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SALVADOR

Em visita à BA, ministra de Portugal fala sobre luta contra a xenofobia: 'É o 1º país europeu a ter um plano de combate à discriminação'

Mariana Vieira, 2ª pessoa mais importante do país Lusitano, cumpriu agenda em Salvador

Lucas Sales • 15/06/2022 às 6:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 12:43 - há XX semanas

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					Em visita à BA, ministra de Portugal fala sobre luta contra a xenofobia: 'É o 1º país europeu a ter um plano de combate à discriminação'
Foto: Reprodução / Redes sociais

A ministra da Presidência de Portugal, Mariana Vieira da Silva, de 44 anos, visitou o Brasil na última e semana e escolheu a Bahia como última parada da agenda. A segunda pessoa mais importante do país lusitano se reuniu com a vice-prefeita da capital baiana, Ana Paula Matos, para apresentar e discutir a elaboração de projetos sociais e de combate à pobreza em Salvador.

"Logo no ano em que se assinala os 200 anos da independência do Brasil, eu estou aqui para comemorar o 10 de junho, dia de Portugal, do Luís de Camões e das comunidades portuguesas e abordar assuntos importantes com o Brasil", disse a Ministra em entrevista ao iBahia.

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Sob a liderança da ministra, Portugal lançou a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, um instrumento que visa concretizar uma abordagem multidimensional e transversal de articulação das políticas públicas tendo em vista a erradicação da pobreza.


				
					Em visita à BA, ministra de Portugal fala sobre luta contra a xenofobia: 'É o 1º país europeu a ter um plano de combate à discriminação'
Fotos: Adam Vidal/Segov

A estratégia portuguesa apresentada na reunião tem entre os objetivos a redução da taxa de pobreza para 10% da população, o que significa retirar 660 mil pessoas dessa situação até 2030.

A meta do governo português é de reduzir para metade a pobreza das crianças, o que significa retirar 170 mil crianças desta condição durante o mesmo período de tempo. Salvador planeja adotar a mesma estratégia do país Lusitano, mas ainda não há uma previsão de quando isso irá ocorrer.

Ao iBahia, ela também falou sobre assuntos relacionados à xenofobia contra brasileiros no país europeu, política e pandemia da Covid-19. Confira abaixo:

Imigração e xenofobia

O movimento atual de migração de brasileiros para Portugal começou em 2014, quando as condições econômicas do Brasil voltaram a piorar e se intensificou a partir de 2017. Nos últimos quatro anos, o número de brasileiros residindo no país Lusitano registrou um aumento - batendo recorde em 2020.

No fim do ano passado, aconteceu uma nova onda de imigração ao país europeu após as fronteiras reabrirem. Dentro deste cenário, de acordo com informações da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CICDR) - órgão ligado ao governo português -, denúncias de casos de xenofobia contra brasileiros em Portugal aumentaram 433% desde 2017.

Naquele ano, a comunidade imigrante do Brasil tinha voltado a crescer. Em 2020, foram registrados 96 queixas nas quais a origem da discriminação foi a nacionalidade brasileira.

"Nós sabemos que a discriminação existe e é por isso que Portugal tem um plano contra a xenofobia e o racismo também. É o primeiro país europeu a ter um plano de combate à discriminação. Aprovamos o projeto faz pouco mais de 1 ano e isso tem a intenção de superar essas dificuldades, que é claro que existem, não dizemos que não", pontou a Ministra.

Atualmente, residem em Portugal ao menos 214.500 cidadãos brasileiros, de acordo com números de novembro do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O dado, porém, exclui aqueles em situação irregular e os que também possuem cidadania portuguesa ou de outro país europeu.


				
					Em visita à BA, ministra de Portugal fala sobre luta contra a xenofobia: 'É o 1º país europeu a ter um plano de combate à discriminação'
Fotos: Adam Vidal/Segov

Sinal de alerta à Covid-19

Assim como no Brasil, os casos da Covid-19 em Portugal aumentaram. Isso fez com que o governo do país Lusitano acendesse "a luz vermelha", mesmo alcançando os 90% de taxa de vacinação. Nesse contexto, até o dia 30 de junho, o governo de Portugal segue em situação de alerta por causa da Covid-19.

"Nós temos procurado que todo o cidadão (imigrante), mesmo que não tenha a sua situação regularizada, tenha acesso à vacinação da Covid e à educação pública quando necessária", relata a ministra.

"Temos acompanhando a subida dos casos, mas também sabendo que o número hospitalizados é mais baixo do que foi no ano passado. Atualmente estamos vacinando as pessoas com mais de 80 anos com a quarta dose. E, logo em breve, vacinaremos as pessoas com mais de 65 anos. Com esse nível de vacinação podemos ter uma vida normal, com as precauções necessárias", pontua ela.


				
					Em visita à BA, ministra de Portugal fala sobre luta contra a xenofobia: 'É o 1º país europeu a ter um plano de combate à discriminação'
Fotos: Adam Vidal/Segov

Atual relação com governo Bolsonaro

O governo do presidente Jair Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019. Quando questionada sobre como o laço existente entre o atual governo português com o brasileiro, ela destacou que existe a proximidade entre os dois e que é necessária essa boa relação para ambos os povos.

"Os laços entre Brasil e Portugal são profundos e atravessam as dimensões políticas, históricas, culturais e também econômicas. São povos que estão ligados por sua história e pelos 900 mil portugueses que vivem no Brasil e também pelos muitos brasileiros que vem até Portugal, e que são a maior população imigrante que vem até o nosso país", disse.

"Por isso que é necessário que os dois países tenham essa proximidade tanto de um lado quanto do outro do oceano. Brasil e Portugal têm uma proximidade porque é necessária essa boa relação entre os povos. Sempre é uma atuação muito próxima. Os dois países são irmãos", completou.

Quando questionada sobre o que ela espera sobre da eleição em 2022, que será realizada em outubro, a Ministra destacou que a democracia tem que vencer. "Sempre temos que olhar com a dimensão além da política. O povo que escolha seus líderes", afirma.

Sobre a dívida histórica entre Portugal e o Brasil, a ministra simplifica o passado exploratório e opressor e defende que "diálogos francos sobre o assunto são úteis".

"Evidente que existe um debate sobre isso. É nossa história, somos como um e torço para que esses debates aconteçam. Devemos sempre debater e dialogar em torno desta história. Não devemos olhar para o passado com os olhos do presente. Devemos sempre ter a capacidade de fazer um diálogo entre todos", disse.

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