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SALVADOR

Taxistas e motoristas de ônibus buscam diálogo com Transalvador

Para os profissionais que não estão no trânsito apenas de passagem, a Prefeitura de Salvador não busca o diálogo

• 24/09/2013 às 8:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:39 - há XX semanas

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"Só estou esperando a prefeitura abrir concurso para a Transalvador para eu começar a estudar. Para a parte prática da prova, eu já estou pronto. Sou um doutor no assunto trânsito". A declaração é de Catarino Pontes, 62 anos, taxista há 16 em Salvador. Ele e outros milhares de taxistas e motoristas de ônibus não estão no trânsito só de passagem. O contato intenso com os problemas de mobilidade urbana faz parte da rotina desses profissionais, que, muitas vezes, superam as 12 horas diárias nas ruas e avenidas da cidade.
Bastam apenas alguns minutos de conversa com Catarino para entender que o título de "doutor" reivindicado por ele faz sentido. "Meu filho fez mestrado na área de Educação em menos de 5 anos, eu tenho 16 estudando o trânsito e não ganho título nenhum?", brinca Catarino, que lamenta a falta de diálogo entre a gerência de trânsito da prefeitura e os profissionais que atuam na área dele: "nunca ouviram o que nós pensamos. Eles ficam sentados nos escritórios pensando como melhorar as coisas, mas esquecem dos motoristas de ônibus, dos taxistas, caminhoneiros. A gente que entende desse assunto", argumenta.
Para Catarino, a Transalvador poderia, por exemplo, liberar o retorno da avenida Bonocô. “Tem cliente que acha que eu estou querendo fazer o caminho mais longo, mas não tem outro jeito. Uma avenida grande daquela não pode ter um retorno tão longe”, justifica. “E a Régis Pacheco [na Cidade Baixa]? Aquilo era para ser mão única no sentido Largo do Tanque. Com a quantidade de carros estacionados nas lojas de autopeças, não tem como circular carro nos dois sentidos”, sugere o taxista.
Carreira difícil Os problemas do trânsito de Salvador não estão apenas diante dos olhos de Catarino. Salvador tem uma frota de 7.266 táxis, sendo 6.996 comuns e 270 táxis especiais com maior atuação no aeroporto, hotéis e rodoviária. No entanto, para a categoria que tira o alimento com esta forma de trabalho, a profissão está cada vez mais difícil. Diante da circulação de veículos cada vez mais intensa, ele continua precisando atender ao cliente com rapidez.
A falta de manutenção das ruas é um dos principais motivos da retenção do trânsito nas vias mais movimentadas da cidade, aponta Stefan Sousa, 35 anos, taxista há oito. "As pistas largas, que depois se transformam em apenas uma, causam congestionamentos enormes", acrescenta o profissional. Ainda assim, Stefan se diz feliz com o seu trabalho, afinal, a atividade tem lá suas vantagens. Embora não seja possível enriquecer dirigindo um carro na “praça”, o rendimento mensal é apontado como a melhor coisa da profissão — atrás apenas do horário flexível e do fato de não ter chefe.
Do alto do ônibus
Por lei, eles têm jornada de trabalho de sete horas, mas o estresse vivenciado do alto dos ônibus que circulam pela capital baiana os acompanham em todos os momentos da vida. “As dores que sinto por viver passando pelos buracos da Suburbana são intermináveis”, lamenta Francisco de Santana, 34 anos, motorista da linha Rio Sena - Pituba há 2.
“Tenho pouco tempo trabalhando na área, mas nunca me perguntaram o que acho do trânsito. Se fosse para sugerir algo, pediria a duplicação da Estação Iguatemi. Só tem uma via indo e outra voltando, aí fica aquela fila de buzú e um engarrafamento danado nos dois sentidos, tanto para carro como para os ônibus”, reclama.
“Às vezes, tem ponto embaixo do semáforo ou logo antes do semáforo e a gente já fica preso ali. A Tansalvador não vê isso”, pontua o rodoviário Helvécio Neto. Na empresa BTU, ele pega a avenida Cardeal da Silva diariamente e também reclama da ausência de área para ultrapassagem.
“Na própria Carlos Gomes ou na Avenida Sete não tem nem como encostar no ponto de ônibus e andar na nossa direita. Temos que ficar sempre na segunda faixa. Essa faixa exclusiva de ônibus em Salvador não existe, ninguém respeita, e aí o motorista de coletivo tem que sair porque ninguém respeita”, acrescenta Neto ao pedir mais fiscalização da prefeitura de Salvador.
As críticas e sugestões variam de acordo com os trechos mais utilizados pelos profissionais que vivem boa parte dos seus dias enfrentando o trânsito de Salvador. Em uma coisa, todos eles concordam: a prefeitura precisa criar mecanismos para ouvir essas demandas e oferecer melhorias para todos. Neto fala sobre sua rotina de motorista de ônibus; assista ao vídeo:[youtube aNERvUa-5Vg]

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