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SALVADOR

Moradores da Pituba sofrem com assaltos de grupos de adolescentes

Os afluentes da rua Amazonas – ruas Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro – são usados como atalhos

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22/10/2012 às 8:11 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:34 - há XX semanas
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Os garotos não dormem ou acordam cedo. E, no cair da tarde, eles estão ainda mais atentos, preparados para cometer crimes, principalmente contra mulheres, com o objetivo de matar a fome, o vício. O cenário não é de praia, mas a rua. O palco em que os capitães da Pituba atuam tem nome de rio: Amazonas. Os afluentes – ruas Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro – são usados como atalhos. Em um dos bairros mais nobres de Salvador, pelo menos 14 bandidos, entre eles adolescentes na faixa de 12 a 17 anos, já foram presos ou apreendidos de oito a dez vezes esse ano. A informação é do major Luis Alberto Paraíso, comandante da 13ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) do bairro. “São recorrentes. A gente prende em flagrante, mas pouco tempo depois eles retornam. Em geral, são usuários de drogas que se passam por guardadores de carros, não andam com armas de fogo e simulam portar facas”, explicou. De acordo com a delegada Ayala Nolasco, titular em exercício da 16ª Delegacia Territorial (Pituba), a unidade registra uma média de 30 ocorrências relacionadas a crimes contra o patrimônio – assaltos em engarrafamentos, arrombamentos, furtos e roubos de transeuntes, furtos em lojas e shoppings – por dia. “Essas ações correspondem a 80% dos nossos atendimentos diários”, explica.
Enquanto a polícia aponta as ruas Piauí, Maranhão, Amazonas e Paraíba como as mais perigosas, moradores ouvidos pelo CORREIO sinalizaram também ações frequentes de bandidos nas ruas Pernambuco, Goiás e Rio de Janeiro. Na rua Goiás, o estudante Iuri Jefferson, 18, afirmou já presenciou diversas ações de bandidos. “É a qualquer hora do dia e na maioria das vezes são adolescentes. As mulheres que se cuidem”, observou. As amigas Carina Oliveira, 24, e Regiane Menezes, 28, sabem que o alerta de Iuri faz sentido. Na noite de sexta-feira, o caminho de volta para casa das duas, entre as ruas Piauí, Messe do Amor e Paraíba, reservou surpresas desagradáveis. “Quando a gente estava chegando, só ouvimos ‘pega ladrão’. O bandido passou correndo. Os pivetes atacam principalmente as mulheres”, observou Carina. “A gente evita sair à noite. Só nos finais de semana nos arriscamos e ainda assim nem demoramos muito na rua. Por sorte, nunca fui assaltada. Somos alvos mais fáceis”, acrescentou Regiane. Com a atuação dos bandidos, alguns moradores sentem-se condicionados a ficar trancados em casa. Na Lagoa dos Patos, rua Paraíba, a visita noturna ao parque já não faz mais parte da rotina. “Antes, as pessoas caminhavam nessa região à noite, mas hoje qualquer um que chegar aqui às 19h vai encontrar o local deserto”, afirmou a jornalista Heliana Frazão. Na rua Amazonas – onde ladrões enganaram o porteiro do edifício Mar Báltico na quinta-feira passada e tentaram fazer um arrastão nos apartamentos – moradores convivem com furtos e roubos diariamente. “O policiamento é precário e o pessoal desce do Nordeste de Amaralina para fazer arrastão aqui. Não podem ver uma mulher com o celular que levam”, apontou o industriário Renato César, 40. Ele salientou que no local não há policiais militares circulando a pé. “Só passam de carro e quando a tarde cai é pior ainda”. SegurançaNa tentativa de coibir a ação de ladrões, moradores do entorno da Praça Igaratinga – acesso pela rua Paraíba – contrataram segurança particular, 24 horas. “São dois seguranças a cada 12 horas. Depois que a gente começou a trabalhar aqui, não aconteceu mais nenhum roubo nem atos de vandalismo”, avaliou um agente. “Foi a alternativa que encontramos. Não dá para ficar à mercê dos bandidos, preso em casa porque a polícia não cumpre seu papel. A gente precisa assegurar a nossa integridade”, definiu o administrador Hélio Patrocínio, 43. Segundo o major Paraíso, a estrutura policial empregada em toda a Pituba conta com 180 PMs divididos em turnos, quatro viaturas e seis motos. “Criamos um pelotão de abordagem 24 horas e o policiamento é distribuído de acordo com a mancha criminal e com informações da inteligência”. Paraíso chamou a atenção para a redução de crimes na Pituba. “Ficamos 21 dias sem registros de saidinhas bancárias, por exemplo. São 27 agências e 35 caixas eletrônicos. Além disso, não houve nenhum homicídio na Pituba esse ano”, destacou o major. Aquárius: moradores alertas dois meses após sequestroQuase dois meses após o sequestro de uma garota de 5 anos no Loteamento Aquárius, na Pituba, moradores afirmam que o policiamento na região melhorou, mas o estado de alerta permanece. Para a gerente administrativa Natália Borges, 26, a presença da polícia tem inibido as ações dos bandidos. “Mesmo assim a gente ainda continua andando ligada. Qualquer vacilo eles podem atacar”, previu. “Ficamos chocados com o sequestro, ainda mais por ser uma área que aparentemente teria segurança”, analisou o comerciante Elias Assunção, 36. Segundo o major Paraíso, no local há um “trabalho específico e ininterrupto”. Matéria original do CorreioMoradores da Pituba sofrem com assaltos de grupos formados por adolescentes

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