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SALVADOR

Revitalização da orla de Salvador vai começar na Boca do Rio

Ao todo, serão reformados seis trechos. O projeto é de R$ 32,7 milhões, como anuncia em primeira mão o secretário da Casa Civil, Albérico Mascarenhas

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10/03/2013 às 9:28 • Atualizada em 29/08/2022 às 10:27 - há XX semanas
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O sol ainda não esfriou, mas os soteropolitanos já podem aguardar a chegada do Verão 2014 com mais otimismo em relação à qualificação de sua orla marítima. Ontem, o secretário da Casa Civil do município, Albérico Mascarenhas, anunciou ao CORREIO o prazo estimado e o orçamento de R$ 32,7 milhões para a revitalização de seis trechos da orla de Salvador. As obras começam na Boca do Rio já na segunda quinzena de março. As mudanças começarão no Jardim de Alah, passarão pelo fundo do Aeroclube e chegarão até a antiga sede de praia do Esporte Clube Bahia. Os outros trechos contemplados pelo projeto são: Ribeira, Barra, Rio Vermelho, Itapuã e Subúrbio Ferroviário (São Tomé de Paripe e Tubarão). A orla da Boca do Rio será a primeira a ser revitalizada pela questão orçamentária. O projeto já está pronto na Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (Sucop) e foi orçado em R$ 600 mil. Os recursos virão da própria Sucop.
A área do fundo do Aeroclube vai ganhar pistas de cooper, ciclovias e melhor iluminação. Além disso, todo calçamento será mudado e equipamentos esportivos implantados
IncrementoSerão melhorias nas pistas de cooper e ciclovias, na iluminação, no calçamento e nos equipamentos esportivos, no trecho logo após o Aeroclube. Segundo o secretário, o trecho entre o Jardim dos Namorados e o Aeroclube não está previsto na revitalização porque já são esperadas obras feitas pela Conder, do governo do estado. Porém, Mascarenhas lembra que também serão feitas obras nesse trecho pela empresa Foz do Brasil, subsidiária da Odebrecht, orçadas em R$ 3 milhões. A expectativa da prefeitura é que ainda este ano a obra esteja concluída. No início de fevereiro, o prefeito ACM Neto esteve na região e anunciou a criação de um espaço para integrar lazer e esporte. O projeto prevê a integração e requalificação de uma área que totaliza 80 mil metros quadrados. Já na Cidade Baixa serão priorizadas reformas em três trechos: as praias de São Tomé de Paripe, de Tubarão e um trecho da Ribeira, que vai da praia de Bogari até a Praça do Divino. Para esta região também estão previstas mudanças no calçamento, mais equipamentos esportivos e a implantação de pistas de cooper e ciclovias. “No caso das duas primeiras praias acredito que até o meio de abril já estaremos finalizando o projeto. Para a Ribeira, o projeto já está pronto e queremos lançar o edital até o mês de abril também”, diz o secretário. Os recursos ainda não estão fechados, mas o secretário Mascarenhas acredita que poderão ser gastos até R$ 8 milhões nas obras da região. Segundo Albérico, a área que dispõe do maior recurso é a Barra, no trecho que vai do Porto ao Cristo. Já citada pelo prefeito ACM Neto desde o início da sua gestão para receber uma grande intervenção, a região contaria inclusive com mudanças no trânsito para alargamento do calçadão.
Posto do Salvamar simboliza descaso com trecho da Orla. Isolado, local não tem área de lazer ou banheiros
Prazo“Estão previstos R$ 14,8 milhões do Ministério do Turismo. Até o final deste mês, estamos encaminhando o projeto para a Caixa Econômica Federal para a aprovação e liberação do recurso”, diz. Porém, essa é a obra que mais preocupa a prefeitura com relação ao prazo. “Tem que ser finalizada até dezembro, por causa do Verão”, salienta. Ele ressalta que esta é uma obra de maior impacto e que “só ficarão de pé as balaustradas”, com mudança completa do calçamento e iluminação. Também será recuperada a região do Rio Vermelho que vai da praia da Paciência até o Mercado do Peixe com melhorias no calçamento, na jardinagem, na iluminação. Para essa área, a prefeitura já tem projeto pronto, mas procura parcerias nas empresas privadas, no mesmo modelo em que foi feita a intervenção no Mercado do Peixe. Mesmo sem querer divulgar as empresas que já estão sendo sondadas, Mascarenhas diz que não haverá contrapartida. Ainda neste semestre deverá ser publicado o edital para as mudanças na região da orla de Itapuã. O Ministério do Turismo prevê liberar R$ 1,3 milhão, mas a prefeitura está preparando novo projeto para pedir mais R$ 2,2 milhões ao MinTur. “Nesse trecho, faremos a melhoria nas calçadas, na iluminação, mas daremos prioridade à total requalificação do Mercado de Itapuã”, diz o secretário. Mascarenhas afirma que o mercado manterá suas características, mas terá qualificação turística com restaurantes e espaços atrativos para os visitantes: “Temos que conversar com os comerciantes, pensar em como vamos reorganizá-los, enquanto fazemos essa reforma”. Albérico Mascarenhas garante que, com exceção da Barra, as obras na orla já estarão prontas para o Verão 2014: “A Barra tem uma ordem de serviço grande, mas até nela outras intervenções já serão feitas antes do próximo ano”. Orla da Boca do Rio é uma das mais degradadas - por Alexandre Lyrio Uma praça destruída, equipamentos para exercícios enferrujados, parte do calçadão danificada e banheiros públicos desativados. O local escolhido para receber o início das obras de revitalização da orla, na Boca do Rio, é apontado como um dos mais complicados do nosso litoral. Quase deserto, entre duas construções abandonadas - o Aeroclube e a antiga sede de praia do Bahia -, o trecho foi esquecido pelo poder público e, por consequência, pelos banhistas. Apenas empinadores de arraia povoam o local. “Além dos pipeiros, só têm outros dois tipos aqui: os sacizeiros e os malucos como eu, que insistem em passar nessa área”, disse o maqueiro de ambulância Valdir Bonfim, 40 anos, que ontem passeava na orla. “Não tem um parque, um jardim, uma praça. Espero que essas mudanças melhorem isso aqui”. A praia, em si, estava completamente vazia. “Só de vez em quando aparece algum doido tomando banho. Os dois banheiros com chuveiros foram fechados por falta de manutenção”, denunciou um dos salva-vidas que, ontem à tarde, trabalhava no degradado posto do Salvamar. O eletricista Genivaldo Soares, 49, um dos pipeiros, reclamou da falta de segurança. “Turista que aparece é assaltado. Quem não é pipeiro tá usando droga. A polícia dá baculejo e vai embora”. Houve um tempo em que a praça à beira-mar que fica ao lado do Aeroclube era frequentada. Hoje, com os bancos e aparelhos de academia destruídos, sobra até para a equipe do CORREIO. "Pô, a gente aqui querendo ‘fumar um’ e vocês fazendo foto", reclamou um homem Pendenga já dura mais de 6 anosA briga na Justiça envolvendo as barracas de praia da Orla de Salvador se arrasta desde outubro de 2006, quando o Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação contra a prefeitura, que fazia obras de ampliação das barracas sem licença ambiental. Em maio de 2007, a Justiça Federal vai além e manda demolir as barracas. Mas a prefeitura entra com recurso em prol dos barrqueiros. O processo fica parado até outubro de 2008, quando a gestão João Henrique apresenta um novo projeto Orla, que reduz em menos da metade o número de barracas de praia. A maioria seria instalada no calçadão e não mais na areia. O juiz aceita o projeto, mas, em janeiro de 2009, o processo volta a ser suspenso por novo recurso dos barraqueiros. Em agosto, um laudo da Vigilância Sanitária encontra irregularidades em 137 estabelecimentos. É a senha para o juiz da 13ª Vara Federal, Carlos D´Ávila, determinar a demolição de todas as 353 barracas da Orla de Salvador, das ilhas de Maré e dos Frades e de Bom Jesus dos Passos, o que, sob protestos dos barraqueiros, foi finalizado em agosto de 2010. Desde enão, o processo segue parado. A atual prefeitura anunciou o início da revitalização, mas o modelo a substituir as barracas ainda aguarda definição da Justiça sobre o formato das estruturas. Projeto ainda está na JustiçaO único trecho da orla marítima de Salvador que ainda não está com destino certo é o que vai da antiga sede de praia do Bahia até Piatã, localidades que antes recebiam a maioria das barracas de praia da cidade. Isso porque o projeto para esta área ainda está se desenrolando na Justiça. Até o momento, as conversas estão bastante adiantadas, segundo o titular da Casa Civil do município, Albérico Mascarenhas. Sem querer estipular um prazo, ele acredita que até o final desse semestre a questão estará resolvida com a Justiça. “Essa área vai ter uma intervenção completa. E a prefeitura de Salvador já começou a estudar o que poderá ser feito na região, mas temos que esperar a decisão judicial”, acrescenta Mascarenhas. O secretário lembrou que o projeto para esse trecho requer maior investimento, número que a prefeitura ainda não disponibiliza. Uma fonte que preferiu não revelar seu nome divulgou ao CORREIO, que a intenção da prefeitura é fazer um megaprojeto nessa área, que ficaria semelhante à orla do Rio, com quiosques e calçadão largo. Seria uma obra para começar daqui a dois anos e seria preciso um volume de recursos de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões.
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Matéria original: Correio 24h Revitalização da orla de Salvador vai começar na Boca do Rio

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