A mulher suspeita de tentar sequestrar crianças em Salvador foi indiciada pelo crime, segundo informações confirmadas ao iBahia pela Polícia Civil nesta terça-feira (20).
O caso estava sob investigação da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca). Além da suspeita e de familiares, duas pessoas que registraram ocorrência na unidade prestaram depoimento.
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A polícia não detalhou a data em que o inquérito foi concluído. No entanto, informou que a Dercca chegou a solicitar o internamento dela no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, mas a família internou a mulher em uma clínica particular, onde ela segue nesta terça.
Agora, o caso está com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que decide se oferece ou não denúncia contra a suspeita para a Justiça. Até a última atualização desta reportagem, não havia um parecer sobre isso.
Caso
As denúncias contra a suspeita começaram a surgir no início da semana passada, após a estudante Daniela Baqueiro relatar que a mulher havia tentado raptar o filho dela de 9 anos, no Porto da Barra.
“Ela começou a fazer polichinelos [perto do meu filho] e ele estava brincando feliz, na orla, e começou a brincar com ela. De repente ela pegou na mão dele e disse: ‘vamos correr um pouquinho’. Aí pegou ele e acelerou. A gente começou a correr atrás. Meu pai falou grosso com meu filho, pediu que ele parasse, foi mais incisivo. Ele tomou um susto e parou”, disse ao g1 Bahia.
A advogada Tatitana Matos, que passou pela mesma situação, relatou que a suspeita saiu correndo com a filha dela no bairro do Caminho das Árvores, em junho do ano passado.
“De repente ela falou assim: ‘você gosta de correr?’. Aí ela [filha] disse: ‘gosto’. A mulher falou: ‘então vamos apostar uma corrida, eu e você, para ver se a mamãe nos alcança?’. Aí eu disse: ‘epa, aí não’, e levantei. Quando levantei, ela [suspeita] disse: ‘1, 2, 3 e vamos’, e correu segurando minha filha”.
A advogada disse que foi atrás da filha e conseguiu alcançá-la.
“Eu [fui] gritando, falando o nome de minha filha e pedindo para ele parar. Consegui alcançar ela e segurar pelo cabelo. Aí eu disse: ‘não faça isso, não corre, não ande com quem você não conhece‘. Aí ela gritou: ‘solte minha amiga, você está louca?’”.
De acordo com a TV Bahia, a delegada Simone Moutinho, responsável por investigar o caso, disse que a suspeita confirmou ter se aproximado das crianças. No entanto, não há garantia sobre a intenção de sequestro. Ela foi ouvida na última quinta-feira (15).
“Ela disse que gostava muito de crianças, que tinha trabalho com autistas e que as crianças sofreram muito durante o período da pandemia [da Covid-19]. [A mulher também falou] que não tinha intenção de fazer qualquer tipo de mal”, disse a delegada.
Ainda durante o depoimento, a delegada percebeu que a mulher apresentava falas confusas, indicando um possível problema psiquiátrico. Após ser ouvida, a suspeita foi encaminhada para uma avaliação médica no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira.
No fim da tarde de quinta-feira, a polícia informou que a companheira da suspeita esteve no hosital. Ela assinou um termo de responsabilidade para a liberação da mulher.
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Redação iBahia
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