Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > salvador
Whatsapp Whatsapp
SALVADOR

Policiais apontam os três pontos mais violentos do bairro da Barra

É bom redobrar a atenção nas ruas Afonso Celso, Marques de Caravelas e Marques de Leão

• 16/07/2011 às 15:31 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:28 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Ruas Afonso Celso, Marques de Caravelas e Marques de Leão. Quando você circular pela Barra, é bom redobrar a atenção nessas vias. O conselho é dos próprios policiais que trabalham na área. De acordo com agentes que trabalham na 14ª Delegacia, esses são os três pontos mais violentos do bairro. Principal ponto financeiro da região, a rua Marques de Leão tem quatro bancos - Caixa, Santander, Bradesco, Itaú - e é campeã em saidinhas bancárias. “Pelo menos umas quatro vezes na semana a gente tem conhecimento que alguém foi assaltado assim que deixou o banco. Eles (os bandidos) esperam as pessoas se afastarem e, na distração, abordam com armas”, relatou Francisco Jorge Freire Cardoso, 55 anos, mais de 20 deles morando na Barra.
A Marques de Leão, acima, tem quatro bancos e é visada para saidinhas
Moradores de rua também circulam frequentemente pelas ruas. “Na maioria das vezes, eles abordam mulheres. Outro dia, duas funcionárias do banco foram vítimas deles. Pegaram a bolsa de uma e a outra teve o celular roubado”, contou Joel Jesus Correia, 33, garçom do restaurante Yan Ping, na Marques de Leão. Já a rua Afonso Celso sofre principalmente com a ação dos sacizeiros, que furtam para manter o vício. “Aqui ocorrem muitos furtos de pivetes a turistas. Há dois dias, presenciei um grupo cercando duas estrangeiras. Elas foram surradas, de cair ao chão, e depois tiveram as malas, os relógios e pulseiras roubados”, contou Vinícius Cunha de Andrade, 25 anos, funcionário de um bar do local.
A Afonso Celso pega a rebarba dos assaltos da Marques de Leão
A rua é paralela à Marques de Leão e, por tabela, alguns casos de saidinha bancária já foram testemunhados. “Os caras de moto seguem até aqui as pessoas que saíram com dinheiro”, explicou Edson Melo, 43 anos, recepcionista da unidade de Recursos Humanos do Hospital Espanhol, instalada no local. Na rua Marques de Caravelas, os assaltos são realizados em grupos. “Na verdade, eles vêem de galera, como se fosse um arrastão, e vão atacando todas as pessoas que encontram pela frente”, disse Maria Odete de Lima, 45, balconista de uma loja de roupas. Segundo ela, os assaltantes normalmente são menores de idade anos e agem ao retornar da praia. “Não sei por que isso, mas acredito que devem usar drogas. Outro dia, um deles revolveu agir sozinho. O menino tinha acabado de roubar uma jóia de uma mulher, mas ele foi pego por um policial”, completou Maria Odete. Apesar dos variados relatos dos moradores e frequentadores, a polícia não informou as estatísticas de assaltos na região.
Na Marques de Caravelas, os assaltantes agem em grupo, ao sair da praia
Crimes Nos últimos dois meses, vários crimes chamaram a atenção no bairro. No dia 23 de maio, uma mulher foi brutalmente assassinada em um banheiro químico. No dia 7 deste mês, Carlos Antônio Vasconcelos Moreira, 34, foi assassinado a tiros por dois motoqueiros em frente ao edifício onde morava, na rua Florianópolis, um pedaço pacato do bairro. Nesta quinta-feira, a enfermeira Priscila Ferraz, 24, reagiu a um assalto no estacionamento do Shopping Barra e só sobreviveu porque as armas dos bandidos não funcionaram. Ontem, a administração do shopping entregou à polícia imagens do circuito interno de segurança que mostram o momento do assalto. A titular da 14ª Delegacia, Isabel Garrido, responsável pelo caso, disse que o vídeo não será divulgado. Ela afirmou, porém, que nas imagens não é possível identificar os bandidos. Pela descrição da enfermeira, a delegada conseguiu chegar a um suspeito, identificado como Ícaro, que já teve passagem pela polícia. Apresentada a fotografias do rapaz na delegacia, a enfermeira porém não conseguiu reconhecê-lo como um dos bandidos que a assaltou no estacionamento do estabelecimento. Turistas assustadosLeo barsan Enquanto os atrativos do bairro encantam os turistas, o assédio e a circulação de marginais deixam os visitantes em estado de alerta. “Chegamos hoje (ontem) aqui e só temos uma hora e meia de caminhada, mas a gente já percebe o movimento de pessoas envolvidas com drogas circulando nas ruas e entre os banhistas”, analisou o jornalista Sandro Nunes, 36, que veio de São Paulo com a mulher e dois filhos. “A saída é tomar alguns cuidados. Procuramos não andar com objetos de valor, por exemplo”, dá a dica. Os primeiros dias do casal paulista Érica Guedes, 33, e Rogério Ueti, 33, na Barra, foram apreensivos. “Estamos aqui há uma semana e no começo ficamos um pouco assustados com o assédio. Mas procuramos relaxar para aproveitar nosso passeio”, conforma-se Érica. “Essa sensação de insegurança está em todo lugar. O bom é que o povo daqui é muito hospitaleiro”, tenta relativizar.
O paulista Sandro, coma mulher, Isabel, e os filhos: atentos ao perigo
Para a guia de turismo Luciana Abreu, integrante do Movimento SOS Barra, a situação está fora de controle. “As autoridades não tomam providências e as pessoas estão intimidadas. A criminalidade está fora de controle. Em diversos pontos, o crack está lá para quem quiser ver”, afirma. Segundo ela, o clima de insegurança tem gerado reflexos no turismo. “Deixo de levar visitantes a certos locais, e os comerciantes têm sentido o efeito. Os clientes não estão aparecendo e Salvador vai na contramão”, emenda. Ela conta que escapou de um assalto esta semana. “Na terça-feira, praticamente fui assaltada no Morro do Gato, enquanto aguardava o ônibus. A sorte foi que o motorista percebeu a aproximação de um bandido que queria roubar a minha bolsa e alertou para que eu entrasse rápido”, lembra. Diante da violência, principalmente nos trechos indicados pela polícia, ela aconselha: “Não saiam depois que escureça”.

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM SALVADOR :

Ver mais em Salvador