Mulheres são maioria na procura por concursos em Salvador

A advogada Maria Guadalupe Firmo, 23 anos, representa o perfil do concurseiro no país hoje

Recém-formada em Direito, a soteropolitana Maria Guadalupe Firmo, 23 anos, já sabe o que quer no futuro: estabilidade profissional e financeira. Para isso, emendou a faculdade em um cursinho preparatório para concurso. Influenciada pelos pais, que são servidores, ela sonha com a carreira de defensora pública. “Quero uma vida confortável. E vou estudar até passar”, adianta ela, que está disposta a ingressar em um órgão menos concorrido afim de ter fôlego e dinheiro para encarar a Defensoria Pública da Bahia. Maria não está sozinha nessa longa caminhada. De acordo com a pesquisa realizada com base nos dados do Marplan, do Instituto Ipsos, a advogada representa o perfil do concurseiro em Salvador. O levantamento, que foi feito entre janeiro e dezembro de 2013, revelou que a maioria (58%) dos interessados em prestar concurso público na capital baiana é do sexo feminino. Como nem sempre dá para arranjar alguém para bancar os estudos, 73% das pessoas que pretendem ser um servidor público têm algum vínculo empregatício e 42% têm idade entre 25 e 34 anos. “Essa é a idade onde as pessoas já se formaram e caíram na realidade de que emprego está difícil”, pontua a administradora Carla Lima, 32 anos. Assim como Maria, ela trabalha na sua área de formação, mas de olho no contracheque certo todo mês. Para isso, ela está disposta a abrir mão de um “salário honesto”. “Não ganho mal. Hoje, posso dizer que tenho uma vida equilibrada, mas o que adianta dormir e acordar com o fantasma da demissão perturbando o nosso juízo todos os dias?”, indaga. Enquanto a aprovação não chega, elas mergulham. Chegam a ficar até 10 horas na frente dos livros. “Não existe vitória sem sacrifício”, completa a administradora.