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SALVADOR

Vídeo mostra cantor e compositor que foi degolado dançando

Quando foi encontrado morto Felipe Yves, inclusive, estava usando a mesma roupa que aparece no vídeo

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Redação iBahia

09/03/2017 às 17:12 • Atualizada em 28/08/2022 às 20:20 - há XX semanas
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Um vídeo obtido com exclusividade pelo CORREIO mostra o cantor e compositor Felipe Yves Magalhães, de 21 anos, dançando e se divertindo momentos antes de ser brutalmente assassinado na última segunda-feira (06) no bairro da Boca da Mata em Salvador. A gravação foi feita no domingo (05) quando Felipe participou de encontro com músicos da banda Golaço - banda de pagode que ele fez parte até se tornar evangélico há cinco meses. Segundo relato de amigos de Felipe quando foi encontrado morto ele, inclusive, estava usando a mesma roupa que aparece no vídeo.

Crime

O crime ocorreu na comunidade da Independência, localidade onde o tráfico de drogas é dominado pelo traficante Helis, líder no bairro da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). Fontes ligadas à polícia disseram que as buscas pelo suspeito estão concentradas na Região Metropolitana, principalmente em Camaçari, Simões Filho e Dias d’Ávila, onde unidades da polícia locais já foram acionadas.

A região onde o corpo de Felipe foi encontrado tem diversas pichações em muros com as iniciais da facção BDM. As informações que chegaram ao Serviço de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP) dão conta de que Helis fugiu da região de Cajazeiras logo depois de ter matado o compositor.

Testemunhas contaram logo após o crime que, no passado, um primo de Felipe matou alguém ligado ao grupo de Helis. “Ele jurou vingança. Ontem (anteontem), ele mandou fotos do corpo de Felipe para esse primo dele dizendo: ‘Olha aqui o que eu acabei de fazer com o seu primo’”, afirmou o morador, em sigilo.

Versões

Existem duas versões para o crime. Segundo a polícia, Felipe estava a caminho da casa de uma amiga quando foi abordado por homens armados. Ele teria dito que era primo de um traficante, mas o bandido pertencia a um grupo rival daqueles que o abordaram e, por isso, foi morto.

Familiares do compositor, no entanto, disseram que Felipe estava na Boca da Mata na casa do pai – numa região chamada de Prédios Velhos – quando recebeu uma ligação de um homem que seria empresário marcando um encontro na Rótula da Feirinha, em Cajazeiras 10.

Ele estaria a caminho desse encontro quando foi abordado. O corpo de Felipe foi encontrado no dia seguinte semidegolado e baleado no braço, em um matagal na mesma comunidade.

Em nota, a Polícia Militar informou que no dia do crime uma guarnição da 3ª Companhia Independente da PM (CIPM/ Cajazeiras) esteve no local, mas o corpo de Felipe já havia sido recolhido. Eles realizaram rondas na região, mas ninguém foi preso.

O corpo de Felipe foi sepultado na tarde de anteontem, no cemitério Parque Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto. Cerca de 200 pessoas assistiram à cerimônia. Muito abalada, a família não quis comentar o caso. Alguns músicos, amigos do compositor, foram vestidos com camisas pretas e pediram por justiça.

O músico e produtor Douglas Carvalho, 24, conheceu Felipe quando ele ainda era uma criança. Ele contou no dia do enterro que o amigo começou a compor músicas com 13 anos, na mesma época em que começou a tocar cavaquinho. Desde então, ele não parou mais de escrever.

“Ele sempre passou por muita dificuldade para divulgar o trabalho dele. Lembro de algumas vezes em que ele não tinha tênis ou uma roupa para ir no show de algum artista que ia cantar a música dele ou para fazer alguma participação especial. Muitas vezes a gente pediu ajuda para conseguir a gasolina para ir nesses eventos. A gente estava sempre junto. A vida dele sempre foi uma luta”, afirmou.

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