Os brincos com vestígios de sangue caídos no asfalto do Vale do Canela eram da estudante de Arquivologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Ana Carla Baldini Soares, 45 anos. Eles ficaram ali depois de ela ser morta com um tiro na cabeça, quando caminhava para o ponto de ônibus, ontem pela manhã. Estagiária na Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), no CAB, ela ia todos os dia de casa, no Canela, até esse ponto, situado em frente à Escola de Administração da Ufba. Mas ontem seu trajeto foi interrompido por uma bala. A poucos metros do ponto, a estudante foi atingida na cabeça por um homem em um veículo prata. Ana Carla, que estava acompanhada de uma mulher que não foi identificada pela polícia, chegou a ser socorrida por policiais militares, mas não resistiu ao chegar no setor de emergência do Hospital Geral do Estado (HGE). O disparo aconteceu por volta das 6h30. No local, testemunhas apontam duas versões para o crime. A primeira é de que ela teria sido baleada por um homem que passava num Gol prata de placa NSP 8815. “Ele passou e atirou. A placa é de um outro veículo”, declarou um policial militar que esteve no local e não se identificou. Já um funcionário da Masp Vigilância, que trabalha na Faculdade de Direito na Ufba – unidade próxima à Escola de Administração -, conta outra versão. “Uma estudante de Direito chegou aqui muito nervosa e perguntou se eu sabia do tiro. Ela passava pelo local de carro, quando viu um homem descer de um Fiat Palio prata e atirar contra a mulher”, contou o vigilante. InvestigaçãoA mulher que estava na companhia da vítima não foi encontrada pelos agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigam o caso. Ela teria deixado o local com o celular da vítima. “Não é descartada a possibilidade de uma tentativa de roubo. Vamos avaliar também se é um crime de mando ou passional. Nesse momento, nenhuma hipótese é desprezada”, afirmou a delegada Marta Nunes Rodrigues, do DHPP. Segundo a delegada, Ana Carla não tinha passagem pela polícia. As imagens de uma das câmeras da Ufba instaladas em frente à Escola de Medicina serão usadas na investigação. O equipamento gira em um ângulo de 360 graus. Uma ambulante que trabalha vendendo doces e salgados na porta da Escola de Administração disse que atendia um cliente quando escutou estampido. “Cheguei aqui às 5h30 e só ouvi o pipoco”, declarou a ambulante. O irmão dela, que a ajuda no serviço, correu em direção à multidão que já se aglomerava ao redor de Ana Carla ainda agonizante. “Ela sempre caminhava aqui sozinha. A mulher que estava com ela parecia ser conhecida dela porque não foi ouvida pelos policiais militares que chegaram. Os policiais estavam confusos de como ajudá-la. Foi nesse momento que a mulher aproveitou para pegar o celular da vítima e sair”, declarou o rapaz. A polícia não soube informar se a vítima estava com bolsa nem se teve pertences roubados. Questionado sobre por que os policiais não conduziram a mulher que acompanha Ana Carla para depor na delegacia, o major Sandes Júnior, comandante da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Barra/Graça), afirmou que teria que apurar a informação com o soldado responsável pelo socorro da vítima, de prenome Anaílton. “Isso só será possível daqui a dois dias, quando ele retorna ao plantão”. O corpo de Ana Carla foi enterrado no final da manhã no cemitério Campo Santo. Colaborou Caique Santos. Matéria original do CorreioPolícia ainda não tem pistas sobre morte de estudante da Ufba no Canela
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