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Denúncia

'Tirou meu direito', diz aluna que acusa professora da UFBA de transfobia

Estudantes abriram petição pedindo exoneração de docente de cargos que ocupa. Instituição ainda não se posicionou

Redação iBahia • 12/09/2023 às 17:57 • Atualizada em 13/09/2023 às 6:45 - há XX semanas

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					'Tirou meu direito', diz aluna que acusa professora da UFBA de transfobia
Foto: Divulgação

Uma mulher trans, estudante de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), denunciou uma professora da instituição por racismo e transfobia. O caso aconteceu nesta terça-feira (12), durante uma aula do curso de Produção Cultural, na Faculdade de Comunicação (Facom).

"A professora tentou destruir toda a minha narrativa de aluna, artista e humana. Ela me tirou de um lugar que eu construí, me tirou o direito de ter uma construção crítica dentro da universidade", afirmou a aluna Liz Reis.

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De acordo com a vítima, que é estudante de Produção Cultural e cantora lírica, a situação começou após a docente Jan Alyne Barbosa não concordar com suas críticas a respeito de um texto. Segundo a aluna, a professora alegou que as colocações dela não estavam "dentro do conteúdo".

Ainda segundo Liz, a professora passou a ignorar os comentários feitos por ela durante a aula, mesmo continuando a expor suas opiniões. Além disso, a vítima afirma ter sido chamada por pronomes masculinos pela docente.

"Ela perguntou meu nome quando fiz o primeiro comentário e eu respondi. Ela disse: 'acho que você está chateado' e eu corrigi para 'chateada'. Eu disse que estava sendo violentada", contou.

A estudante explicou que após isso, a professora chamou um funcionário da instituição para retirá-la do local e sob a alegação de que ela estava em "surto psicótico".

Vídeo: Reprodução/ Redes sociais

"Ela chamou um servidor e disse que havia 'uma figura em surto psicótico em sala de aula'", afirmou.

Após o ocorrido, a estudante saiu da sala de aula e gritou pelos corredores da Facom que estava sofrendo racismo e transfobia. A aluna diz ainda que procurou o colegiado da faculdade para registrar a denúncia contra a professora, mas encontrou a porta fechada num primeiro momento.

Após insistir para registrar a denúncia, a porta do órgão estudantil foi aberta e a aluna atendida pelos servidores. A estudante depois foi até a delegacia, onde registrou um boletim de ocorrência. Em nota, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia do Rio vermelho.

Após a situação, alunos da Facom fizeram um abaixo assinado contra a professora Jan Alyne Barbosa pedindo a exoneração da professora dos cargos que ocupa atualmente na UFBA. Até a última atualização desta reportagem, mais de 400 pessoas tinham participado do abaixo-assinado, concordando com a saída da servidora.

Em nota, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) informou que a "Ouvidoria da UFBA ainda não tem registro dessa denúncia" e que, ao ser efetivada, a instituição vai seguir os procedimentos estabelecidos para apuração e o caso será encaminhado para processo investigativo, transcorrendo conforme descrito no parágrafo anterior.

Já a professora denunciada pela estudante informou que aguarda apoio jurídico e institucional em relação à denúncia.

Nota na íntegra da UFBA

A Universidade Federal da Bahia é reconhecidamente inclusiva, diversa e predominantemente negra, jovem e feminina. Este novo perfil de comunidade - em que três a cada quatro estudantes de graduação da UFBA são negros e de baixa renda - é o resultado de uma década e meia de ações afirmativas protagonizadas pela instituição, que a norteiam. A criação de cotas para pessoas trans, em vagas supranumerárias, é uma das ações de inclusão criadas por esta universidade.

Sendo assim, qualquer forma de assédio é considerada não apenas uma agressão aos que foram vitimados, mas ao próprio espírito da universidade, devendo ser rigorosamente apurados e, uma vez devidamente comprovadas as acusações, punidos conforme as leis do país e os regulamentos da Universidade Federal da Bahia.

Quaisquer denúncias devem ser encaminhadas através dos canais institucionais, ou seja, à direção da unidade ou diretamente à ouvidoria da UFBA aos quais cabe dar prosseguimento ao processo investigativo, que será conduzido pela Unidade Seccional de Correição, unidade vinculada à reitoria de UFBA.

A sua missão está intrinsecamente ligada às atividades relacionadas à prevenção e apuração de irregularidades, no âmbito da universidade, através do acompanhamento de procedimentos correcionais. As denúncias são apuradas e os processos transcorrem de modo a assegurar o amplo direito de defesa dos acusados, assim como preservando-se as partes envolvidas, até o final do devido processo legal.

Em relação ao caso levantado pela reportagem, a UFBA informa que a estudante foi acolhida pela pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil Cássia Maciel, que a ouviu, atendeu e orientou-a quanto aos procedimentos necessários. A estudante registrou queixa junto à Ouvidoria da UFBA. Seguindo os procedimentos legalmente estabelecidos para apuração, o caso será encaminhado para processo investigativo, transcorrendo conforme descrito no parágrafo anterior.

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