairros”, afirmou a Embasa, por meio da assessoria de imprensa.

Preocupação A falta d’água ainda não atingiu a dona de casa Rosa Silva, 55 anos, mas ela está preocupada. “Imagina ficar o final de semana todo sem água. Não tenho reservatório. A gente conta com os vizinhos”, afirmou ela, que mora na parte de cima do Calabetão, bairro em que o incidente ocorreu.

Em São Caetano, do outro lado da BR-324, a casa da aposentada Anilda Barbosa, 75, foi a salvação de muitos vizinhos, que não tiveram a mesma sorte de Dona Rosa. “Essa é uma fonte que tem aqui no meu terreno. No que a gente pode, a gente ajuda. Ficar em casa sem água, ainda mais nesse período do ano, de festa, é complicado”, comentou Dona Anilda, que deixou até o portão aberto para os vizinhos.

Já o comerciante Carlos Augusto Nascimento, 48, do Jardim Santa Mônica, acabou lucrando com o desabastecimento na vizinhança. Ele aumentou a vendagem de 40 galões de água, ainda na quarta-feira, para 82. Ontem, somente pela manhã, já havia comercializado 45. “As pessoas não estão entendendo o que aconteceu para a falta de água e estão perguntando. Eu disse que o metrô passou por cima dos tubos”, brincou.

Funcionários tentam reparar danos na região (Foto: Mauro Akin Nassor)

Sem parar Para tentar deixar a população mais calma, a assessoria da Embasa informou que técnicos da empresa estão trabalhando de forma ininterrupta para reparar o dano à adutora principal de água tratada, causado pelas obras do metrô.

“A adutora principal é uma das principais tubulações que alimentam o sistema da capital, aduzindo água da Estação de Tratamento Principal, em Candeias, até o Centro de Reservação do Cabula, o maior do município”, explica comunicado divulgado ontem.

Diante da interrupção da adutora, o sistema teve uma redução na vazão de água tratada distribuída. Inicialmente, apesar de o maior impacto ter ocorrido no reservatório do Cabula, a Embasa destaca que o sistema de abastecimento de Salvador é interligado, “e os demais reservatórios também estão sendo afetados”.

A adutora principal é uma das principais tubulações que alimentam o sistema da capital, aduzindo água da Estação de Tratamento Principal, em Candeias, até o Centro de Reservação do Cabula, o maior do município. Com a interrupção da adutora, o sistema teve uma redução na vazão de água tratada distribuída. Inicialmente, o maior impacto ocorreu no reservatório do Cabula, mas, como o sistema de abastecimento de Salvador é interligado, os demais reservatórios também estão sendo afetados.

Gás com água Como se não bastasse o comprometimento na distribuição de água, as obras de reparo na adutora da Embasa obrigou a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) a suspender o fornecimento de gás natural aos segmentos automotivo (gás natural veicular) e industrial de Salvador, além do Shopping da Bahia. A interrupção, solicitada pela própria Embasa, é uma medida de segurança, já que próximo à Estação Pirajá passa um gasoduto.

Sobre o fornecimento alternativo de água por carros pipa, a Embasa informou que será priorizado para hospitais e postos de saúde. O serviço de atendimento ao cliente é feito pelo telefone 0800 0555 195.

A companhia de águas também comentou que o fornecimento já foi regularizado nos municípios de Amélia Rodrigues, Coração de Maria, Conceição do Jacuípe (Berimbau) e Terra Nova. Estes locais tiveram o abastecimento temporariamente afetado na quarta-feira, devido à necessidade de interrupção da operação da Estação de Tratamento Principal, em Candeias, para conter o vazamento na adutora.