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Voo da Gol

PF abre inquérito e apura racismo após passageira ser expulsa de voo

Investigação vai apurar eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor em retirada compulsória de passageira

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Redação iBahia

30/04/2023 às 10:10 • Atualizada em 30/04/2023 às 13:38 - há XX semanas
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					PF abre inquérito e apura racismo após passageira ser expulsa de voo
Foto: Instagram

A Polícia Federal instaurou, neste domingo (30), um inquérito policial para apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos a retirada compulsória de passageira do Voo Gol 1575, na madrugada de sábado (29), no Aeroporto Internacional de Salvador.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação foi instaurada na Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia e permanecerá em sigilo até a completa elucidação dos fatos.

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A passageira Samantha Vitena foi retirada de um avião da Gol que sairia de Salvador para São Paulo, onde. ela mora. Samantha é coordenadora de Educação do Instituto Identidades do Brasil (IDBR), uma ONG que se dedica à igualdade racial, com sede no Rio de Janeiro. Ela deixava a capital baiana para voltar para casa.

Após ser expulsa, ela foi ouvida pela Polícia Federal (PF) e liberada. Segundo o advogado dela, Fernando Santos, Samantha já está em São Paulo. "A própria companhia se colocou à disponível para colocar ela em outro voo”, contou ao g1 Bahia.

Em nota neste domingo, a GOL informou que está empenhada em colaborar para a apuração dos fatos com a Polícia Federal, assim que for notificada. Ainda em nota, a companhia disse que está à disposição das autoridades e tem total interesse nos esclarecimentos, tendo inclusive contratado uma empresa independente com a finalidade de elucidar o caso.

Entenda o caso

Um vídeo que circula nas redes sociais, divulgado por famosos como Manoel Soares e Rita Batista, mostra a mulher explicando para os outros passageiros que não teve auxílio dos comissários para colocar a bagagem no avião, por ter sido orientada a despachar a mala.

Enquanto Samantha desabafa sobre o ocorrido, outros passageiros acusam a empresa aérea de racismo pela situação.

"Se eu despachasse o meu laptop ficaria aos pedaços. Os comissários não moveram um dedo para me ajudar, quem me ajudou foi esse senhor e essa senhora, que em 3 minutos a gente conseguiu dar um jeito e colocar minha mochila. Pelo contrário, os comissários falaram pra mim que se agente pousasse em Guarulhos a culpa era minha, porque ele não teve coragem de falar isso para mim. A culpa não é porque o voo está 2 horas atrasados. Sendo que tem mais de 1 hora que eu coloquei a mochila aqui."

No vídeo é possível ver três policiais no aguardo para conduzir Samantha para fora da aeronave. "Agora vem 3 homens para me tirar do voo, três homens para me tirar do voo sem falar o motivo. Eu perguntei qual é o motivo que está me tirando desse voo, ele não vai falar", desabafa.

De acordo com a comunicadora Elaine Hazin, que também estava no voo e foi a primeira a compartilhar o episódio na web, Samantha foi ajudada por Manoel Soares, que conseguiu dois advogados para auxiliar a mulher após a retirada do voo.

"A tripulação ignorava completamente o desespero desta mulher que era obrigada a despachar a mochila com seu computador - sendo, inclusive, acusada por parte da tripulação de ser "a razão do atraso". Ela foi levada pela Polícia, eu quase foi levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram. A mãe de Samantha chorava desesperada ao telefone por não saber o destino de sua filha. (...) Graças ao meu amigo Manoel Soares, Samantha não ficou só e teve o apoio de 2 advogados".

Procurada pelo iBahia, a Gol informou que a passageira foi removida do voo por não ter aceitado a solução proposta pela companhia aérea para transportar a bagagem dela. De acordo com a empresa, a retirada de Samantha da aeronave aconteceu por motivos de segurança.

"A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

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