Ruas sem pavimentação, calçadas ou meios-fios, ausência de rampas para cadeirantes, poucos bueiros e baixa arborização. É o que mostram dados do censo de 2010 (IBGE) sobre a infraestrutura urbana no entorno dos domicílios do município. Na maioria dos quesitos avaliados, Salvador aparece entre as últimas posições na comparação com os outros 14 municípios que possuem mais de 1 milhão de habitantes. Goiânia e Belo Horizonte são as cidades em melhor situação, enquanto Belém, São Luiz e Fortaleza são as piores. Ao todo, 637 mil domicílios foram investigados na capital baiana, ficando de fora os 221 mil que ficam nos chamados aglomerados subnormais (invasões). “Como Salvador é a capital brasileira com maior proporção de domicílios nesses aglomerados, a posição do município seria ainda pior se esses locais fossem incluídos”, avalia o coordenador local de disseminação de informações do IBGE, Joilson Rodrigues. Os piores aspectos da infraestrutura da cidade são a baixa presença e má conservação de meios-fios (no entorno de apenas 62,4% dos domicílios), calçadas (63,5%) e rampas para cadeirantes. Além disso, quase 10% das ruas não têm pavimentação, segundo a pesquisa. Outro ponto fraco é a arborização, presente no entorno de apenas 40% dos domicílios. “Isso se explica pela alta densidade demográfica”, diz Rodrigues. Um dos poucos itens em que Salvador obteve avaliação considerada ‘razoável’, a identificação de logradouros - como ruas, largos e praças - ainda está longe de ser a ideal. Cerca de 80% dos domicílios investigados ficam em ruas bem sinalizadas. “Comparativamente com outras capitais, é razoável, mas o ideal é que todas as ruas tenham a denominação”, diz. No item iluminação pública, que chega a 96,5% das casas pesquisadas, a qualidade dessa iluminação não é considerada. Para Rodrigues, o estudo deve lembrar que os pedestres merecem mais atenção nos projetos de Salvador. “Os existentes hoje buscam resolver o problema dos motoristas, como os congestionamentos, mas o transeunte comum não deve ser esquecido”.
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