O prédio da empresa Atento, no Comércio, onde houve um vazamento de gás, na sexta-feira (6), está com o alvará de funcionamento vencido. A informação foi fornecida, ontem, pela assessoria da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom). Técnicos do órgão, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), além do Corpo de Bombeiros estiveram no local para vistoriar o prédio.
A Sucom informou que a empresa apresentou uma certidão com o protocolo para a renovação do alvará. No entanto, o documento definitivo ainda não foi emitido pelo órgão municipal. O documento serve para garantir que o prédio obedece as normas de segurança. A assessoria da Atento afirmou que não conseguiu localizar, ontem à noite, o responsável pela renovação do alvará e não poderia comentar o caso. A empresa disse, em nota, ter adotado “todas as medidas necessárias para garantir a saúde, segurança e bem-estar de seus profissionais”. O comandante do Corpo de Bombeiros, Antônio Nascimento, explicou por que o prédio foi liberado na tarde de ontem. “Se a empresa fosse um laboratório, um depósito ou produzisse material químico, eu teria que investigar mais um pouco, mas essa empresa não trabalha com nenhum tipo de material químico, portanto, não há um risco objetivo”, disse. Funcionários contaram que, na semana passada, outro vazamento de gás provocou enjoos e dor de cabeça nos atendentes, mas em proporções menores. Entenda como foi o vazamento no Comércio; seis pessoas foram hospitalizadas Cerca de 40 pessoas passaram mal, ontem, com um vazamento de gás na empresa de call center Atento, no bairro do Uruguai. Funcionários precisaram ser retirados às pressas e o local ficou interditado por cinco horas pelo Corpo de Bombeiros. Ao menos seis pessoas foram hospitalizadas.
A causa do vazamento ainda está sendo apurada. Funcionários relataram que, por volta das 9h, alguns colegas procuraram o ambulatório da empresa dizendo estar sentindo dores de cabeça e náusea. Com o passar do tempo, mais pessoas começaram a apresentar os mesmos sintomas, além de reações alérgicas. “Meus olhos começaram a coçar e ficaram vermelhos. Eu comecei a sentir dor na nuca e fiquei meio tonta”, contou uma das atendentes. Quando os sintomas se espalharam, houve alvoroço para ir embora. “Ficamos assustados. Eu vi a colega do meu lado começar a tossir e a engulhar. Fiquei com medo. Todo mundo queria desligar (o computador) e ir embora”, contou a atendente Adriana Reis, 22 anos. Bombeiros Segundo os funcionários, alguns supervisores ajudaram a socorrer as pessoas que passaram mal, mas orientaram os outros atendentes a permanecerem trabalhando enquanto os bombeiros eram acionados. A Atento tem como clientes empresas do setor bancário e do comércio. As primeiras equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local por volta das 9h40 e ordenaram que o prédio fosse evacuado. “A primeira equipe identificou um cheiro estranho e, por segurança, ordenou a evacuação do local”, contou o comandante do 1º Grupamento dos Bombeiros (Barroquinha), tenente-coronel Antônio Júlio Nascimento. Ele diz que não foi identificado o tipo de gás que provocou o mal-estar. Algumas pessoas foram retiradas do prédio em cadeiras de rodas ou com a ajuda de amigos. Outras precisaram das macas do Samu. Um boato de que os supervisores da empresa estariam ordenando o retorno ao trabalho provocou tumulto. Alguns funcionários lançaram lixo na rua e ameaçaram fazer um protesto. A chegada da polícia e a chuva forte acalmou os ânimos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, quatro ambulâncias do Samu foram encaminhadas para o local e realizaram 11 atendimentos. Seis pessoas foram hospitalizadas: três foram levadas para o Hospital São Jorge, em Roma, e outras três para o Hospital Teresa de Lisieux, no Itaigara. A assessoria do hospital São Jorge informou que os paciente foram medicados e liberados no final da tarde. A assessoria do hospital Teresa de Lisieux não foi localizada para comentar o assunto. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia (Sinttel), Marcos Pires, pelo menos 3.500 funcionários trabalham no local. Desses, ao menos 40 passaram mal, segundo Pires. “O sindicato acionou os órgãos competentes para que seja feita uma investigação detalhada, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores”, disse. Por volta das 15h, os Bombeiros finalizaram a vistoria e liberaram o prédio. Segundo o comandante Nascimento, é provável, mas não há certeza, que o gás tenha se espalhado através do sistema de ar-condicionado do prédio. “A central de ar-condicionado pode efetivamente captar o ar do ambiente e trazer gases de outro local”, disse. A Atento informou, em nota, que adotou as medidas necessárias, tendo acionado o Corpo de Bombeiros e feito a evacuação do prédio.
Funcionários ficaram nervosos, quando os sintomas se espalharam entre os colegas, e deixaram o prédio |
Ao menos seis pessoas que passaram mal precisaram ser socorridas a hospitais; o Samu atendeu 11 |
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