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SALVADOR

Moradores de rua voltam a ocupar praia da Preguiça

Quatro meses após ação da Prefeitura, que retirou os barrados usados como abrigo pelos moradores de rua, lugar voltou a ser ocupado

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23/03/2012 às 9:50 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:16 - há XX semanas
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Que praia é essa? Essa é a Praia da Preguiça dominada por invasores. Quase quatro meses após o CORREIO mostrar o comportamento de moradores de rua e usuários de drogas naquele pedaço da avenida Contorno, nada mudou. “Se mudou foi para pior”, avalia o gerente administrativo de um condomínio de luxo da região, Raimundo Edgar. Nesta quinta (22), a reportagem voltou ao local e constatou que, em meio a prédios e restaurantes de luxo, lá continuam eles com as mesmas práticas. Barracos usados como abrigos e que foram retirados pela prefeitura voltaram a ser construídos. No total, sete “construções” estão de pé. “A quantidade de barracos aumentou. Após 30 dias da ocupação, eles voltaram. O que surpreende é que uma área tão cobiçada está abandonada dessa forma”, diz Egdar. Segundo ele, em poucas horas, é possível registrar diversas cenas criminosas. “Basta passar algum tempo aqui para contar pelo menos 30 pessoas entre moradores, usuários e traficantes”, alerta. Não bastasse o livre consumo de drogas, conta ele, cenas de sexo explícito também são observadas. “A qualquer hora do dia, eles transam. E, se reclamar, dizem que a praia é pública”, relata o gerente.
Moradores de rua voltam a ocupar praia da Preguiça quatro meses após ação da Prefeitura
Os finais de semana são os piores dias para quem transita pela Contorno, de acordo com Raimundo. “O sábado no Museu de Arte Moderna (MAM) é um terror. Os pedestres sofrem com os assaltos frequentes. No domingo é ainda pior porque vêm maloqueiros de outros lugares, como a Praça das Mãos (Praça Marechal Deodoro, Comércio)”, conta. Assalto Um segurança da área, que não quis se identificar, diz que um turista argentino acompanhado da mulher foi assaltado quando passeava pela avenida. “Levaram a filmadora e R$ 600. Ainda corri para tentar recuperar, mas só consegui encontrar a faca que o ladrão largou”. O argentino Zurett Frederico, 33, e a mulher, Lucila Carla Andrei, procuraram a Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur), no Centro Histórico. Segundo um agente, o casal contou que foi abordado por um homem com uma faca por volta das 13h de segunda. “Levaram uma mochila com documentos de identidade, cartões de crédito e uma câmera fotográfica. Fizemos diligências, mas nada foi recuperado”, diz o agente. O segurança de um prédio da região revela um dos pontos de fuga. “Eles sobem por trilha em área de matagal e saem na rua Visconde de Mauá”, expõe. Ao cair da tarde, segundo ele, o local vira ponto de prostituição. “Até travestis já estão tomando conta da área. Quando dá 16h, elas já começam a aparecer. Tiram a roupa, fazem misérias aqui”, afirma o segurança. Ele relembra que tentou reclamar, mas acabou ameaçado. “Disseram que a praia é pública e que a gente tomasse nossas providências. Além disso, falaram que iam ligar para um apresentador de TV e denunciar que nós queremos ser os donos da praia”, revela. Os “donos”, no entanto, demonstram que estão em casa. “Até manilhas eles estão usando para conter a maré. As árvores são usadas como suportes para varal, onde eles penduram suas roupas”, aponta Raimundo Edgar. CadastroEm dezembro, a Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) esteve na praia para cadastrar os invasores. Em vão. “Os órgãos vieram, tentaram levá-los para abrigos, mas eles se recusaram”, lamenta o gerente. Ele queixa-se ainda do policiamento deficiente na região. “Quando tem navio atracado, a gente vê dois policiais aqui e dois acolá. Fora isso, fica complicado”. A diretoria de assistência social da Setad informou que os invasores “se recusaram a fazer cadastro e a receber qualquer tipo de ajuda”. O órgão disse ainda que a questão está a cargo da polícia. “O problema é mais grave, em função do uso de drogas e de outros crimes. A secretaria não tem poder de polícia para retirá-los à força”. Na praia, os invasores não quiseram conversar com a reportagem. “É lamentável. Entregamos essa praia limpa, mas eles acabam com tudo”, completa Raimundo Edgar. Em 2007, o condomínio ao lado fazia a limpeza e a manutenção periódica da área.

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