Registre o guincho da imagem ao lado. Se seu carro precisar ser levado para o pátio da Transalvador ou um veículo pequeno precisar ser retirado de uma via para liberar um engarrafamento, é este reboque da Dias Guincho que vai aparecer. Talvez demore, já que ele é atualmente o único que a Transalvador tem para toda a cidade. “Os outros foram recolhidos pela empresa que deixou de prestar o serviço por falta de pagamento. A gente chegou a ter 12 guinchos. Ao longo de um ano e meio, foram recolhendo um a um”, explica Adenilton Júnior, presidente da Associação dos Servidores da Transalvador (Astran). Há cerca de 15 dias eram dois, um para veículos pequenos e outro com capacidade de transportar veículos de grande porte, mas estes também foram recolhidos e um contrato de emergência foi feito pela Transalvador para disponibilizar um guincho. Apenas para carros. Nesta quarta-feira (1), um ônibus da empresa Catu que transportava funcionários de uma empresa na CIA-Aeroporto quebrou próximo à saída da Estação Pirajá e ficou atravessado na pista. Das 6h até as 8h, o ônibus ficou na via e causou um congestionamento que atingiu a BR-324, na região da Jaqueira do Carneiro, e dificultou a entrada e saída de coletivos da estação. Agentes da Transalvador nada puderam fazer, já que não dispõem de reboques para veículos grandes. Com isso, o veículo só foi retirado depois que um guincho da própria empresa chegou para fazer a remoção. A escassez não é problema novo. Há um ano, o CORREIO noticiou a existência de apenas dois reboques (um para carros e outro para caminhões e ônibus). À época, a falta de pagamento à Locadora de Veículos Ltda era a razão para falta de guinchos. A empresa foi justamente a que retirou os últimos dois veículos há 15 dias. Hoje, a Transalvador tem uma dívida de mais de R$ 2,6 milhões com empresas que locavam os veículos usados para fiscalização e tem feito cortes nos serviços para conseguir quitá-la. Entre os serviços limitados estão até as blitze da Lei Seca, que foram suspensas nos fins de semana, como o CORREIO mostrou na semana passada. Ontem, o superintendente Renato Araújo passou o dia em reunião. A assessoria de imprensa do órgão informou que não há prazos para que a situação mude.
A deficiência afeta não só o trânsito da cidade, mas também quem precisa resolver alguma pendência. O comerciante espanhol Servando Cousino Perdiz, 54, teve seu Honda City preto rebocado ontem de manhã na avenida Princesa Isabel, na Barra. A Transalvador recolheu o veículo, por volta das 9h, que estava estacionado em um passeio. “Cheguei logo depois de táxi no pátio do órgão de trânsito, só que o meu carro ainda não havia chegado. Fiquei mais de meia hora esperando e perguntei o porquê da demora. Um funcionário disse que o motorista do guincho não conhecia a cidade e por isso estava demorando. É uma piada!”, disse. O motorista, sem se identificar, retrucou: “Conheço a cidade sim. Ele é louco! Demorou o quê? Deve estar insatisfeito porque levaram o carro dele, isso sim”. Com ou sem demora, o questionamento dos dirigentes da Astran é: quantos carros como o do comerciante Servando, flagrado em infração de trânsito, têm deixado de ser rebocados por causa da falta do equipamento? O Código de Trânsito Brasileiro prevê a remoção do veículo em 33 situações de irregularidade. Alexandro Mota, Leo Barsan e Fábio Araújo Matéria original do Correio Transalvador tem um único guincho para o trânsito da capital
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