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SALVADOR

Homem é morto a tiros na Boca do Rio

Esta é a sexta morte registrada no bairro desde o final de semana

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18/10/2011 às 18:16 • Atualizada em 30/08/2022 às 20:16 - há XX semanas
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Um homem foi morto a tiros na tarde desta terça-feira (18), na localidade de Baixa Fria, no bairo da Boca do Rio. Segundo informações da 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (Boca do Rio), a vítima, que ainda não foi identificada, estava sem os documetnos e foi atingida em diversas partes do corpo.
Guerra do tráfico deixou quatro pessoas mortas e uma ferida no sábado (15)
Esta é a sexta morte registrada no bairro, mas ainda não há provas de que o homicídio desta terça-feira (18) tenha alguma relação com a disputa pelo controle do tráfico na Boca do Rio. A guerra começou com as gangues rivais do Barreiro, comandada por Alan Santos Castro, 21, conhecido como Alanzinho, e do Cajueiro, sob liderança de Claudomiro Santos Rocha Filho, o Nikão. No último sábado, por volta das 7h, na rua Veríssimo de Freitas, no Cajueiro, Bruno foi assassinado por Alanzinho, Cau e Pardal, que utilizaram um revólver e uma faca. Diante da afronta, o grupo de Nikão revidou e assassinou, no Barreiro, os primos Gideão e Ricardo, além de Márcio. Uma quarta pessoa foi baleada e, segundo a polícia, permanece internada no HGE “em estado gravíssimo”. Os quatro seriam do grupo do Barreiro. Márcio e Gideão há dois meses deixaram a prisão.
Traficantes foram apresentados nesta segunda-feira (17)
Nesta segunda (17), enquanto a polícia do bairro buscava os seis homens que foram presos pelos homicídios, Edileuza Silva dos Santos, 21 anos, foi assassinada. Ela era namorada de Bruno, morto no sábado pela quadrilha de Nikão. Entre os presos estão os líderes Nikão e Alanzinho, além de mais cinco integrantes do grupo do Cajueiro: Floriano Castro Ribeiro Júnior, 29, o Cacique, Anderson Lopes dos Santos, 21, o Da Jega, Leonardo Raimundo Silva Paim, 21, o Leo, Claudionor Guimarães de Paixão, 26, o Nonô. Além deles, foi apreendido um menor de 17 anos. Nikão foi preso anteontem, em uma casa no Alto do Coqueirinho. Os demais foram detidos na operação policial. Assustados, moradores não saem de casaAntes de ir para a escola ontem, uma estudante de 6 anos se deparou com uma cena que ficará registrada em sua memória para sempre. Manchas de sangue na porta de casa indicavam que um homicídio tinha acontecido no local. “Minha filha foi assustada para a escola, com a mão no peito. A professora perguntou a ela o que tinha acontecido e ela disse que na frente da casa dela estava cheia de sangue”, disse a mãe da garota, uma promotora de vendas que mora no bairro há 38 anos e pediu para não ser identificada. Mãe e filha saíram de casa, por volta das 8h, e ainda assistiram à retirada do corpo de Edileuza do local. “Imagine acordar e ver uma situação como essa. A gente fica com medo. Quando eu tinha a idade de minha filha, minha casa nem muro tinha. Hoje, vivemos cercados com muros de 2 metros de altura. Somos prisioneiros”, completou. Na manhã de ontem, moradores e comerciantes ainda tiveram que lavar a frente de suas casas por causa das manchas de sangue no local que exibiam a violência que eles têm enfrentado. A sensação de insegurança é compartilhada por vários moradores do bairro. “Aqui nós estamos na mão de Deus, assustados. Não tem ninguém que já não tenha sido assaltado por aqui. Tem um mês que eu estava saindo da igreja e colocaram uma arma na minha barriga. Mandaram eu descer do carro. Entreguei todos os meus pertences”, disse uma comerciante que mora no local há 16 anos. Na localidade de Barreiro, moradores disseram que após os homicídios do sábado as pessoas passaram a evitar sair de casa. “Está todo mundo em pânico. Teve até toque de recolher no sábado”, destacou a comerciante. Um funcionário de uma escola, que fica na rua onde ocorreram três dos cinco homicídios, disse que a situação é complicada e que as pessoas vão trabalhar apreensivas. “A Boca do Rio está sofrendo e a Segurança Pública não está dando conta. Precisamos de uma atenção especial. A rivalidade aqui está demais. Eles já chegam atirando e não querem saber se tem nem crianças”, reclamou. Polícia diz que rivalidade cresceuA briga é antiga e os homicídios que ocorreram desde o sábado demonstram que a disputa se acirrou. Assim, o major Jarbas Carvalho da 39ª CIPM define a situação das quadrilhas rivais na Boca do Rio. “Eles estão disputando as bocas do bairro. Um não pode ir na área do outro. Quando um deles invade, há confronto”, contou o major da PM. Ainda de acordo com o major, o efetivo foi intensificado. “Estamos fazendo abordagens nas áreas das duas quadrilhas para evitar os confrontos entre eles”, complementou. Com as prisões, a titular da 9ª Delegacia de Polícia, Fernanda Porfírio, acredita que os integrantes das quadrilhas das localidades de Barreiro e Cajueiro que não foram presos vão disputar o tráfico da região. Além dessas duas localidades, a polícia aponta ainda cinco regiões do bairro onde o tráfico está concentrado. No Bate-Facho, são apontados como líderes Da Lua e Maurício. Em Irmã Dulce está Fão. No Inferninho, Liliu é que comanda e na localidade de Georgina está Ronaldinho. *com informações do repórter Anderson Sotero

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