A virose pós-carnaval, velha conhecida dos baianos, ‘Circulou’ mais que a música da Banda Eva e acabou derrubando muita gente. Desde a Quarta-Feira de Cinzas os postos de saúde da cidade estão lotados com pessoas queixando-se de dor de cabeça, dor de garganta, febre e vômito. “Isso sem falar no meu pé que está acabado. Tem pus em volta da minha unha. Todo ano perco as unhas pulando no Carnaval”, relata a doméstica Simone Gomes, 34 anos. Para o estoquista Jadson Souza, 26, bastaram dois dias na folia para ficar doente. Como a febre não cedia, ele foi ao 5º Centro (Dique do Tororó). O diagnóstico não surpreendeu. “A médica disse que é virose e receitou um remédio. Tem um monte de gente aqui sentindo a mesma coisa”, disse.
Na entrada da emergência do posto de saúde no Marback algumas pessoas aguardavam sentadas no chão para serem atendidas. Ao entrar na unidade dava para perceber o tamanho do problema. “Isso aqui está lotado desde ontem (quarta-feira) à noite. Não tem como atender todo mundo rapidamente. Estamos fazendo o possível”, disse um funcionário. A promotora de vendas Aila Oliveira, 19, decidiu enfrentar a fila. “A febre não baixa de jeito nenhum. Só fiquei um dia na pipoca, mas foi o suficiente para me derrubar. Me esbaldei tanto que precisei tomar glicose”, conta.
A unidade de Pernambués estava um caos. Com apenas um médico, os pacientes esperavam até 4 horas. Um senhor que vomitava muito na entrada chegou a cair no chão. “Não conheço ele, mas fiquei indignada e comecei a gritar com todo mundo lá dentro”, contou Rosalina Silva, 50. A subcoordenadora de vigilância da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cristiane Cardoso, diz que é comum a demanda aumentar nos postos na semana seguinte à folia. “Muita gente fica aglomerada e a transmissão é inevitável. Além disso, geralmente as pessoas se alimentam mal durante a festa e ficam desidratadas, o que pode gerar diarreia ou vômito. Por isso é importante procurar um médico”, aconselha. Mas ela não vê necessidade de reforçar a equipe das unidades por conta do surgimento de viroses. “Não é necessário. Isso acontece todo ano”, avalia.
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