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SALVADOR

Prefeitura vai receber unidades nesta quarta (9), mas não diz o que vai fazer

Se a solução não for apresentada ao longo do dia de hoje, os postos amanhecerão fechados

• 08/11/2011 às 11:22 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:39 - há XX semanas

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A menos de 24 horas das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) devolverem a administração do Centro de Saúde Dr. Edson Teixeira Barbosa, em Pernambués, e o 12º Centro de Saúde Alfredo Boureau, na Boca do Rio, a prefeitura não tem informações sobre como ficará o atendimento. Se a solução não for apresentada ao longo do dia de hoje, os postos amanhecerão fechados amanhã. O CORREIO tentou contato ontem, durante todo o dia, com o secretário municipal de Saúde, Gilberto José, mas ele não atendeu às ligações e, por meio de sua assessoria, informou que não iria se pronunciar sobre o assunto. A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou inicialmente que José "aguarda a finalização dos trâmites legais para contratação da nova empresa gestora para se pronunciar". Mais tarde, em nota, o órgão informou que "a partir de quinta-feira, os postos já estarão sendo administrados pela nova instituição, vencedora do processo emergencial para prestação do serviço, em substituição às Osid". A mensagem não informa, porém, que instituição é essa, nem dá nenhum detalhe sobre o ‘processo emergencial’. Segundo as Osid, são realizados por mês 117 mil atendimentos nos dois postos. Com a falta de definição, a dona de casa Erundina Souza, 51, não conseguiu marcar exames na manhã de ontem no posto da Boca do Rio. "Não marquei porque ninguém sabe se o posto vai funcionar", conta. Mãe de cinco filhos, ela depende do posto para fazer o acompanhamento do filho que tem problemas mentais. "Não tenho convênio médico. Uso o posto para tudo, principalmente para fazer exames. Votei duas vezes nesse prefeito e agora ele vai me deixar na mão?", reclama. Grávida de 5 meses, a manicure Ivonete Araújo, 33, também está apreensiva com o futuro do seu bebê. "Se fechar o posto não sei o que será de mim. Onde é que vou fazer o pré-natal?", questiona. O pedreiro Roberto Cardoso, 33, elogia a unidade de Pernambués, onde costuma buscar atendimento. "Meus dois filhos estavam com febre, vômito e dor de cabeça. A gente trouxe para aqui porque é o mais próximo de casa que tem. Independente de quem assumir, o mais importante é sempre manter esse posto e não deixar fechar", diz. A gerente da unidade da Boca do Rio, Mirela Carvalho, diz que há preocupação com os pacientes de emergência. Segundo ela, a ideia é transferi-los. "O secretário esteve aqui semana passada e disse que o posto não iria parar, mas não deu detalhes", conta. FuncionáriosSegundo o diretor operacional das Osid, Sérgio Lopes, desde o dia 18 de outubro 400 funcionários que trabalham nos postos estão cumprindo aviso prévio. "A equipe fica sentida, mas imaginava que isso aconteceria por causa da falta de repasses da prefeitura", explica. Ao ser surpreendida com o anúncio, a técnica de enfermagem Valdenice Sacramento diz que está desesperada. "Só sei que com a rescisão vou pagar primeiro as dívidas porque até agora a gente não sabe como vai ser", destaca. "Amanhã (hoje) vai ser um tal de 'chororô' porque muita gente vai ficar desempregada. Eu mesmo vou fazer biscates", complementa o funcionário da limpeza do posto da Boca do Rio, Edmilson Silva, 50. Sérgio Lopes ressalta que o secretário Gilberto José afirmou em reunião que esses funcionários seriam mantidos pela empresa que assumir as unidades. E em nota a SMS reafirma que "todos os funcionários que desejarem poderão ser absorvidos pela nova contratada". Mas há quem duvide. "Se com as Osid a prefeitura não cumpriu, o que garante que vai ser responsável com as outras? Não acredito na prefeitura", diz a pediatra que trabalha no local, Maria das Graças Mendes. DívidaO contrato entre as Osid e a prefeitura foi firmado em 2005 e estabelecia um repasse de cerca de R$ 619 mil mensais para a unidade de Pernambués e R$ 654 mil para a da Boca do Rio. Mas, em 2007, os problemas começaram. "Gastamos por mês R$ 700 mil para manter os postos e passamos a atender cerca de 10 mil pacientes a mais em cada posto. Ou seja, o valor passou a ser deficitário", declara Lopes. A decisão de entregar os postos foi comunicada à SMS mês passado. Dos R$ 6,3 milhões que o município deve às Osid, R$ 1,9 milhão já foi pago e R$ 1,9 milhão deve ser quitado quinta-feira, segundo a SMS. "Depois de tanto desgaste acho pouco provável fazer mais contratos com a prefeitura. Ao menos com essa gestão", declara Lopes.

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