Foi enterrado ontem (1º), no Cemitério do Campo Santo, o corpo do encarregado de carpintaria José Santos Santana, 39 anos, assassinado sexta-feira por um carpinteiro na saída de uma obra perto da avenida Paralela. Segundo Gicelma Santos, 37, com quem José se casaria em novembro, ele sofreu várias ameaças de José Aniceto de Jesus depois de ter repreendido o subordinado no serviço. “Ele era cristão. Não levou a sério. Foi uma covardia. O cara que fez isso tem que ser preso. Justiça tem que ser feita”, disse Gicelma. Conhecido como Inseto, Aniceto concretizou suas ameaças esfaqueando o encarregado. José saía do canteiro de obras da B&A construtora, próximo à avenida Paralela, quando foi atingido no peito com uma faca. Os dois eram funcionários da Castelli Engenharia. O CORREIO tentou entrar em contato com a empresa através dos telefones divulgados em sua página na internet, mas não foi atendido. Na Baixinha de Santo Antônio, localidade do São Gonçalo do Retiro onde a vítima morava, todos ainda estavam chocados pelo caso de violência. “Ele era muito querido aqui na Baixinha. Através da igreja, ele se dedicava à comunidade. Está todo mundo chocado com a covardia desse crime”, disse o morador Ademir Garces, 46 anos. “A gente ficou sabendo que ele discutiu com um rapaz que tinha feito alguma coisa errada. O rapaz tinha ameaçado ele e depois deu uma facada”, acrescentou a companheira da vítima. O encarregado, que há dois anos trabalhava na obra da B&A, chegou a ser socorrido para o Hospital Roberto Santos, no Cabula, mas já chegou sem sinais vitais. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa, na Pituba. Mas, de acordo com policiais da unidade, o autor do crime permanece foragido. José e Gicelma se casariam no dia 26 de novembro. Depois que a data foi marcada, o encarregado fazia questão de convidar todos os parentes pessoalmente. “O sonho dele era se casar para poder se batizar na igreja. Ele queria também reunir a família toda na igreja”, contou Gicelma. Para os preparativos da festa, o bolo, que custou R$ 250, já estava pago e o casal, que estava junto há 14 anos e tinha três filhos, se planejava para pagar o buffet até o final do mês. “Ele era um bom marido. Frequentava a Igreja Batista há três anos. Gostava de escrever poesia e cantar e estava sempre no grupo que organizava os eventos na igreja”, lembrou a mulher, sem conseguir esconder a tristeza. No dia em que foi assassinado, José - que costumava sair ainda de madrugada para o trabalho - esperou as duas filhas irem para a escola e ao sair de casa disse à esposa que no dia seguinte não trabalharia para poder organizar alguns detalhes do casamento. “Ele tinha pedido um adiantamento no trabalho para pagar o buffet e comprar as roupas”, finalizou a companheira.
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