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SALVADOR

PM foi executado em Boca da Mata devido discussão por som alto

Parentes e amigos de Rinaldo Fernandes não conseguiram esconder a dor durante enterro do corpo do PM

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16/08/2011 às 9:04 • Atualizada em 29/08/2022 às 6:07 - há XX semanas
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Rinaldo deixou filha de 7 meses
O soldado reformado da Polícia Militar Rinaldo de Oliveira Fernandes, 33 anos, foi morto com mais de dez tiros no início da madrugada de ontem, após reclamar do volume do som de um Pálio branco na Rótula da Feirinha, em Cajazeiras X. Depois de discutir com o condutor do veículo, Rinaldo seguiu com sua prima Jeane Isis Oliveira para deixar uma amiga na Boca da Mata. Segundo o relato de Jeane à polícia, perto do final de linha do bairro, ela e Rinaldo foram abordados pelos homens que estavam no Pálio e eles executaram o PM. De acordo com moradores da área que testemunharam o crime e estavam muito assustados, Jeane se jogou debaixo do carro e não ficou ferida. “Uma mulher desceu do carro e a outra ficou com o rapaz dentro do veículo. Os caras chegaram perto e começaram a gritar pedindo para que o motorista entregasse a arma”, contou um morador da rua que pediu para não ser identificado. Outra moradora lembra dos momentos de pânico. “Escutei o barulho dos tiros e quando saí para ver o que tinha acontecido, só vi o rapaz caído e uma mulher gritando por socorro. Foi horrível”, relatou enquanto apontava para as marcas de sangue no chão. De acordo com o delegado Márcio Allan, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, os suspeitos já foram identificados. “Recebemos informações sobre os criminosos e estamos à procura deles, inclusive com o suporte de policiais militares da região. Tudo indica que a vítima foi assassinada por motivo fútil”, contou. EnterroSob aplausos, o corpo de Rinaldo foi sepultado no final da tarde de ontem no cemitério Bosque da Paz. Durante o velório, o pai de Rinaldo, Miraldo Manoel Fernandes, 64, desabafou: “Hoje foi o meu filho, um homem trabalhador e honesto. Quando o governo e a Secretaria da Segurança Pública vão dar segurança a quem paga seus impostos? Em Cajazeiras, são só 122 policiais”, criticou. E continuou: “Hoje foi o meu filho, mas amanhã pode ser qualquer um. Mas, Deus é bom e a justiça será feita”. O pai do policial foi aplaudido por todos. Rinaldo era lotado na 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Cajazeiras. Ele estava afastado há mais de sete anos por problemas de saúde, segundo seu Miraldo. Perda A mulher do policial, de prenome Silvânia, teve que ser amparada por parentes. “Eu não consigo achar força. Ele era tão bom. Minha filha, meu Deus”, lamentava, lembrando da filha do casal, que tem apenas 7 meses de vida. Já a auxiliar administrativa Josete Oliveira, 41, amiga de Rinaldo, lembra que a vítima era querida no bairro. “Gente boa, bom policial, não tinha inimizade com ninguém. Por bobagem tiraram a vida do meu amigo, de um pai de família. A cidade está precisando de ajuda. Hoje se mata por nada”, reclamou. A doceira Lúcia Maria Costa, 47, amiga da família do policial assassinado, foi outra que reforçou as características de Rinaldo. “Amigo, companheiro. Faltam até palavras para definir. Estava feliz com a filha que nasceu há pouco tempo. Ele tinha toda uma vida pela frente, chega alguém e faz uma barbaridade dessas. Estão tirando a vida das pessoas como se fossem passarinhos. A situação é lamentável”, concluiu. Reclamação por buzina causou morte No início do mês, um outro crime que misturou veículos e motivação banal revoltou os moradores de São Caetano. Na manhã do dia 5, o habitual congestionamento do bairro levou o motorista de um Palio cinza a buzinar sem parar. Então, o auxiliar de barbearia Romildo Teixeira de Jesus, 29 anos, fez uma pergunta muito comum nas ruas de Salvador: “Está vendendo buzina?”. Foi o que bastou para o condutor do Palio ir embora com a promessa de retornar. Ele voltou mesmo, só que armado. Disparou dois tiros contra Romildo, que foi atingido no braço direito e no tórax e morreu. Os investigadores pretendem ouvir hoje o dono do Palio para saber se era ele que dirigia o carro no dia do crime.

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