A boemia não vai mudar de endereço. Nem a cerveja barata ao ar livre, com vista para o mar... No entanto, a partir do Verão de 2016, o Mercado do Peixe, um dos principais pontos de encontro do Rio Vermelho, vai estar de cara nova, após R$ 3,2 milhões em investimentos.
Desde a semana passada, já há tapumes cobrindo a parte de trás do equipamento. Outro sinal de que o processo de mudança está adiantado é que ontem foi publicada no Diário Oficial do Município uma portaria que determinou a revogação das licenças dos permissionários do mercado, em função da desativação do próprio estabelecimento. Com a saída dos bares, o ritmo das obras será intensificado. Saída De acordo com a secretária municipal da Ordem Pública, Rosemma Maluf, os comerciantes têm até o dia 31 de maio para deixar o local. “Este mercado específico não vai existir mais. As licenças serão cassadas e, posteriormente, novas licenças serão emitidas”, explica. “A legislação do município estabelece essa premissa, considerando que o interesse público é maior do que o individual”, completa Rosemma. Para a secretária, a atual estrutura do mercado tem deixado a desejar – mesmo tendo passado por uma reforma há cinco anos. “É um equipamento que não tem a qualidade que o Rio Vermelho pede hoje. É um mercado municipal de pequeno porte, sem conforto, enquanto o bairro tem uma dimensão muito expressiva para Salvador”, avalia ela. “Precisamos de um equipamento de acordo com o padrão que o bairro tem hoje”, complementa Rosemma. Ela diz que ainda não está definido como será feita a escolha dos futuros ocupantes do mercado, mas garante que os atuais permissionários poderão concorrer aos espaços. Apesar de as obras já terem começado na semana passada, Rosemma afirma que ainda está aguardando detalhes do projeto – inclusive a quantidade de quiosques que será disponibilizada – para iniciar o processo de licenciamento. Ainda segundo a secretária, a alternativa para relocar os atuais permissionários ainda não foi definida. Expectativa Apesar da indefinição, os atuais licenciados não têm dúvidas de que vão continuar no local. “Temos um acordo com eles (prefeitura), até porque fica inviável sair para um local provisório, enquanto o mercado está em obras”, diz o comerciante Alex Nunes, que comanda o Big Bar há cinco anos. Para ele, a mudança é boa. “A reforma vai dar uma nova cara ao local, porque estamos precisando atrair mais clientes”, espera. Segundo Alex, o movimento foi reduzido à metade nos últimos três anos. A também permissionária Taiana dos Santos, do boxe São Jorge, até aceitaria ficar, temporariamente, em outro mercado municipal, desde que retornasse ao seu posto. “A gente só não teria como ficar fora daqui e espero que todos continuem”, diz Taiana, que apoia a reforma. “Precisa desse choque, porque o povão gosta é de coisa nova”, diz a comerciante, que atua no local há 10 anos. Porém, outro permissionário, que preferiu não se identificar, conta que ninguém foi avisado com antecedência. Ou seja, não estava preparado para as intervenções. “Foi tudo de supetão. Para mim, é uma incógnita o que vai acontecer com o pessoal depois”, declarou.
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