Luiza Pinheiro trabalha há 15 anos em uma agência de turismo na rua Marques de Leão, no bairro da Barra, e há pouco mais de três meses, viu sua vida mudar por conta das intervenções do trânsito feitas no local. "Está terrível para estacionar aqui. É preciso chegar em um horário muito bom para garantir a sua vaga e, além disso, a permissão para parar aqui é de até 2 horas, tem sempre que renovar", relata a funcionária.
A equipe do iBahia acompanhou o momento em que a agente de viagens tentava estacionar e outro motorista já aguardava na tentativa de encontrar uma vaga para estacionar no local. Preocupada com a situação, a senhora questionou o futuro dos comerciantes do local. "Sinceramente, não sei como os restaurantes vão sobreviver aqui", afirma.Na Rua Alexandre Herculano, no bairro do Itaigara, motoristas reclamaram de que a falta de vagas fez com alguns estabelecimentos privados "se apropriassem" das vagas públicas. Em nota, a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) disse que agentes do órgão realizaram ação de fiscalização no local, no dia 30 de outubro, e dois estabelecimentos comerciais foram notificados, sendo que um deles foi notificado ainda para remover os cones que demarcavam as vagas na rua. De acordo com o Detran, a frota de veículos de Salvador, até o mês de outubro, é de 887.8321 mil veículos, sendo 610.050 veículos particulares e 10.090 pouco mais de 16 mil pertencentes ao transporte público. Segundo a Transalvador, a capital baiana tem 6.124 vagas de estacionamento aberto (nesse total estão inclusas as vagas da Zona Azul) e outras 722 vagas para o estacionamento em áreas fechadas.Desde agosto deste ano, o estacionamento no bairro é feito seguindo duas modalidades: a zona mista (que reúne zonas azul e verde) e zona verde, que depende da via. A zona azul funciona todos os dias, das 7h às 18h, e a tarifa cobrada é de R$ 3 para o período de até duas horas, e R$ 6 para o período noturno, das 19h às 7h.Já a zona verde é destinada para os moradores do local e que não têm garagem. Para isso, o dono do imóvel precisa pedir credencial à Transalvador. O documento deve estar visível no parabrisa do veículo. O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 19h às 7h do dia seguinte; sábados, a partir das 14h; e durante todo o domingo.
Na Avenida Sete de Setembro, no centro da cidade, a disponibilidade de vagas em áreas públicas divide a opinião dos motoristas que trabalham ou que passam pela região. Para o autônomo Jair Gonçalves, a cobrança da tarifa para estacionar o carro na zona é desrespeitosa. "Não é público? Por que não é gratuito? Eu pago impostos, já. Acho que essa cobrança não respeita a lei de tolerância dos 15 minutos. Esse valor que eu pago não garante que meu carro ficará protegido. Não garante nada. Cadê nossos direitos?", reclama.
Já o empresário Albino Carillo não vê problemas na quantidade de vagas ofertadas no centro da cidade. Natural do Espírito Santo, o empresário afirma que não encontra grandes problemas quando precisa estacionar nas ruas da cidade. "Eu acho que esse espaço demarcado facilita a vida do motorista. É uma comodidade que a gente tem. Quando eu venho aqui, sei que vou ter onde estacionar. Não vejo problemas em pagar por isso", afirma. Em nota, a Transalvador disse que as vagas ofertadas na chamada zona azul foram instaladas em ruas de grande demanda para estacionamento e, que a ampliação do número de vagas na cidade vai depender da "das necessidades" do comércio da cidade.
Rua Marques de Leão, na Barra, onde há as duas modalidades de estacionamento |
Na Avenida Sete de Setembro, zona azul está em funcionamento |
Jair Gonçalves, autônomo, questiona a cobrança para estacionar no local |
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