A Polícia Militar vai instaurar um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstancias em que morreu o adolescente Rodrigo Santos Conceição, 15 anos. Segundo a PM, a guarnição da 1ª CIPM estava em ronda na Avenida Luis Eduardo Magalhães, no sábado de manhã, por causa de frequentes roubos à motoristas que têm sido praticado por assaltantes que se aproveitam dos congestionamentos na via, como noticiou o CORREIO no início deste mês (edição de seis de setembro). A viatura, segundo contaram policiais da 1ª CIPM, teria sido alvejada durante a ronda, iniciando uma perseguição a cinco homens que estariam armados. Em nota, a PM afirma que com o adolescente morto, o único localizado na incursão, foi encontrado uma pistola calibre 380. Familiares negam que o jovem estivesse armado. O Caso foi registrado pelos PMs na 11ª Delegacia Circunscricional da Polícia (11ª CP / Tancredo Neves).
PM acusada de executar garotoRodrigo estava se produzindo para se divertir com os amigos em uma festa de pagode. Na manhã do sábado comprou tinta para fazer mechas no cabelo. “Ele vivia lá em casa, namorava com minha filha há cinco meses. Ontem, antes de ir à barbearia pintar o cabelo, pediu que fizéssemos dois miojos e uma Josefina que ele iria comer quando voltasse”, conta a sogra, a diarista Simone Santos, 40. Rodrigo foi morto, na manhã de sábado, alvejado por policiais da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (1ª CIPM / Pernambués), na esquina da casa de Simone, onde estava. A circunstância da morte apresentada pela Polícia Militar diverge da versão dos familiares e testemunhas. “A polícia só chega lá atirando, batendo e xingando todo mundo. No sábado, quando Rodrigo se bateu com eles entrando no beco, com medo, ele e outras pessoas correram”, conta Simone. Um menor de 17 anos, conhecido de Rodrigo, também estava na Rua 28, onde a abordagem aconteceu. “Ele começou a correr, mas depois parou. De costa, ele parou e levantou a camisa para mostrar que não estava armado, mas já recebeu um tiro nas costas e se picou para dentro da casa de uma moça”, diz o menor que prefere não se identificar. “Poderia ser eu, para eles (policiais) só interessa matar”, diz. Em nota, o Departamento De Comunicação Social da PM afirma que a guarnição foi recebida no local por cinco homens armados. “(Os homens) efetuaram disparos de arma de fogo contra os militares, o que obrigou os policiais a reagirem à altura”, diz. Revolta Neste domingo (16) pela manhã, um protesto pela morte do adolescente fechou os dois sentidos da avenida Luis Eduardo Magalhães. Uma sucata de um veículo foi arrastada para a pista, impedindo o trânsito. Pneus e objetos foram queimados, uma equipe do Corpo de Bombeiros conteve as chamas. Os cartazes e os gritos de protestos acusavam os policiais de execução. Desde de manhã e até o início da noite, duas viaturas da 1ª CIPM permaneceram na Avenida, na altura de onde a morte ocorreu. O clima entre PMs e moradores era tenso. “Jogaram tijolos e até atiraram contra as viaturas durante os protestos, tivemos que reagir com bombas de efeito moral para dispersar”, conta o tenente da PM César, responsável pela operação que conteve a manifestação, no final da manhã. Também durante o enterro, que aconteceu à tarde no Cemitério Quinta dos Lázaros, ouvia-se gritos de “policiais assassinos”. O corpo foi sepultado sob o coro de um funk, cantado pelos amigos. “Tô cheio de ódio porque fizeram uma judiaria e ele não pode se defender”, diz trecho da letra. ‘Me prendam’Sob efeito de tranqüilizantes, a mãe, Eliana Gabriel dos Santos, 46, lamentou o acorrido. “Contaram que meu filho pediu ‘me prendam, mas não me matem’, isso dentro da casa de uma moça, que pediu para não fazer nada com ele, dizendo que ele era um menino de bem. Mesmo assim atiraram novamente nele. Quando viram que era menor, rasgaram a identidade e apresentaram no hospital com indigente. vou trabalhar e deixo meu filho vivo, volto e encontro ele morto. Eu confio na justiça de Deus agora”. O jovem foi levado pelos policiais para o Hospital Roberto Santos (HRS), onde já chegou sem sinais vitais. No dia 30 de julho, o estudante Alexandre da Silva, 14, e o servente Rafael Barreto, 19, morreram baleados durante uma operação da Rondesp e da 1ª CIPM na Saramandaia. As famílias dos jovens acusam de execução e os PMs foram afastados após a acusação. Um inquérito policial está em andamento, aguardando os resultados dos exames periciais nas armas e dos laudos cadavéricos para ser concluído, segundo a assessoria da PM. Matéria original do CorreioPM instaura inquérito para investigar denúncia de execução de jovem por policiais
Parentes e vizinhos fecharam avenida em protesto |
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