Os dois garotos que morreram afogados na praia da Ribeira, em Salvador, na sexta-feira (22), tinham 15 anos e não sabiam nadar. A informação foi divulgada por familiares dos adolescentes e pelo major Luciano Alves, que é comandante do Grupamento Marítimo dos Bombeiros e atuou no resgate dos corpos das vítimas.
De acordo com o relatos dados para a TV Bahia e replicado pelo g1, os nomes dos garotos são Cauã Santana de Carvalho e Caíque Xavier Bipos. Os meninos moravam no bairro de Pernambués e teriam dito aos pais que iriam até a Ribeira para visitar um amigo e tomar banho de piscina na casa dele.
"Não ia tomar banho de mar. Ia tomar banho de piscina. Foi o conversado comigo e com a mãe dele. Que ia tomar banho de piscina na casa do amigo. Aí, em casa, a gente recebeu a notícia do que tinha acontecido [o afogamento]", disse Reginaldo de Jesus, pai de Cauã. O menino era filho único.
Conforme relato de pessoas que trabalham em barracas à beira mar, por volta das 17h, os dois adolescentes jogavam futebol na quadra que fica ao lado da praia, na companhia de um amigo, e depois da partida os três entraram na água para tomar banho, mas acabaram se afogando. Somente um deles foi salvo. O nome dele não foi divulgado.
Testemunhas disseram que, no momento em que os garotos se afogaram, o mar estava aparentemente tranquilo, e que o trio não estava em uma área funda, mas caiu em um buraco, conhecido por quem costuma frequentar a região. Isso teria provocado os afogamentos.
Os trabalhos de busca e resgate pelos corpos dos adolescentes que morreram duraram cerca de três horas e se estenderam até a noite, o que complicou o trabalho das equipes, pela falta de visibilidade. Além disso, de acordo com o militar "a geografia do local atrapalhou, porque tem muita lama, é perto área de mangue, e tem muitas algas".
Na manhã deste sábado (23), os corpos dos dois jovens segue no Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, para procedimentos burocráticos, e até o momento não há detalhes sobre os sepultamentos.
Alerta
De acordo com o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros, mesmo sendo um dia com chuva moderada, Salvador registrou quatro afogamentos na sexta-feira, com duas vítimas mortas: Cauã e Caíque. O banho de mar não é recomendado em períodos chuvosos, por diversos fatores.
Na capital, os meses de abril e maio costumam ter maior índice pluviométrico ao longo do ano, e as praias consideradas mais perigosas pelos órgãos são Jaguaribe, Piatã e Itapuã.
Alysson Carvalho, coordenador da Salvamar, vinculado à prefeitura municipal, explica que, desde o último dia 13 de abril, houve mudança na força das marés e na altura das ondas, tornando o mar mais perigoso e as correntes mais acentuadas. A força dos ventos também interfere nesse cenário.
Além disso, o aumento do volume de água na cabeceira dos rios resulta em mais deságue no mar, causando baixa visibilidade e dificultando a visualização de pedras ou outros materiais que possam trazer risco às pessoas.
Segundo o coordenador, também é importante evitar entrar na água do mar durante a chuva, pois há grandes possibilidades de descargas elétricas, através de raios, caírem na água do mar, e o ideal, nessa situação, é procurar um abrigo fora dessa área.
Outras recomendações:
- Ao chegar à praia, procure um posto com salva-vidas para se orientar sobre o melhor lugar para tomar banho, os locais mais perigosos e onde estão as correntes de retorno;
- Mantenha o olhar fixo nas crianças, que devem estar sempre acompanhadas de perto por um adulto e não devem ir sozinhas ao mar;
- Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou comidas "pesadas";
- Ao entrar em uma corrente de retorno, nade paralelo à praia até que saia da corrente e nunca contra a correnteza, pois há a possibilidade de cansaço e, com isso, pode ocorrer o afogamento;
- Tenha cuidado com as boias, pois objetos flutuantes são levados mais facilmente pela correnteza, por isso, no mar, não se deve apostar nesses equipamentos;
- Observe a sinalização na orla (bandeira vermelha representa mar muito agitado e indica a impossibilidade de mergulho no trecho demarcado, devido ao risco elevado de afogamento/ bandeira amarela simboliza que o banho no local está permitido, desde que o banhista tenha noções de nado e respeite as orientações dadas pelos salva-vidas/ bandeira verde indica que o local é apropriado para banho, sem restrições).
Em caso de emergência, além do contato direto com os profissionais que atuam na orla da capital baiana, o Salvamar pode ser acionado por meio do número (71) 3363-5333.
Já nas demais praias fora do trecho Jardim de Alah-Ipitanga, o contato deverá ser feito com o Grupamento Marítimo (Gmar), do Corpo de Bombeiros, no número 193.
Leia mais sobre Salvador em iBahia.com e siga o Portal no Google Notícias
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!