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Esquizofrenia: doença começa na juventude e impacta na vida social e familiar

Organização Mundial de Saúde estima que 1% da população mundial é portadora da doença mental que, embora não tenha cura, possui tratamento

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03/07/2011 às 9:59 • Atualizada em 28/08/2022 às 13:44 - há XX semanas
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Esqueça tudo o que você já ouviu falar sobre manifestações de violência, pacientes que ficam babando por tomarem medicação ou pessoas que precisam de internamento por não conseguirem mais viver em sociedade. Afinal, a esquizofrenia - doença que atinge cerca de um milhão de brasileiros - tem tratamento por meio do uso combinado de remédios e psicoterapia. Uma vez tratado, o paciente pode ter uma vida normal. Segundo o chefe da disciplina de Neurociências do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Alcioly Lacerda, a esquizofrenia é uma doença psíquica caracterizada, basicamente, pela dissociação do pensamento, do afeto, da vontade e do sentimento subjetivo da personalidade. “Geralmente, a doença começa a se manifestar entre os 15 e 25 anos nos homens e de 25 a 30 anos nas mulheres”, diz o médico. IsolamentoEle ressalta que os sintomas iniciais incluem irritabilidade, diminuição dos interesses, morosidade, indecisão, isolamento social e descuido do aspecto pessoal. “O portador da esquizofrenia perde o vínculo com a realidade e apresenta delírios, alucinações e agitação psicomotora”, esclarece o especialista, lembrando que o paciente pode apresentar mania de perseguição, interpretando fatos da vida cotidiana como provas cabais de sua queixa de perseguição. Alucinações são percepções sem estímulo externo, como ver ou ouvir coisas que não existem. “Na esquizofrenia, as alucinações auditivas são as mais frequentes. O paciente escuta vozes que comentam sobre seu comportamento ou lhe dão ordens , às quais ele não consegue resistir”, explica Alcioly Lacerda. Nas palavras do médico, nesse momento, o portador do transtorno passa a se sentir influenciado por outros, perde o controle de sua própria vontade, sente-se controlado por telepatia, por hipnose, “como um robô”. Nesse turbilhão que se torna a vida do portador, é normal que ele sofra com uma diminuição da afetividade, além de um empobrecimento do conteúdo do pensamento, falta de motivação e de iniciativa, isolamento e incapacidade de falar, expressar emoções, sentir prazer e exercer atividades normais. “O cuidado é para não confundir esses sintomas com depressão”, diz o médico. Doença não deve ser confundida com fases de mudançasO neurocientista Acioly Lacerda lembra aos pais e responsáveis por crianças e adolescentes que, embora os sintomas da esquizofrenia possam ser inespecíficos e lembrar as fases de mudanças da pré e da adolescência, todas as vezes que menores começam a apresentar comportamentos muito distintos do seu habitual, principalmente na escola, vale ficar mais atento. “Quanto mais cedo o problema for identificado e tratado, menores serão os danos para a vida social, escolar, familiar e profissional dessa pessoa”, diz. Ele lembra que com o agravamento do quadro, o paciente pode colocar em risco o funcionamento de determinados circuitos cerebrais, causando dificuldades em criar conceitos, planejar, organizar e executar tarefas complexas, manter a atenção e memória. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) informam que cerca de 70 milhões de pessoas sofrem com a doença no mundo. Tópicos para sanidadePlenitude Cerca de um terço dos portadores de esquizofrenia consegue ter um aproveitamento pleno das suas faculdades intelectuais e afetivas, podendo atuar como profissionais altamente graduados Resíduos um terço dos pacientes consegue levar uma vida normal, mas apresenta sintomas residuais da doença Graves O restante dos pacientes tratados não consegue evoluir nos quadros e termina por apresentar perdas cognitivas e sociais muito graves Empregos Entidades que trabalham e cuidam do paciente com esquizofrenia no Brasil defendem a criação de cotas no mercado de trabalho que garantam ao paciente o direito à reinclusão social Tecnologia Programas de computadores específicos estão sendo utilizados com o objetivo de alcançar uma reabilitação cognitiva do portador da doença com comprometimento de aprendizagem Esquizofrenia tem caráter hereditárioA despeito do que muitos pensam, as situações de violência que envolvem o portador de esquizofrenia não diferem dos índices verificados na população de um modo em geral. Na maioria das situações, os estudos apontam para o fato de que a esquizofrenia possui forte componente genético e que vários casos podem aparecer numa mesma família.

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