A policial civil Núzia Santos de Aquino, 49 anos, acusada de chamar funcionários do Shopping Barra de macacos na noite da última terça-feira (29), terá que pagar fiança no valor de três salários mínimos para ter a liberdade provisória concedida. A decisão é do juiz Eduardo Augusto Leopoldino Santana, do Núcleo de Prisão em Flagrante do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e foi divulgada no início da noite desta quarta-feira (30). Enquanto o valor da fiança não for pago, Núzia permanecerá na carceragem da Corregedoria da Polícia Civil. Após o pagamento, a decisão do juiz passa a ter efeito de alvará de soltura e ela poderá responder pelo crime em liberdade. Núzia está sendo acusada por cometer o crime de injúria, cuja pena é de uma a três anos de reclusão acrescidos de multa, além do crime de lesão corporal leve, com pena de detenção de três meses a um ano.
Na noite de ontem, a policial foi até uma loja da Fast Shop, no Shopping Barra, onde buscava um micro-ondas. Segundo funcionários do local, Núzia já teria entrado na loja nervosa. Ela foi atendida por um vendedor negro e ao ser informada que o modelo pretendido não estava disponível no estabelecimento, agrediu o funcionário, chamando-o de "macaco" e dizendo que ele parecia um "motorista de traficante".Outro vendedor se aproximou pedindo para ela se acalmar e também foi xingado. Ele também levou um tapa nas costas e teve a camisa puxada. Um segurança do shopping também foi agredido verbalmente. Após o crime, Núzia foi conduzida à delegacia por policiais militares da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Barra), segundo informações da Policia Militar. “A Polícia Militar da Bahia foi acionada pela segurança do Shopping Barra para intervir neste fato. Guarnições da 11ª CIPM estiveram no local e conduziram a acusada do crime de racismo à autoridade de polícia judiciária para adoção das medidas cabíveis”, disse a PM, em nota. Casos de racismo De acordo com Walmir França, coordenador do Centro de Referência de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa Nelson Mandela, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), o centro já recebeu 55 denúncias de racismo. Desde 2013, o centro já registrou e acompanhou 156 casos. “Os 55 casos são dos mais variados tipos de racismo. Foram 19 por conta de raça ou cor, nove de racismo institucional, 17 de intolerância religiosa, e outros 10 de racismos correlatos, que são os cometidos na escola, no trabalho. Nós temos acompanhado esses casos e dado assistência jurídica, psicológica e social”, explicou França. Para denunciar casos de racismo, as vítimas podem ir até o Centro Nelson Mandela, localizado na Avenida Sete de Setembro, no Edifício Brasil Gás, 1º andar. Os horários de funcionamento são de segunda a sexta, das 9h às 12h, e das 14h às 17h.
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