"Eu não vou aguentar, eu vou morrer", disse o policial Jaílson César dos Santos Mendes, 43 anos, após ser baleado em um assalto a ônibus no início da manhã desta sexta-feira (13), na altura do bairro do Imbuí.
Ao lado dele, o motorista do coletivo, do Consórcio Integra, tentava acalmá-lo: "Não, você não vai morrer não. Fique firme, abra os olhos, você não vai morrer, você vai aguentar", contou o supervisor do consórcio, que preferiu não ser identificado. O policial estava certo. Ele não resistiu e morreu antes de dar entrada no Hospital Geral Roberto Santos (HGE).
Jailson era lotado na 53ª Companhia Independente da Polícia Militar (Mata de São João), onde estava havia 15 anos. Equipes da Força-Tarefa da Secretaria da Segurança Pública que investiga mortes de policiais já ouviram seis testemunhas que presenciaram a morte do PM. Testemunhas dizem que dois homens, um deles aparentando ser ainda adolescente, entraram no coletivo na região do Iguatemi e anunciaram o assalto na Avenida Paralela.
“Segundo as testemunhas, no momento que o roubo foi iniciado o militar reagiu e acabou atingido por disparos de arma de fogo. Chegamos no local do crime às 7 horas, pouco depois da ocorrência do fato, e obtivemos importantes detalhes que certamente nos ajudarão na elucidação do caso”, explicou o coordenador da Força-Tarefa, delegado Odair Carneiro.
Sogra da vítima, a autônoma Rosimeire Augusto dos Santos, 52 anos, conta que o policial era casado havia dez anos com a filha dela e tinha um filho de 7 anos. "Está doendo muito, ele era um menino do bem, um pai de família, um policial pacato, cheio de amigos e colegas que agora estão despedaçados. Era como um filho para mim, um homem exemplar", lamentou.
A família recebeu a notícia pela comandante da 53ª companhia, onde o policial trabalhava, por volta das 6h20. "Ele estava indo para o trabalho, não tinha carro", informou a sogra. Familiares da vítima como o pai, um tio policial, esposa e irmãos estiveram no hospital. Eles estavam bastante abalados e não quiseram falar com a imprensa. "Era um policial tranquilo, com certeza não esperava passar por isso um dia. Nem parecia que era policial, era bem tranquilo", completou a sogra.
Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do soldado. “É muito doloroso perder um irmão de farda que, mesmo antes de assumir o serviço, colocou em risco a própria vida para defender a sociedade. A corporação está enlutada”, lamentou o comandante geral da PMBA, coronel Anselmo Brandão. Ainda nção há informações sobre o dia, horário e local do enterro da vítima.
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Redação iBahia
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