Stand up paddle: conheça a nova modalidade do "surf"

Quando o mar está tranquilo, sem ondas, é hora de colocar a prancha de stand up paddle (SUP) na água. Ao contrário dos surfistas, que procuram as praias em busca de velocidade, os praticantes de SUP preferem as marés calmas. O esporte é feito sobre uma prancha grande, controlada por um remo, e se espalha pelas águas mansas de Salvador cada vez mais rápido. A cidade já tem até uma bicampeã brasileira na modalidade. Babi Brazil está, neste momento, representando o Brasil no campeonato mundial que acontece em Lima, no Peru. Ela pratica na orla da capital baiana e garante que, de São Tomé de Paripe até depois de Praia do Forte, não falta mar sem ondas para remar. Graças à proteção da Baía de Todos os Santos, é possível até viajar em alto-mar com o SUP. E o esporte não é acessível apenas para atletas. Os quatro instrutores entrevistados pelo CORREIO garantem que bastam cinco aulas para qualquer um ficar em pé na prancha e descobrir a melhor postura para remar. O SUP também não tem limite de idade: podem fazer crianças, adultos ou idosos. Na cidade, o preço da aula varia entre R$ 60 e R$ 120, a depender da escola. Confira os detalhes a seguir.Bem-estar e equilíbrioMoradora da Barra, Cássia Reis, 55 anos, passou a observar os surfistas remadores que começaram a aparecer na praia. Ela descobriu que eles praticavam stand up paddle graças a um panfleto e ficou mais curiosa pelo esporte. Esperou o Carnaval passar, procurou uma escola e marcou a primeira aula. De início, subiu de joelhos na prancha, o que não foi muito difícil. Tentou ficar em pé e caiu algumas vezes, mas conseguiu já no primeiro dia. No segundo, o corpo cobrou o tempo que passou sedentário. Ela sentiu dores na coxa, que passaram nas aulas seguintes. Desde que iniciou, colocou algumas fotos no Facebook e tem recebido elogios. Acha, inclusive, que mais amigos vão aderir. “Me sinto bem melhor desde que comecei. Foi recomendado pelo meu médico, inclusive, porque eu tenho o colesterol alto. Mas melhorou até meu humor. Eu não estava muito legal e isso estimula bastante o interior da gente. A cada dia você se sente capaz de conquistar uma coisa nova”, afirmou. HobbyComo gostava de esportes, Milena Lago, 22 anos, conhecia o SUP, mas de longe. Decidiu começar as aulas com um amigo instrutor. A experiência que já tinha com surf e balé ajudou a conseguir o equilíbrio sobre a prancha mais rápido. “Eu já pratico muitos esportes, como uma rotina, então não senti tanta diferença física. O que aconteceu é que este é um esporte que me tranquiliza, dá sensação de equilíbrio, bem-estar. É uma sensação muito boa de liberdade. Eu gosto muito e é mais fácil que o surf”, explica. Em busca de apoio para novas conquistas “Eu sempre fui atleta. Competi em natação, fiz surf, mergulho, windsurf. Há dois anos, eu vi o pessoal remando em pé e decidi tentar. Me apaixonei pela coisa e participei do primeiro circuito brasileiro, em 2011, e ganhei. Eu tenho 39 anos e, como são poucas praticantes mulheres, todas competem juntas, não há divisão por idade. Eu pratico todos os dias, menos domingo, por duas horas e meia. Além da água, tem a parte do seco, o treinamento funcional, alongamento e musculação para suportar a demanda de treinos. O stand up trabalha muito com equilíbrio e percepção do próprio corpo de forma lúdica. Eu me senti completa, porque trabalha também a mente. Salvador tem uma orla perfeita para isso, um potencial incrível. Já viajei até para Morro de São Paulo remando na prancha. Pena que é difícil encontrar patrocínio para o esporte. Vou para o mundial por minha conta este ano. Mas estou em busca de apoio”.Matéria original: Correio 24h Stand up paddle: conheça a nova modalidade do "surf"