Greve da Polícia Militar Policiais militares do estado da Bahia deflagraram greve no dia 15 de abril deste ano. A categoria cobrava
revisão do CET dos Praças na proporção de 25% para os praças administrativos, 45% para os operacionais e 60% para os motoristas; retirada para nova discussão da proposta do Código de Ética e rediscussão das propostas do Estatuto e Plano de carreira; revisão dos projetos administrativos relacionados a mobilização de 2012; além da regulamentação do art.92, nas bases negociadas com o Governo do Estado, Associações e PM. Além disso, os líderes da greve pediam a não punição de policiais que participaram da greve de 2012 e também da atual. Ou seja, anistia.
O arcebispo-primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, chegou a ser chamado para abençoar um acordo entre os policiais e o governo
A greve durou pouco mais de 40 horas e durante esse período,
saques,
assaltos, paralisações,
prisões e até mortes assombraram Salvador.
Mais de 20 mortes registradas e 29 carros roubados, estabelecimentos saqueados, arrastões e muito pânico promovido.
A presidente Dilma Rousseff autorizou a ida da Força Nacional para Salvador, estabelecimentos comerciais e faculdades fecharam as portas antes do habitual, premiações e eventos culturais foram adiados, bem como shows e jogos de Bahia e Vitória; até a Guarda Municipal resolveu fazer paralisação por falta de segurança. O fim da greve foi anunciado por Marcos Prisco, coordenador-geral da Aspra, que comemorou o fim das negociações e o saldo positivo: "Vamos fazer um churrasco em comemoração a nossa vitória".
Prisco foi preso logo após o fim da greve a pedido do Ministério Público Federal da Bahia. Ele estava em um resort em Costa do Sauípe. O MP diz que requereu a prisão para a
garantia da ordem pública. Marco Prisco foi solto no dia 4 de junho, depois que os advogados do vereador
pagaram a fiança do parlamentar no valor de R$ 21.720.
Greve dos Rodoviários Cerca de uma semana após o fim da greve da Polícia Militar,
rodoviários de Salvador decidiram fazer uma paralisação. Os rodoviários pediam um aumento de 15% mais R$17 em ticket alimentação e a redução na jornada de trabalho para 6h20, com acréscimo de 1h para descanso.
Um acordo fechado entre o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira e a prefeitura foi reivindicado pela categoria, que contestou a decisão. Chamado de traidor, o representante da classe no sindicato prontamente voltou atrás e aderiu à reivindicação, fazendo a greve se instalar de forma efetiva.
O secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, chegou a garantir disponibilizar a Polícia Militar para escoltar os motoristas de ônibus que não aderirem ao movimento grevista, no entanto, muitos trabalhadores decidiram não circular. O TRT determinou que uma frota mínima com 70% dos ônibus circulasse por Salvador nos horários de picos sob multa diária de R$ 100 mil ao sindicato. No entanto,
a população teve que buscar alternativas para conseguir chegar ao trabalho. Com os pontos de ônibus lotados a espera de um transporte coletivo, os passageiros acabam tendo que pegar uma van ou um mototáxi, que chegou a cobrar o valor de R$40 pela corrida.
Após três dias, a categoria aceitou a proposta de reajuste de 9% do salário mais o valor de R$14 em ticket alimentação e a redução de jornada de trabalho para 6h40 mais 20 minutos de descanso. O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, confirmou o fim da greve e afirmou que houve também o acordo para o fim da contrapartida de 5% no ticket para o trabalhador e a implementação da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Além disso, a prefeitura garantiu o pagamento da gratificação do Carnaval.
O Metrô funcionou!Depois de 14 anos de espera, o metrô de Salvador finalmente
fez sua primeira viagem oficial em junho deste ano, poucos dias antes do início da Copa do Mundo. O primeiro trecho inaugurado foi a Linha 1, que deveria ter 12 quilômetros e ligar o Centro de Salvador ao bairro de Pirajá, mas acabou saindo com apenas 7,3 km,
passando pelas estações da Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Acesso Norte e Retiro. O investimento total da obra foi de R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,4 bilhão da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), empresa que administra o metrô, R$ 1,2 bilhão do governo federal e R$ 1 bilhão do governo estadual. De acordo com o governo estadual, a previsão é que a Linha 1 chegue a Pirajá no primeiro semestre de 2015, e, finalmente, complete os 12 quilômetros previstos na obra. Em maio deste ano, antes mesmo de ser inaugurado, o metrô registrou seu primeiro acidente. Um trabalhador
sul-coreano morreu eletrocutado quando fazia testes dos trens do trecho Acesso Norte. Ainda em maio, cerca de 300 operários da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) foram proibidos peça Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE) de trabalhar no canteiro de obras do metrô, no Retiro. No mês de agosto, uma outra morte foi registrada no metrô.
Eldo Pereira Alves, de 25 anos, caiu de um poste durante uma obra da CCR. Ele prestava serviço para uma empresa terceirizada em uma obra na região da Baixinha de Santo Antônio. A morte de Eldo fez com que
1.800 funcionários paralisassem suas atividades por tempo indeterminado. Ouve ainda um
descarrilamento de parte do metrô em novembro deste ano. Ninguém ficou ferido.
Caso GeovaneA
morte do jovem Geovane Mascarenhas de Santana, de 22 anos, que
desapareceu em agosto deste ano depois de ser abordado por policiais militares na Calçada, causou uma grande comoção entre os baianos. Imagens de uma câmera de segurança do local mostraram o rapaz sendo abordado por três PMs. Geovane foi revistado e, instantes depois, colocado no fundo da viatura. Em seguida, os policiais deixam o local, sendo que um deles sai pilotando a moto do rapaz.
O corpo de Geovane foi encontrado 13 dias depois, carbonizado,
decapitado e sem mãos. Os três
PMs envolvidos no caso têm nomes divulgados e são presos mas acabam
soltos dois meses depois.
Nova Orla da BarraInaugurada no dia 22 de agosto, a nova orla da Barra ganhou asfalto feito para servir como piso compartilhado. Balaustrada completamente recuperada com uso de microfibra plástica, para aumento na resistência. Duas rampas de acesso à praia, na altura do Farol e do Porto, e 12 escadas recuperadas. Foram renovadas as redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário, implantada nova rede de gás, além da infraestrutura para cabeamento de fios. As intervenções foram executadas pela construtora Odebrecht, vencedora da licitação para elaboração do projeto básico e executivo, com investimento de cerca de R$60 milhões.
Veja antes e depois do local. Além da orla da Barra,
dois trechos da orla do Subúrbio também foram entregues recuperados em 2014. Cerca de 2,4 km em São Tomé do Paripe e Tubarão receberam novo piso, iluminação em LED, paisagismo finalizado e outras intervenções. O investimento foi de cerca de R$ 9,5 milhões.
Caso Paulinho MegaEm agosto deste ano, a família do advogado Ricardo Melo, de 37 anos, acusava o empresário Paulo Roberto Gomez Guimarães Filho, mais conhecido como Paulinho Mega, de ter sequestrado o homem no mês de abril. A família oferecia uma
recompensa no valor de R$20 mil pelo paradeiro do suposto sequestrador. Paulinho Mega se aproximou de Ricardo no prédio onde moravam, no Corredor da Vitória, e para sensibilizar a vítima e tornar o contato ainda mais próximo, Mega teria dito ainda que tinha um câncer terminal. Cerca de dez dias depois da
denúncia pública, Paulinho Mega foi preso em São Paulo e
confessou à polícia ser o mentor do sequestro para conseguir dinheiro e viajar. Paulo já havia sido condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato, em fevereiro de 2003, do administrador
Carlos Alexandre Rodrigues, então com 35 anos, outro vizinho de Mega. Mega contou com a ajuda de um comparsa, Arivan de Almeida Morais, 36 anos, e manteve o advogado em cativeiro dentro de um casebre no bairro de Castelo Branco até matá-lo com uma paulada na cabeça. O corpo do advogado foi encontrado cerca de quatro meses depois do crime, em uma cisterna no bairro de Castelo Branco, já em estado de gigantismo. O corpo foi confirmado como o de Ricardo ainda no início de setembro e
foi enterrado em outubro, depois de passar 52
dias no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues.
Fechamento do Hospital EspanholEm setembro deste ano, a população de Salvador foi pega de surpresa com o
fechamento do Hospital Espanhol. Apenas uma ala que funcionava como abrigo continuou aberta, os pacientes que estavam fazendo tratamento na unidade de saúde foram transferidos para outros hospitais. De acordo com Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), o primeiro sinal da crise começou com o
fechamento da emergência em 2013 (
ela foi reaberta dias depois) e um mês antes do fechamento, alguns médicos, que tinham relação com pessoas jurídicas, se reuniram e entenderam que o hospital não tinham condições de trabalho, além da falta de pagamento. Com 2.200 servidores à disposição dos pacientes e 270 leitos em operação, o Hospital Espanhol tinha despesas fixas mensais da ordem de R$ 15 milhões – cerca de R$ 500 mil por dia.
Com 15 dias de fechamento, a dívida que era de 200 milhões cresceu em pelo menos R$ 1,2 milhão. O governador do Estado, Jaques Wagner, decretou que os imóveis pertencentes à Real Sociedade Espanhola de Beneficência, onde funciona o Hospital Espanhol, sejam
bens de utilidade pública. De acordo com o diretor médico da unidade, Fábio Vilas Boas, a Real Sociedade Espanhola de Beneficência recebeu três propostas para normalizar o atendimento do hospital e ele
deve ser reaberto até fevereiro de 2015.
Assassinato do Padre FranciscoO
desaparecimento do padre Francisco de Souza no Santuário de Mãe Rainha, paróquia Nossa Senhora da Esperança, causou uma grande comoção entre os fiéis. Ele havia sido visto pela última vez na manhã do primeiro domingo de outubro e não apareceu para celebrar a missa da tarde.
O corpo do padre foi encontrado um dia depois do seu desaparecimento, em uma praia no bairro de Stella Maris, nas proximidades do Hotel Catussaba com diversas perfurações. Dois homens suspeitos de participar da morte do religioso foram
presos uma semana depois do crime na cidade de Igrapiúna. Segundo informações da 33ª Companhia Independente da Polícia Militar (Valença), que fez as prisões, André Ferreira Amaral e Robson Sousa Oliveira estavam em uma pousada da cidade e a PM chegou até eles através de denúncia.
A dupla confessou o crime para policiais da 33ª CIPM e de acordo com o titular da 1ª Delegacia de Homicídios, Marcelo Sansão, o
padre dava uma mesada para Robson havia três meses, mas interrompeu os pagamentos — o delegado não informou o valor, nem quando e por que o padre deixou de pagar a mesada, o que teria motivado o crime.
Estupro no estacionamento do shopping Salvador NorteUma mulher foi violentada sexualmente após ter tido o carro roubado no estacionamento do Salvador Norte Shopping, no bairro São Cristóvão, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi abordada por dois homens, que a obrigaram a entrar no seu veículo, um Renault Sandero branco, e deixaram o local com a mulher. Ela foi estuprada pela dupla e liberada após o crime. Os envolvidos no crime foram identificados através da análise das imagens das câmeras de segurança do shopping. Um dos suspeitos,
José Aparecido da Conceição, 35 anos, foi encontrado em Camaçari. O outro suspeito,
Adriano Santana Silva, foi preso cerca de 15 dias depois do crime. De acordo com a Polícia Civil,
Adriano já conhecia a vítima — ele trabalhou no shopping e sabia os hábitos da mulher, que revendia roupas.
Caso Faculdade Área 1O assassinato de um jovem dentro da Faculdade Área 1, na avenida Paralela, em outubro deste ano, deixou soteropolitanos em choque. Informações preliminares de testemunhas que estavam no local diziam que um atirador havia entrado na faculdade e disparado tiros contra os alunos. A notícia logo foi desmentida pela polícia que explicou que
o jovem de nome Railan da Silva Santana, 17 anos, tentava assaltar um aluno da instituição de ensino que reagiu ao assalto. O estudante era o
policial militar Jorge Figueiredo Miranda, 30 anos. Imagens das câmeras de seguranças e depoimentos das testemunhas apontam que
William Souza Santana, 24 anos, primo de Railan, foi quem planejou a ação. William é estudante do sétimo semestre de Direito na faculdade Ruy Barbosa, que fica ao lado da Faculdade Área 1.
Alunos da Área 1 se queixaram da falta de segurança no local e, alguns dizem ainda, que a coordenação da faculdade foi acionada antes do caso acontecer e nada foi feito.