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SALVADOR

Sem estrutura, Stella Maris receberá seleções no mês que vem

odem chegar, fiquem à vontade, mas, por favor, não reparem a bagunça. Moradores estão acostumados às esburacadas, falta de calçamento e segurança

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28/05/2013 às 9:16 • Atualizada em 27/08/2022 às 9:03 - há XX semanas
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Em solo baiano, os jogadores das seleções de futebol do Brasil, Uruguai e Nigéria sentirão o gostinho do que é morar em Salvador. Quando por cá pousarem para as partidas que disputarão na primeira fase da Copa das Confederações, em junho, no caminho ao hotel, caberá ao motorista driblar os buracos e desníveis de pista. Em alguns trechos, todavia, será inevitável aos atletas a sensação de tremor e alguns solavancos.
Se dentro das hospedarias em Stella Maris, o que não falta aos atletas é luxo, é só chegar na janela, ou decidir dar uma volta para conhecer a vizinhança, para que vejam o entorno de ruas sem asfaltamento, pontos de ônibus desertos e degradados e matagais ao lado de calçadas — também em má conservação.
“Tem buraqueira e o que mais falta aqui é segurança. Assalto tem quase todo dia, tomara que vejam e reclamem, pra ver se muda algo”, disse Juscelino Ribeiro, 58, funcionário de um posto de gasolina. “Infelizmente, Stella Maris vai receber as seleções, mas vai ser do jeito que está, não vai ter mudança”, disse Rogério Lima, 30, frentista do mesmo posto.
Ainda tinha tampa, mas o buraco da foto acima já existe desde 2011
As reclamações de Rogério e Juscelino são as mesmas de outros moradores e trabalhadores da região. Lá, com medo da insegurança, a presença de transeuntes não é comum, o que facilita a ação de bandidos. Sobram carros, engarrafamento e condomínios fechados.
Segundo o major André Borges, que comanda a 15ª Companhia da Polícia Militar, as principais ocorrências no bairro são roubos de carros, além de pequenos furtos nas imediações da orla, onde os turistas, vítimas em potencial, costumam circular.
Este ano, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registrados 24 roubos a carro no bairro, além de dois homicídios. Os pequenos furtos não são contabilizados no boletim.
“Essas ocorrências têm diminuído com as abordagens policiais e as blitzes. Tem também alguns pequenos furtos, porque é uma área litorânea, que concentra muitos turistas”, disse o major.
Apesar de a PM garantir o policiamento a pé, com duplas de soldados, rondas de carro e de motocicletas e uma base móvel, quem circula pelo bairro com frequência não se sente seguro. “O bairro é perigoso, as praias são desertas, tem muito assalto”, contou a moradora Jamile Rodrigues, 28.
Ela reclama de situações que causam ainda mais transtornos aos moradores, a falta de opções de transporte. “Às vezes, para chegar ao centro, eu tenho que pegar um ônibus até Itapuã”, disse.
Segundo Jamile, o bairro, repleto de condomínios de luxo, também sofre com alagamentos. “É engraçado, o bairro foi projetado para não ter bueiros, para a água da chuva desaguar na praia. Mas a água nem chega lá. Qualquer chuva mais forte alaga as ruas estreitas, menores”, contou.
Pela janela
A depender da localização de cada suíte, os jogadores da seleção da Nigéria poderão desfrutar, no Hotel Deville, de uma deslumbrante vista para o mar ou para ruas que mais lembram uma roça, sem asfaltamento, calçadas e com o mato alto pelos cantos.
É assim que está a situação de trechos da rua da Passárgada, onde o hotel está situado. Por meio de assessoria, o hotel assegura não receber queixas de clientes.
Do outro lado do bairro, mais próximo ao centro comercial, o acesso ao Gran Hotel Stella Maris tem verdadeiras crateras. No hotel, se hospedará a delegação da seleção brasileira. A Rua Filipe Tiago Gomes conta com a pavimentação precária, em alguns pontos feita com paralelepípedos, e não asfalto.
O proprietário do hotel, Silvio Pessoa, afirmou que os buracos nas imediações são recentes. “A Fifa já fez três vistorias e não apontou esse problema. Na verdade, há um mês atrás, esses buracos não existiam, apareceram depois da chuva”, afirmou Pessoa.
Segundo ele, o prefeito ACM Neto prometeu, em reunião realizada na segunda-feira (20), retomar a operação tapa-buraco assim que cessarem as chuvas.
Apesar disso, um funcionário, que preferiu não se identificar, reconheceu os problemas da área. “Quem trabalha aqui percebe essas necessidades. Tem muitos buracos, algumas ruas alagam com a chuva”, contou.
Na rua do Catussaba Resort, na Alameda Praia de Tramandaí, onde a seleção do Uruguai dormirá, se repetem os buracos, os matos altos e a sensação de abandono.
Simulação
Para evitar que congestionamentos afetem a ida e vinda das seleções para jogos e treinos, a Transalvador fez uma simulação de intervenções no trânsito no dia 14 de maio, com dez viaturas e 25 agentes.
O superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, disse que o objetivo é “deixar o trânsito livre, atendendo a qualquer incidente de trânsito imediatamente, para que as delegações cheguem aos seus destinos em segurança o mais rapidamente possível”.
Além dos jogadores, os torcedores também terão apoio especial. O embarque em taxis e ônibus será fiscalizado 24 horas. Haverá ainda linhas especiais de ônibus passando por hotéis de Stella Maris até a Praça da Sé; e do Aeroporto à Arena Fonte Nova.
Fifa não faz exigências para o entorno de hotéis
Responsável por coordenar as ações da prefeitura para o mundial de futebol, o Escritório Municipal da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 (Ecopa) informou, através da assessoria de comunicação, que as necessidades de reparos nas vias de acesso a hotéis serão cumpridas pelo município.
No entanto, ainda segundo o Escritório, o relatório exigido pela Fifa sobre a hospedagem das seleções não inclui o estado das vias de acesso aos hotéis, e sim a capacidade das instalações, a proximidade do aeroporto e mobilidade para chegar até o estádio.
Para a Fifa, o que importa na hospedagem é a parte de dentro dos hotéis: é preciso ter as menos 55 quartos e o restaurante deve atender, no mínimo, o mesmo quantitativo de pessoas de uma só vez.
Ponto? Só na placa. Falta abrigo para passageiros e sobra mato; Rua da Passárgada, em Stella, mais parece o caminho de uma roça
Prefeitura promete ações emergenciais perto dos hotéis como parte da Operação Tapa-Buracos
Desde o dia 8 de maio, a prefeitura realiza a Operação Tapa-Buracos nas principais vias da cidade. A previsão é de que sejam gastos R$ 15 milhões para tapar buracos e outros R$ 17 milhões para obras de pavimentação estruturantes, com a retirada da malha antiga e a instalação de novo asfaltamento.
Na última segunda-feira, dia 20, a Rua José Tourinho Dantas, em Stella Maris, recebeu reparos no asfaltamento. Ainda assim, moradores dizem que ainda há muito que fazer. “Salvador inteira tem esse problema de buracos, basta olhar em volta”, reclamou o personal trainer Ramon Sampaio, 30 anos. De acordo com a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucop), Stella Maris está na programação para receber a Operação Tapa-Buracos antes da Copa das Confederações.
O órgão municipal afirmou que lá há um problema de asfalto desgastado, associado à chuva, que dificulta os reparos. Por conta da buraqueira, o próprio trabalho da polícia acaba prejudicado. “Assim como qualquer outro carro, a viatura da polícia está suscetível a acidentes e defeitos. Às vezes, as equipes até perdem tempo para desviar dos buracos”, relatou o comandante da 15ª CIPM, major André Borges.
Ele salienta que, apesar de alguns buracos já estarem sendo fechados na Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã, no acesso à Avenida Octávio Mangabeira, na orla, as principais vias de Stella Maris ainda não receberam intervenção. A respeito de operações específicas para satisfazer as demandas da Copa das Confederações, o comandante da Companhia ponderou: “Já acontecem encontros com todos os órgãos que estão relacionados ao projeto da Copa e já existe um planejamento sendo realizado”.
O major não entrou em detalhes sobre o planejamento, mas afirmou que haverá reforço no policiamento para a segurança dos turistas.Matéria original Correio* Sem estrutura, Stella Maris receberá seleções do Brasil, Nigéria e Uruguai no mês que vem

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