Onze funcionários de um navio de cruzeiros foram resgatados em condições de trabalho similar ao de escravos em Salvador. Eles estavam a bordo do navio MSC Magnifica, da empresa MSC Crociere, empresa que atua no ramo de cruzeiros marítimos, atracado no porto da capital baiana entre às 8h e 17h da terça-feira (1º). De acordo com o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA), os funcionários cumpriam jornadas de trabalho de até 11 horas diárias, além de sofrer assédio moral e lidar com outras irregularidades. A suspeita surgiu no início do mês de março. quando algumas denúncias foram feitas por trabalhadores do cruzeiro durante uma inspeção na embarcação no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O resgate aconteceu durante uma operação envolvendo o Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência, com o apoio da Polícia Federal. A força-tarefa formada por esses órgãos coletou depoimentos que configuravam situação de trabalho degradante, entendida como similar à de escravos. Os funcionários aceitaram deixar o navio e foram levados um hotel em Salvador, onde continuam hospedados. O MPT ainda disse que deve entrar com medidas judiciais contra a empresa.
Ao serem ouvidos pela força-tarefa, os 11 funcionários disseram que além da longa jornada de trabalho, eles não tem direito a folgas e eram vítimas constante de assédio moral na forma de humilhações, cobranças excessivas, punições e até assédio sexual. A investigação, que começou em São Paulo, teve continuidade em Salvador, quando outros tripulantes foram ouvidos e receberam a opção de serem resgatados. Uma das maiores empresas do mundo no ramo de cruzeiros marítimos, a italiana MSC Crociere aportou em Salvador nesta última terça-feira (1º) com 3.323 passageiros. A embarcação segue para Recife nesta sexta-feira (4), e em seguida para a Europa. Mais de 200 tripulantes do navio são brasileiros. Ainda de acordo com o MPT, foram iniciadas negociações com a empresa, mas não houve avanços porque a MSC se negou a reconhecer que as condições de trabalho dos funcionários são degradantes, além de também não aceitar arcar com despesas de hospedagem e passagem de retorno dos 11 tripulantes para suas respectivas cidades de origem. Caso a empresa não aceite firmar um compromisso para ajuste de conduta com os funcionários, o órgão público deve entrar com uma ação trabalhista contra a MSC. A empresa também não concordou com os cálculos das verbas rescisórias feitas pelos auditores fiscais do trabalho. O Correio24horas entrou em contato com a empresa, que ainda não enviou um posicionamento sobre o caso. Matéria original: Correio24hOnze funcionários de cruzeiro são resgatados em condições de trabalho escravo em Salvador
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade