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SALVADOR

Prefeitura afirma gastar R$ 30 mil por dia com buracos da Embasa

De acordo com a prefeitura, de 70 a 90 buracos surgem diariamente em Salvador devido a problemas com as redes de água e esgoto

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10/07/2013 às 9:18 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:05 - há XX semanas
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Que o asfalto de Salvador está desgastado, não é novidade. Que a cidade está cheia de buracos, também é nítido. Mas, além daqueles que se abrem devido ao desgaste do asfalto, há os buracos causados por danificações na rede da Embasa, como o que surgiu no Imbuí anteontem e engoliu parte de um carro. De acordo com a prefeitura, de 70 a 90 buracos surgem diariamente em Salvador devido a problemas com as redes de água e esgoto. As contas do município são de que eles consomem, em média, R$ 30 mil por dia. Agora, a prefeitura quer que a Embasa pague o prejuízo.
Rede da Embasa exposta em cratera na Estrada Velha foi atingida ontem por escavadeira da prefeitura
De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil (Sindec), o custo, acumulado em R$ 4 milhões desde janeiro, daria para realizar obras como a contenção da Avenida Contorno e oito quilômetros de via pavimentada, com passeio e drenagem. “Seis frentes de trabalho seriam necessárias para tampar todos os dias somente os buracos da Embasa”, diz o secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana. No entanto, as equipes acabam sendo as mesmas que trabalham na operação tapa-buracos e precisam ser deslocadas. Fontana afirma que a Embasa se nega a custear os reparos necessários depois das suas obras. “A prefeitura está bancando e pedindo que a Embasa coloque seis frentes de trabalho e pague toda a massa betuminosa, mas eles não estão querendo”, disse. Desde a segunda-feira, estão sendo catalogados os buracos causados por conta de obras da concessionária e os relatórios deverão ser usados em futuras ações judiciais. Por enquanto, a prefeitura informa que já vem suspendendo novos alvarás para ampliação de rede e anunciou que a Embasa terá que oferecer contrapartidas. Impasse“Realmente estão negando os alvarás e isso está causando atraso na conclusão de serviços e, consequentemente, prejudicando o abastecimento de água e coleta de esgoto em Salvador”, rebateu a Embasa, pela assessoria. A empresa afirmou, em nota, que vai pagar pelos reparos até então custeados pela prefeitura, “desde que sejam comprovados que tais serviços sejam devidos pela empresa”. Ontem, a disputa ganhou mais um episódio. Uma escavadeira a serviço da prefeitura caiu em uma cratera aberta há um mês, depois de um deslizamento de terra na Estrada Velha do Aeroporto, e quebrou um ponto da rede distribuidora de água, interrompendo o abastecimento da região. A Embasa é responsável por 8,4 mil quilômetros de tubulação na capital baiana: 630 mil ligações de água e 450 mil de esgoto. A empresa afirma que “realiza a recuperação dos pavimentos em todos os locais onde executa intervenção para manutenção ou implantação de redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário”. Mas, segundo o secretário Paulo Fontana, o trabalho é malfeito. “Quando a Embasa faz, um caminhão passa e o asfalto afunda. Aí a prefeitura tem que ir lá e fazer tudo de novo, porque o que eles usam é brita e farinha (de cimento)”. Na avaliação da Embasa, a prefeitura não teria prejuízo se o convênio para reparos, rescindido no ano passado unilateralmente, fosse mantido. Convênio Por duas décadas e até o último ano da gestão do ex-prefeito João Henrique, havia entre prefeitura e Embasa um contrato de quase R$ 2 milhões em que a concessionária pagava para que a administração municipal fizesse os reparo de buracos na rede. Em maio do ano passado, a prefeitura rescindiu o contrato, ainda não renovado. “A alegação, na época, foi a falta de estrutura para asfaltar todos os pontos. Naquele momento, a prefeitura tinha 6 mil solicitações da Embasa sem atendimento. Se o convênio fosse restabelecido, com estrutura necessária da prefeitura, isso não aconteceria”, informou a Embasa, em nota. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, existe o interesse em retomar o convênio, mas em termos que considera “justos”, que seria o pagamento por parte da Embasa de todo o asfalto utilizado, além das equipes que serão exclusivas para a recuperação destes buracos. Já a Embasa afirmou que houve várias tentativas de reativação do convênio, sem sucesso. Ainda segundo a empresa, a proposta apresentada pela prefeitura ultrapassava o custo mensal da empresa. Uma contraproposta será negociada hoje. ServiçoAtualmente, a empresa afirma manter quatro contratos voltados para manutenção de suas redes e recuperação dos pavimentos onde houver intervenção. Um quinto está sendo licitado exclusivamente para a recuperação asfáltica. Segundo a Embasa, cerca de R$ 133 mil são gastos mensalmente. Segundo a Embasa, o trabalho com brita era feito quando havia o convênio: o buraco era nivelado com brita e, em seguida, a prefeitura cobria com asfalto. Hoje, a Embasa garante que usa asfalto.
Buraco aberto por rompimento de adutora no Imbuí recebeu reparos
Com pressão da água, buracos da Embasa são maiores, diz prefeituraOs buracos causados por danos na rede da Embasa, segundo a prefeitura, são os mais trabalhosos no momento dos reparos. A justificativa é que, como geralmente surgem após acidentes na rede, são maiores, já que há uma pressão da água, que rompe a tubulação, jateia o subsolo e cava o buraco com maior rapidez. Anteontem, no Imbuí, foi isso que ocorreu. Pior para o dono do carro que foi parcialmente engolido. Em março de 2011, um outro veículo foi engolido por uma cratera na Avenida Paralela, aberta após o rompimento de uma adutora. Já o buraco aberto há cerca de um mês por um deslizamento de terra na Estrada Velha do Aeroporto é apontado pelo secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana, como um dos maiores deixados pela Embasa. Ontem, porém, foi a escavadeira da prefeitura que causou ainda mais transtornos na região, ao atingir a rede. A previsão é que o abastecimento de água da região começasse a ser normalizado no final da noite de ontem. Embasa planeja investir cerca de R$ 1 bilhão na rede até 2014Para o secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana, tanto a malha viária da cidade quanto a rede da Embasa estão ultrapassadas, o que favorece a abertura de novos buracos, muitos próximos aos que são fechados. Segundo Fontana, o problema já existia, mas está latente porque a rede está ficando mais antiga. Em nota, a Embasa afirma que vem substituindo as redes antigas, mas que o grande fluxo de veículos nas ruas durante todo o dia dificulta a atividade. “Até 2014, a Embasa investirá cerca de R$ 1 bilhão em expansão e melhorias operacionais na capital baiana, sendo R$ 334,7 milhões em abastecimento de água e R$ 740,3 milhões em esgotamento sanitário”, informa a nota. “A rede está toda podre, está vencida, porque foi construída há mais de 40 anos”, diz Fontana. Ele acrescentou que, na malha viária da cidade, apenas a Avenida Luis Eduardo Magalhães não tem grandes problemas. “A Manoel Dias está na UTI e o restante da cidade, no Jardim da Saudade”, concluiu. Matéria original do Correio Prefeitura afirma gastar R$ 30 mil por dia com buracos da Embasa

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