A Marinha instaurou um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as causas e responsabilidades pela invasão das ondas do mar ao ferry boat Maria Bethânia, na tarde do último domingo (11), durante a travessia entre a Ilha de Itaparica e Salvador. O prazo de conclusão do inquérito é de noventa dias.
A passageira Nane Souza registrou o momento em que a embarcação é atingida e postou o vídeo no Facebook. A embarcação voltava para a capital quando a água invadiu o ferry e atingiu alguns carros, por volta de 15h30. Segundo Nane, o mar agitado fez o ferry balançar e assustou os passageiros. Três carros e uma moto sofreram danos por conta da quantidade de água que atingiu os veículos.
De acordo com o comandante Flávio Almeida, da assessoria de comunicação da Marinha, como a situação é atípica, o inquérito irá indicar porque as ondas invadiram a embarcação. "O ferry boat é uma embarcação registrada na Marinha, que atende às normas de segurança, e é apta a fazer esta travessia em condições de mau tempo. O caso da água ter invadido é que tem que ser apurado. É uma cena atípica. Vamos apurar porque aquilo aconteceu, se houve alguma falha", diz o comandante.
A embarcação passará por uma inspeção técnica e as imagens registradas pela passageira serão analisadas pela Marinha. "Já temos as imagens e temos uma noção do que aconteceu. Vamos ouvir também a tripulação e o comandante", acrescentou Flávio.
Na manhã desta terça-feira (13), a empresa Internacional Marítima informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a travessia não ofereceu riscos aos usuários.
Segundo a empresa, os ferries são preparados para fazer a navegação mesmo em condições climáticas como a do último domingo, quando os ventos chegaram a atingir 40km. Algumas medidas de segurança foram adotadas, mas a travessia não chegou a ser suspensa. "Procedimentos de segurança específicos incluem redução da velocidade e menor quantidade de veículos embarcados”, informou a concessionária.
Alguns passageiros reclamaram que não havia coletes salva-vidas em número suficiente para todos os passageiros. A Internacional Marítima contestou a denúncia e informou que havia 900 coletes na embarcação, cem a mais que o número máximo de passageiros, que é de 800 pessoas.
"Toda a travessia é acompanhada pela tripulação. Quando a operação apresenta riscos, a própria equipe entrega os coletes aos passageiros", disse a assessoria. Ainda de acordo com a Internacional Marítima, alguns usuários do ferry Maria Bethânia ficaram nervosos e acabaram pegando por conta própria os coletes salva-vidas.
Salvador-Mar GrandeNa manhã de hoje, a travessia Salvador-Mar Grande, que estava suspensa, voltou a operar depois da melhoria das condições de navegação na Baía de Todos os Santos. De acordo com a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), o retorno ainda não é em caráter definitivo, caso as condições de navegação piorem por causa do mau tempo.
O sistema fez uma parada das 7h30 até às 10h, por conta da maré baixa, no sentido de Mar Grande para a capital. Saindo de Salvador o atendimento foi normal, com as embarcações zarpando do Terminal Náutico, no Comércio, e atracando no Terminal do Sistema Ferry-Boat, em Bom Despacho.
As escunas de turismo que fazem o passeio pelas ilhas da Baía de Todos os Santos vão permanecerão paradas. Já a linha Salvador-Morro de São Paulo seguirá sendo feita com conexão em Itaparica.
Veja o vídeo
[youtube GK2Cd8fhp6M]
Matéria original do Correio
Marinha instaura inquérito para apurar invasão de ondas no ferry boat
Veja também:
