Quem passar pela região do Acesso Norte e Retiro, na segunda-feira, poderá ver um grupo de trabalhadores pegando pesado. Eles estarão fazendo uma fundação na área para dar continuidade às obras do metrô de Salvador que, desde 15 de outubro, está sob o comando do consórcio CCR, formado majoritariamente pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido. A estimativa é que, em junho do ano que vem, os primeiros 6 quilômetros que ligam a Lapa ao Retiro possam ser testados pelos baianos, na chamada “operação assistida”. Como é teste, durante três meses, até 15 de setembro, quando o metrô entra em operação pra valer, vai ser de graça. As informações foram divulgadas em visita de imprensa à Linha 4 do metrô de São Paulo, também operada pelo CCR. Na operação assistida o consórcio poderá avaliar se tudo está funcionando dentro do previsto. “Vamos começar a trafegar os trens transportando passageiros em horários determinados. Nesse período, vamos verificar a segurança, o fluxo de passageiros e garantir que, quando começar a operar, será tudo tranquilo”, informou o diretor presidente da CCR Metrô Bahia, Harald Peter Zwetkoff, que também informou todos os novos prazos de operação do metrô, tanto da Linha 1 quanto da Linha 2.
ObrasO diretor-presidente da CCR informou que há uma equipe de 280 técnicos e 108 engenheiros envolvidos neste momento no metrô. “Eles trabalham na revisão do projeto. Quando começar pra valer, vamos ter um ritmo bastante acelerado. Vamos chegar a julho com 3.400 pessoas trabalhando diretamente na obra”. Antes da fundação do trecho Acesso Norte-Retiro que começa na segunda-feira, equipes trabalharam na limpeza do terreno, desmontando instalações, fazendo sondagem do terreno e dando entrada em pedidos de licenças ambientais. “Há uma série de serviços que não se vê, mas que dá muito trabalho”, explicou Zwetkoff. Melhorias O projeto do primeiro trecho da Linha 1 (Lapa-Acesso Norte) está praticamente todo pronto. Mas, segundo Harald, precisa de algumas adequações por conta do longo tempo de construção e sem uso. Como exemplo, ele diz que no período foram alteradas as exigências de acessibilidade, o que vai obrigar refazer o projeto de algumas estações. Além disso, o projeto original previa trilhos tradicionais, com lastro de brita comum. A CCR decidiu mudar e usar o LVT (Low Vibration Track, na sigla em inglês), um trilho com menor vibração, sem brita, já usado no Rio e em São Paulo. “Quanto menos barulho melhor. Principalmente para quem vive nos arredores”, destaca. Como os trens foram comprados há seis anos, ele reconhece que é natural fazer a manutenção. “No geral, as condições dos equipamentos são boas. Não vamos fazer reparos, só manutenção. Não encontramos nada diferente do que prevíamos quando fizemos a proposta”. Ele não soube, no entanto, informar qual o gasto que a CCR está tendo para fazer essas manutenções. Operação Quando o metrô começar a operar, o tempo de intervalo entre os trens vai variar de acordo com a demanda. Nos horários de pico (6h, 7h e 8h) será de 6 minutos, chegando a 10 minutos nos períodos de baixa procura. “Estes são os tempos máximos previstos no contrato. Conforme aumente a demanda, esse tempo pode diminuir”, diz o diretor presidente. Quando o metrô estiver operando plenamente, em 2015, existe uma demanda estimada de 470 mil passageiros/dia. O modelo de trem que será adotado terá quatro carros e vai trafegar a uma velocidade média de 36 Km/h. O percurso entre a Lapa e o Aeroporto, por exemplo, deve ser cumprido em 36 minutos. A tarifa do metrô será de R$ 3,10, subindo para R$ 3,80 o bilhete integrado com o ônibus. Linha operada em São Paulo não tem maquinista. Aqui vai ter Trens novinhos, com ar-condicionado e sem maquinista - isso mesmo, a tecnologia empregada dispensa o condutor. Assim são os trens da Linha 4, em São Paulo, operados pela CCR. Com uma frota de 14 trens, a linha faz diariamente cerca de 700 viagens entre as seis estações do Butantã à Luz. Outras cinco novas estações estão em construção. Pesquisa realizada pelo Datafolha em outubro aponta que o índice de satisfação dos usuários da Linha Amarela é de 89,2%. Quem está por trás do serviço é o baiano Luís Valença, diretor-presidente da Via Quatro, empresa que tem como sócio majoritário a CCR, que opera e faz a manutenção da linha. Com uma pulseira do Senhor do Bonfim no punho, ele diz que colocou entre os pedidos o metrô de Salvador. “Quero que dê tudo certo”, disse. Embora a tecnologia dos trens de Salvador seja diferente da que o grupo adotou em São Paulo - aqui sim vai ter maquinista -, o diretor presidente do metrô Bahia, Harald Peter Zwetkoff, diz que a qualidade do serviço será a mesma. “Essa qualidade se mede pela confiabilidade, o tempo de espera e a chegada dos trens. O parâmetro que temos em Salvador parece com o que temos em São Paulo”, afirmou. *A jornalista viajou a convite do CCR Matéria original do Correio Linha 1 do metrô operará em fase de testes a partir de junho do ano que vem
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