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Três alunos de Salvador disputam final da 14ª Olímpiada Nacional de História; competição reuniu 70 mil estudantes em todo o país

Meninos são estudantes do ensino fundamental; trio é o único da categoria a se classificar em todo o estado

Iamany Santos • 20/08/2022 às 8:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:44 - há XX semanas

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					Três alunos de Salvador disputam final da 14ª Olímpiada Nacional de História; competição reuniu 70 mil estudantes em todo o país

Três alunos do ensino fundamental de Salvador estão na final da 14ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), que acontece neste sábado (20). Os meninos Antônio Luiz Zape, Josué Carianha e Lucas Dias, de 13 anos, estudantes da escola particular Villa Global Education, surpreenderam os pais e a escola pela maturidade e comprometimento.

A final deste ano acontecerá em São Paulo, na Unicamp, em Campinas, e o trio é o único formado por estudantes de ensino fundamental que conseguiu se classificar para a final em todo o Brasil. Mais de 70 mil alunos participaram da competição, divididos em 320 grupos de todos os estados do país. Da Bahia, pelo menos 30 grupos passaram para a final e, a maioria, do ensino médio.

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A Olímpiada de História é uma competição que deve ser realizada em grupo e é dividida em seis etapas. Cada momento da competição apresenta um desafio, com uma tarefa a ser realizada e, no colégio Villa, a tradição era de que apenas alunos do ensino médio participassem.

Isso não impediu os três alunos do oitavo ano que se movimentaram para que a escola permitisse a participação. “Eu fiquei muito surpresa com Josué. A decisão partiu dele e ele se movimentou, formou o grupo e foi atrás da coordenação. A escola viu o entusiasmo dele e abriu uma exceção”, conta Carla Carianha, professora e mãe de Josué.

O interesse dos meninos na olímpiada é resultado da união do incentivo familiar e da escola, segundo Daniela Torres, professora de história que apresentou a competição aos alunos. “Um diferencial desses meninos é a família. Porque são famílias que não estão preocupadas com nota, mas o quanto eles conseguiram compreender. Dá pra perceber que são alunos que vão mais longe porque não estão em busca de resultados”, pontua a professora.

Ela também destacou que a competição exige muito dos alunos, uma vez que a carga de assuntos para estudar aumenta com os desafios da competição. O prêmio é um certificado acadêmico, o que pode não ser tão atrativo para alguns estudantes.

“É uma competição que possui uma demanda de atividade surreal para a idade deles e eles aceitaram esse desafio mesmo sabendo que o prêmio é o conhecimento, exclusivamente”, elogiou a professora.

Crescimento pessoal

O papel transformador da competição também foi destacado pelos pais e pelas crianças. O formato de equipes e desafios, que colocam os competidores em contato com discussões de importância social, são aspectos que contribuem para o crescimento dos estudantes enquanto cidadãos.

A professora Daniela destaca a importância de discutir questões como racismo, capacitismo, gordofobia, machismo e outros temas abordados ao longo dos desafios. “Muitas vezes os estudantes estão dentro de uma bolha de proteção da escola e da família. Quando vão para a olímpiada de história, eles furam a bolha. Começam a ler textos, ter acesso a informações que os fazem ter consciência do que é ser cidadão brasileiro e de mundo”, enfatiza.

A mãe de Antônio, Katiani Zape, diz que a experiência não tem valor e que percebe o crescimento do filho ao longo das etapas. “Eu fui percebendo o quanto ele foi se encantando e crescendo durante as fases da olimpíada. A competição promove um processo inovador e apresenta exatamente o que buscamos na criação de um filho, [que é] formar um cidadão, uma pessoa capaz de fazer a diferença no meio que ela vive”, diz Katiani.

Esse amadurecimento pessoal também foi observado por Mariana Dias, mãe de Lucas, que acredita que o processo de resolução das atividades promove esse desenvolvimento. “Eu acho que dá um salto de maturidade assim em relação ao assunto. Ele tem 13 anos e está podendo experimentar discussões que o ajudam a conhecer mais a nossa história e ser um cidadão mais consciente”, enfatiza a mãe que ficou muito feliz com o interesse de Lucas na competição.

A grande final

A final das Olímpiadas de História desse ano consiste em uma prova dissertativa e, para conseguir vencer, o trio do colégio Villa tem recebido aulas a mais para conseguir se preparar.

Os meninos serão acompanhados pelos pais de Josué e estão animados para a competição, apesar das dificuldades enfrentadas. “Foi bem difícil por conta do tempo e em cada fase nós tínhamos que nos organizar para responder as questões dos desafios, então foi bem trabalhoso. Mas acho que a gente consegue [ganhar a final]. Já chegamos até aqui, então não tem porque ficar desanimado”, diz Lucas Dias.

Para Antônio, uma das melhores coisas que conseguiu ao longo do processo foi o conhecimento adquirido. “Foi muito bom para mim porque eu ganhei conhecimento e tive bons momentos com meus amigos estudando para olimpíada. Foi enriquecedor discutir temas diferentes... [e esse é] um conhecimento que não vai ser tirado de mim”, enfatiza.

Apesar do nível alto das outras equipes e de serem mais novos, os pais e os meninos estão esperançosos e almejam a vitória. “Eu também estou nessa ansiedade, na expectativa. Mas ele ganhando ou não, todo o processo já foi enriquecedor e pode ser um incentivo para outros alunos”, afirma a mãe de Josué, Carla Carianha.

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