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SALVADOR

Mulheres dominam as pistas sobre duas rodas

Podem ser nas lambretinhas ou nas de maior cilindrada, é comum encontrar uma mulher no trânsito circulando em cima de suas motos

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24/03/2011 às 19:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:54 - há XX semanas
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Há sete anos, ela decidiu apostar na mobilidade e tornou-se motogirl. Aos 29 anos, Luciana Menezes encontrou sobre duas rodas não só uma maneira mais rápida de se deslocar pela cidade, mas uma oportunidade de emprego. Assim como ela, outras meninas têm se aventurado com suas motos. Seja nas lambretinhas do tipo Biz ou nas máquinas de maior cilindrada, é comum encontrá-las conquistando cada vez mais espaço no trânsito de Salvador. O perfil é o mais variado possível, desde executivas à motogirls, elas estão se destacando na categoria. “Hoje em dia é fácil conseguir um emprego e dá para ter um retorno financeiro médio”, afirma Luciana Menezes. Essa facilidade na conquista do trabalho, muitas vezes, é atribuída aos cuidados da mulher no trânsito e com o material transportado. “As empresas já reconhecem o comprometimento da mulher e já abrem vagas destinadas ao sexo feminino”, explica. Na rua, o tratamento é diferente, muitos motoristas ainda demonstram preconceito com as garotas. Luciana conta que frequentemente percebe o espanto de alguns motoristas e muitos deles tentam amedrontá-la. “Já existe muito preconceito com motociclista, e quando percebem que sou uma mulher, aí é que eles dificultam ainda mais o meu trabalho”.
A funcionária pública Fátima Rivi começou a andar de moto para se livrar do engarrafamento e ganhar tempo. A paixão foi tão grande que logo tornou -se presidente de um motoclube e viaja por diversos lugares a bordo da sua motocicleta. “Tem a praticidade de poder efetuar várias tarefas no dia a dia, se locomover em pouco tempo, gastar menos combustível e não chegar atrasada nos compromissos”, ressalta.Quando se trata de beleza, a moto também em nada atrapalha a funcionária pública. “Procuro me vestir de forma natural, com jeans e bota, ou até mesmo com vestidos, usando um short segunda pele por baixo. O importante é estar protegida de eventuais quedas. Já o cabelo, uso preso dentro do capacete com uma touca chamada balaclava, específica para uso de motociclistas”, explica.
Adaptações – A moto da universitária Jaqueline Soares tem até nome: Esmeralda. Prata e cheia de adesivos da personagem Betty Boop, o veículo chama atenção por onde passa, e a motorista também gosta de andar sempre bem arrumada. “Não deixo de usar nada por causa da moto, uso salto, vestido, e não vejo problema nenhum, mas é claro que quando percebo que a Transalvador está por perto, troco logo meu salto por um tênis”, diz, corajosa.O capacete de Jaqueline também é todo decorado com adesivos. “Tem um adesivo com meu nome e outro das Meninas Super Poderosas, que já vou trocar por um mais novo”. De velocidade ela não gosta, apesar de ter pressa para chegar aos lugares e andar no corredor, o máximo que faz é 80, 90 quilômetros. “Você também não pode andar muito devagar senão os carros te fecham e não te respeitam”, comenta Novas motoristas - Segundo dados do Departamento Estadual de trânsito da Bahia (Detran), houve aumento de 14,5% de mulheres habilitadas na categoria A, na Bahia, no último ano. Desse total, 6,8% delas são de Salvador. Jaqueline Soares faz parte desta estatística. A universitária comprou sua moto especialmente para frequentar a faculdade e evitar passar muito tempo no ônibus ou carro. “Moro perto da faculdade, mas como o ônibus dá uma volta muito grande, preferi optar pela moto e chego em, no máximo, 10 minutos”. Também foi a praticidade que levou Franciane dos Santos a entrar na auto-escola para tirar habilitação de moto. “Minha família tem carro, mas como faço faculdade e trabalho em dois lugares, preciso me locomover de forma mais rápida”, afirma. Franciane ainda está nas aulas práticas, mas revela que já percebe o olhar diferenciado no trânsito. “Ainda não recebi nenhum esporro, mas percebo as pessoas olhando diferente e com pouca paciência”, conta. O crescimento de mulheres que buscam tirar habilitação de moto também é notada para as auto -escolas. Luciene Costa, coordenadora da Auto-Escola Reis afirma que, de um ano para cá, muitas mulheres estão frequentando as aulas, e dá destaque para o bom desempenho das garotas. “Elas demonstram muita postura e a grande maioria passa no exame do Detran na primeira vez”, afirma.

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