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SALVADOR

Segurança que planejou roubo trabalhava na loja há mais de um ano

Suspeito ordenou que comparsas fosse violento com os funcionários; segurança chegou a depor como vítima

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Redação iBahia

31/07/2017 às 17:01 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:09 - há XX semanas
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Os funcionários das lojas Americanas do Salvador Shopping, mantidos reféns durante um assalto ao estabelecimento na noite de terça-feira (25), mal podiam imaginar que toda ação havia sido planejada por um colega de trabalho. Preso desde sexta-feira (28), o segurança Erick de Jesus Barbosa, 26 anos, era funcionário das Americanas há um ano e meio e é acusado pela polícia de ser o mentor da ação.

Erick (à esquerda) e Bruno confessaram o crime (Foto: Marina Silva/CORREIO)

Conforme a titular da 16ª Delegacia (Pituba), delegacia Maria Selma Lima, Erick chegou a prestar depoimento como vítima - já que estava de serviço na noite do roubo. Outro acusado de ter participado do crime, o agente de limpeza Bruno Conceição dos Santos, 21, foi preso no sábado (29). Em apresentação dos suspeitos à imprensa, na manhã desta segunda-feira (31), ambos mantiveram o rosto coberto.

Diante dos questionamentos quanto ao que teria lhe motivado a planejar o crime, Erick se limitou a dizer que não bebe, não fuma e não é usuário de drogas. Bruno permaneceu calado. "O que me espanta é que eles são trabalhadores, os dois exerciam suas profissões com carteira assinada e se bandearam para a área do crime", pontuou Maria Selma.

A delegada explicou que, além de Bruno e Erick, outros dois suspeitos são procurados pela polícia. São eles Leonardo das Virgens Barbosa, o Macaco - que usou uma máscara de Homem-Aranha - e um outro homem identificado apenas como Kimono. "O advogado de Macaco entrou em contato e disse que ele vai se apresentar. Estamos aguardando. Ele já trabalhou na Marinha e também não tem histórico criminal", informou a delegada.

A polícia chegou a identificar o motorista de Uber Alan Correia dos Santos, como sendo o do procurado Kimono, mas voltou atrás, nesta segunda, e informou que errou ao divulgar a foto de Alan. "Assistimos as imagens e esse carro prata aparecia. Coincidentemente, o Alan Correia estava trabalhando como Uber aquele dia, naquela região, no mesmo horário. Chegamos até ele, que veio aqui acompanhado por um advogado e prestou depoimento. É importante que fique claro que ele é tão vítima quanto os funcionários da loja. O que aconteceu foi que clonaram a placa do carro dele", salientou.

A delegada acrescentou que o carro usado pelo assalto era idêntico ao do motorista Alan, que foi ouvido e liberado. Kimono foi o piloto da ação e segue procurado pela polícia. Maria Selma informou, ainda, que todos os envolvidos são da localidade de Jaguaripe, em Cajazeiras.

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Léo Macaco (à esquerda) e Bruno (Foto: Marina Silva/CORREIO)


Em depoimento, Erick confessou o crime e disse que planejou o roubo porque estava sendo ameaçado por traficantes de Jaguaripe, o que não convenceu a Polícia Civil. "Ele mentiu muito durante o depoimento. Os comparsas disseram que ele ordenou que fossem violentos com os funcionários para conseguirem as chaves do cofre, mas ele negou. Ele chegou a tomar tapas dos outros, na tentativa de forjar uma agressão", pontuou.

Vítima

Maria Selma salientou o fato do segurança ter prestado depoimento como vítima do assalto. "Eu pedi que todos os funcionários fizessem o retrato falado [de Bruno], o de todos eles eram similares, exceto o de Erick. Ele deu características que destoavam totalmente com os demais", relatou a delegada, afirmando que começou a desconfiar do suspeito a partir de então.

Advogado diz que Léo Macaco vai se entregar (Foto: Reprodução/Marina Silva)

"Eles chegaram a pisar e jogar o HD com as imagens em um balde de água, mas nós conseguimos recuperar. Enquanto o Léo Macaco e Bruno roubam os objetos, os funcionários estavam trancados em um local, e ele era o único do lado de fora. Deu toda cobertura. As imagens mostram ele facilitando a fuga dos dois", disse.

Do material roubado, segundo a polícia, apenas dois celulares e um notebook foram recuperados. "Neste tipo de roubo, orquestrado por uma quadrilha, cede um carro e as armas. Depois os caras entregam o material roubado para que o chefe da quadrilha distribua", completa. Erick e Bruno tiveram a prisão preventiva decretada. Dois advogados cuidam da defesa do segurança.

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