Nesta quinta-feira (21), o secretário da Casa Civil do Estado, Rui Costa, e o secretário de Transporte e Urbanismo do Município, José Carlos Aleluia, apresentaram as propostas do Governo e da Prefeitura para o metrô, respectivamente, em uma audiência pública realizada no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores. O impasse sobre a integração entre ônibus e metrô continua e a audiência precisou ser interrompida depois de muita confusão, terminando em vaias. Veja também Matéria do Fala Bahia: Audiência do metrô, na Câmara de Salvador, não avança entendimentos Valor da passagem de ônibus que fará integração com o metrô causa impasse entre a Prefeitura e o Estado Impasse sobre tarifa põe em risco prazos para terminar Linha 1 e construir a Linha 2 do metrô Basicamente, o Governo do Estado defende um serviço de transporte complementar com os ônibus e a Prefeitura propõe a integração dos sistemas. A resolução deste impasse deve ganhar novos rumos nesta sexta-feira (22), quando o prefeito ACM Neto e o governador Jaques Wagner voltam a se reunir. Proposta e argumento do GovernoCosta garante a ida dos passageiros para o metrô por de ônibus que circulassem em um raio de 5 km das estações, além de intervenções nas avenidas Gal Costa e 29 de março. Este método, segundo o secretário da Casa Civil do Estado, viabilizaria o metrô.
"Nós temos que buscar um equilíbrio, onde nós temos viabilidade para o metrô e evidente que mantenha a viabilidade de todo o sistema. Esse é o ponto que ainda não há acordo. A proposta do Governo do Estado é manter um sistema alimentador integrado à passagem do metrô. Então o metro ofereceria um transporte gratuito à população a partir da estação do metrô num raio de 5km. Esta é a proposta colocada e isso viabilizaria a demanda para o metrô", disse Costa. Ele deu o exemplo de uma pessoa que reside em Cajazeiras, que poderia acessar a estação de Pirajá através desse ônibus, que seria especial, "um ônibus do metrô", tendo acesso a este meio de transporte pagando somente a passagem do metrô. Durante a audiência, Costa também afirmou que a proposta do Governo do Estado já havia sido acordada com a gestão de João Henrique, tendo sido realizadas quatro audiências públicas no ano passado, inclusive com a participação da Sindicato das Empresas de Transportes Públicos (Setps), sem questionamentos e tendo o consentimento de todos. Esta discussão, portanto, teria começado neste ano. Proposta e argumento da PrefeituraJá a Prefeitura argumenta que o metrô vai atender apenas a 10% dos usuários de ônibus , não sendo o sistema complementar justo para a maioria. "O transporte complementar é um grande erro. Eu não conheço nenhum técnico que imagine que o metrô possa sobreviver com o transporte complementar. O metrô é uma linha auxiliar do ônibus. O metrô não vai atender à maioria da população. Quem mora em Plataforma vai continuar pagando R$ 2,80. Quem pegar o metrô, vai pagar a tarifa do metrô, que é maior. Então não há nada de graça. O metrô é importante, mas custa mais caro do que o ônibus", afirmou Aleluia, que defende a interligação entre os dois sistemas. O secretário de Transporte e Urbanismo do Município disse ainda que nove em cada dez passageiros que utilizarem o metrô primeiro passarão em um ônibus e pagarão a tarifa do ônibus. "O sistema de ônibus concorda em pagar para o metrô R$ 1,40, ou seja, a metade, por cada passageiro. Eles vão cobrar a diferença, mas nós não podemos fazer com que se passe muito mais, porque isso iria levar aumentar a passagem de ônibus dos outros", argumentou. Divergência entre o Governo e a PrefeituraPor outro lado, Costa insiste que o metrô não é viável sem o serviço complementar e a verba garantida pela União (cerca de R$ 1 bilhão) teria outro destino. "Os passageiros não caminharão de São Cristóvão até Mussurunga. Eles não caminharão da Fazenda Grande, de São Caetano até o Retiro. Portanto, nós não teremos demanda para este metrô e portanto ele não se viabiliza, e os recursos que o governador já anunciou poderão, neste caso de negativa da Prefeitura, ser utilizado em outras obras de Salvador", disse. Aleluia minimizou esta divergência. "O governador toma a decisão que quiser. Eu quero que invista em Salvador. Se ele me perguntasse como investir em Salvador eu daria para ele uma proposta. Mas ele decidiu fazer o metrô e nós não vamos criar empecilho para ele fazer o metrô. Pelo contrário, a Prefeitura está disposta e interessada em ajudar o Estado a investir no metrô que ele decidiu fazer", afirmou. O secretário de Transporte e Urbanismo do Município também fez críticas à proposta do Governo, ao afirmar que o metrô não atenderá à maioria por ter sido escolhido um lugar (no caso, a Paralela) onde não moram muitas pessoas, não teriam muitos passageiros. *Com informações da reportagem e do repórter da CBN Salvador Heider Mustafá Confira o áudio da reportagem de Heider Mustafá, da CBN Salvador (91,3)
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade