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SALVADOR

Ônibus voltam a circular na Ribeira, mas apenas até os Dendezeiro

Rodoviário e passageiro sofreram queimaduras após jovens incendiarem coletivo. Motoristas suspendem viagens

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04/04/2015 às 9:06 • Atualizada em 27/08/2022 às 15:17 - há XX semanas
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Despedida, protesto, ataque a ônibus, homens queimados e paralisação. A morte do garçom Fabiano Santos Souza, na Ribeira, provocou ontem uma reação em cadeia que culminou na paralisação dos rodoviários e prejudicou todo o bairro, que ficou sem transporte coletivo.
Foto: Marina Silva / CORREIO*
Um dia após o protesto que apedrejou dois ônibus, pessoas que se manifestavam contra a morte do garçom atacaram um coletivo e, dessa vez, feriram dois homens: o cobrador Everaldo de Oliveira Santos, 62 anos, e o passageiro Ruan Luís Sá Costa, 22, que tiveram cerca de 80% do corpo queimado. O ataque aconteceu após o enterro do corpo do garçom.
Segundo policiais da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Uruguai), o ataque aconteceu por volta das 12h30, na Rua Visconde de Caravelas. O coletivo fazia a linha Ribeira-Vale dos Lagos quando oito jovens pediram que o ônibus parasse – como se fossem passageiros. “Eles subiram e mandaram que as pessoas descessem. Começaram a jogar gasolina no carro todo e no próprio cobrador”, contou o motorista, Amilton José dos Santos.
Os suspeitos vestiam camisas brancas com a foto de Fabiano. No momento da invasão, havia cerca de dez passageiros no veículo. “Eu dizia que o cobrador estava lá ainda e eles ignoravam. Eles diziam que era um protesto porque mataram um amigo deles aí”, disse o motorista.
O cobrador e um passageiro não conseguiram sair rapidamente e foram atingidos pelo fogo. Testemunhas contam que, já com a roupa em chamas, o cobrador pulou a catraca e saiu pela porta traseira. “A roupa dele estava pegando fogo. Quando ele saiu aqui, caiu no chão, estava praticamente sem roupa, tinha queimado tudo. Bateu a cabeça no chão, só gemia”.
Enquanto moradores socorriam Everaldo, Amilton tentava apagar o fogo do ônibus sozinho. “Peguei o extintor e comecei a apagar. Demorei uns 15 minutos”. As chamas não chegaram a destruir o coletivo, mas derreteram os bancos. Everaldo e Ruan foram encaminhados para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permaneciam internados até as 18h.
Paralisação
Por causa da violência, o Sindicato dos Rodoviários determinou que todos os ônibus que circulavam pela Ribeira voltassem às garagens. “Não podemos deixar os companheiros passarem pelo que estão passando, se expondo dessa forma. Todos os carros vão voltar para as garagens até que o problema se resolva”, explicou o secretário do sindicato, Tiago Ferreira. À tarde, a categoria chegou a fechar a Estação Pirajá por cerca de quatro horas.
Segundo o sargento Pimenta, da 17ª CIPM, comandante da guarnição que atendeu a situação, o número de policiais no bairro seria reforçado ontem. O sindicato da categoria informou que os ônibus voltam a circular hoje pela Ribeira, mas apenas até os Dendezeiros, fazendo final de linha na Baixa do Bonfim.
Sepultamento
O ataque aconteceu pouco depois do enterro de Fabiano, às 11h30, no cemitério do Campo Santo. No velório, familiares e amigos lamentaram a forma brutal com que a vítima foi morta. Síndico do prédio onde Fabiano trabalhava há quase quatro anos, o advogado criminalista Mozart Santos elogiou o funcionário. “Era uma pessoa muito batalhadora. Podia deixar ouro em pó na mão dele”, disse.
Foto: Mauro Akin Nassor / CORREIO*
Fabiano foi retirado de casa por quatro homens armados na madrugada de anteontem. O corpo foi encontrado embaixo de um viaduto, na Baixa do Fiscal. Populares desconfiam que o crime foi cometido por uma ação de milícias.
Correio24horas

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