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SALVADOR

Marinha aponta três culpados por acidente em Mar Grande

Foram considerados responsáveis o engenheiro técnico e o dono da empresa

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Redação iBahia

23/01/2018 às 10:17 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:14 - há XX semanas
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O resultado do inquérito que apura as causas do naufrágio da lancha Cavalo Marinho foi divulgado nesta terça-feira (23), pela Marinha na véspera do dia em que se completam cinco meses da tragédia que matou 19 pessoas. De acordo com o resultado do laudo foram considerados responsáveis o engenheiro técnico e o dono da empresa por negligência e o comandante por imprudência. Além disso, foi indicado que a embarcação não tinha condições de navegabilidade e que haviam pesos soltos na embarcação.
O laudo está sendo anunciado em uma entrevista coletiva na sede do Comando do 2º Distrito Naval, no Comércio, pelo capitão de mar e guerra Leonardo Andrade Reis, capitão dos portos da Bahia e pelo vice-almirante Almir Garnier Santos, comandante do 2º Distrito Naval.
É fundamental para a Marinha que esse assunto seja entendido da melhor forma possível. É um assunto muito técnico e portanto optamos por essa coletiva a fim de que de dirimisse a maior parte das dúvidas já que são procedimentos extensos muitos depoimentos laudos técnicos simulações de computador e acredito que dessa forma a gente vai ter uma produtividade maior", explicou Garnier.
A lancha Cavalo Marinho I afundou no dia 24 de agosto do ano passado, cerca de 10 minutos após deixar o Terminal Marítimo de Mar Grande, que fica no município de Vera Cruz, localizado na Ilha de Itaparica. A embarcação tinha como destino Salvador e levava 120 pessoas, sendo 116 passageiros e quatro tripulantes, que sobreviveram. Após o acidente, a embarcação ficou destruída. Ao todo, 19 pessoas morreram - dessas, eram 13 mulheres, três homens e três crianças.
O inquérito tem quase 1,2 mil páginas e foi divido em quatro etapas. O inquérito foi iniciado um dia após o acidente, em 25 de agosto. Nos dias 25, 26 e 28 de agosto foram realizadas as perícias com apoio técnico da diretoria de portos e costas.
Foto: Thaís Borges/Correio 24h
"Na sala de comando da embarcação foram visualizadas alguns pesos que não eram apresentados nos documentos técnicos e de instruções para o acidente. Foram encontrados dois motores na praça de máquinas. Foram esses pesos de lastro abaixo da praça de máquinas que se soltaram durante o acidente e que ficaram de fácil visualização nas perícias mas que também não estavam documentados pelo engenheiro responsável técnico", explica o capitão explicando que foi necessário que os peritos reproduzissem uma cópia exata do casco.
Clima
Três aspectos climáticos relevantes são vetores que atuaram na embarcação no dia e horário do acidente, segundo a Marinha. "Tivemos uma força de mate vazante de cerca de meio no ventos Sul e ondas de cerca de um metro no sentido sudeste. A embarcação tinha a intenção de realizar essa travessia e teve essa força de maré atuando e também ventos Sul e ainda as ondas de cerca de um metro. Esses vetores atuaram diretamente na embarcação no horário do acidente. O comandante deveria ter adotado postura mais defensiva já que não era uma calmaria e tinha condições mais adversas de tempo", explica o capitão.
O trabalho da Marinha teve a participação de peritos civis e militares lotados no Rio de Janeiro e Bahia além de engenheiros e militares lotados Marinha mercante. Foram mais de 50 interrogatórios, acareações e análises. De acordo com o laudo a primeira chamada para pedir socorro aconteceu às 7h45.
Entre as penas possíveis pelo resultado do laudo estão a possibilidade de multas e até de suspensão de habilitação de navegação da empresa CL Transporte Marítimo. A partir do momento que o inquérito for remetido ao Tribunal Marítimo, o processo passa fazer parte da pauta do órgão. Não há prazo para conclusão.
Inicialmente, o prazo inicial para a elaboração do laudo do acidente era de 90 dias – ou seja, chegou ao fim no dia 24 de novembro. No entanto, a Marinha pediu extensão.
Investigação da Polícia Civil
A conclusão do inquérito da Polícia Civil depende do resultado da investigação da Marinha, de acordo com o delegado Ricardo Amorim, titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz). Na semana passada, ele afirmou ao CORREIO que o inquérito civil estava “praticamente pronto”. Ao todo, 135 pessoas foram ouvidas.
“Solicitamos exames de lesão corporal das vítimas, necropsias dos 19 mortos, informação de institutos de meteorologia e pedi laudos de particulares. São laudos de um especialista do Espírito Santo que fez uma análise da situação e do tamanho do barco”, afirmou, na ocasião.

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