A mãe do jovem Cleidson Santos, de 15 anos, morto pelo segurança Júlio César de Jesus Perpétuo, em 2017, falou sobre o resultado da sentença do crime que o condenou a 42 anos de prisão. O caso aconteceu em uma estação trem em Salvador
"Escutar a sentença ontem foi um alento ao meu coração. Eu não vou ter mais o meu filho de volta, mas essa sentença significa dizer a sociedade que foi mais um jovem que teve sua vida ceifada inocentemente. Ele tirou todas as possibilidades do meu filho crescer, ser jovem, se tornar homem [...] Essa sentença significa que a justiça existe, ela pode acontecer e ela aconteceu", afirmou Cleidiane Santos, em entrevista a TV Bahia.
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O segurança confessou ter matado dois adolescentes e ferido outros dois a tiros. O crime aconteceu na extinta Estação Santa Luzia, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Cleidson Santos e Deivid Barreto, de 16 anos, morreram na hora.
As outras duas vítimas foram: uma menina que na época tinha 15 anos e atingida por um tiro de raspão na mão; e um garoto que tinha 16 anos e foi baleado na coluna, ficando paraplégico.
Relembre o caso
No dia do crime, os adolescentes voltavam do Colégio Estadual Castro Alves, localizado no bairro da Calçada, onde estudavam. Eles teriam discutido com Júlio César Perpétuo, que trabalhava como segurança da estação, e atirou nos garotos.
O desentendimento seria por causa das portas do trem que teriam sido mantidas abertas pelos jovens quando eles ainda estavam indo para a escola. Depois, quando voltavam para casa, os adolescentes se reencontraram com o segurança e foram baleados.
Júlio César, que trabalhava na estação há menos de um ano e não tinha autorização para usar armas no local, foi identificado por testemunhas como autor dos disparos e também confessou o crime.
No entanto, segundo a polícia informou na época, o segurança alegou que cometeu o crime para se defender, porque vinha sendo ameaçado pelas vítimas. Ele alegou no depoimento que não teve a intenção de matar, e afirmou que só queria se defender e que estava arrependido.
De acordo com a Polícia Civil, Júlio Cesar disse ainda que não trabalhava armado, mas que, no dia do crime, levou a arma para se defender.
Ainda segundo a polícia, o segurança relatou que tinha um revólver calibre 38 havia cinco anos. Júlio César teria jogado a arma em um contêiner de lixo durante a fuga.
Contudo, a jovem de 15 anos que foi baleada relatou à TV Bahia, dias após o crime, que o homem atirou neles sem dizer nada. "Ele só puxou a arma e atirou. Atirou e não falou nada”, contou.
Redação iBahia
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