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SAÚDE

Entenda de que forma a ejaculação precoce age nas 'duas cabeças'

Problema que atinge um terço dos brasileiros tem solução - e não é pensar em acidente de moto na hora H

Redação iBahia • 22/09/2020 às 17:20 • Atualizada em 31/08/2022 às 17:21 - há XX semanas

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Certamente você já ouviu falar de ejaculação precoce. O distúrbio é mais comum do que se imagina, afinal, segundo a GlobalMed, 30% dos homens no mundo o tem durante a vida. Apesar disso, o tema ainda pode ser considerado um tabu para o público em geral. E, ainda que muita gente já saiba do que se trata (e o próprio nome pode ser considerado auto explicativo), a origem da questão está na "cabeça de cima".

É o que explica o urologista Pedro Gouveia ao iBahia. "O ejaculador rápido tem um distúrbio de ansiedade sexual, no qual ele é incapaz de conseguir manter um ato sexual por um tempo onde exista a satisfação de ambos da relação", diz o especialista, que também enfatiza que não há um tempo estabelecido para considerar se a ejaculação é precoce ou não. "Se de repente o tempo for satisfatório para a outra pessoa, que leve ao orgasmo dela, não podemos considerá-lo precoce", explica Pedro, que ainda informa que há dois tipos de ejaculadores precoces: o primário (aqueles que sofreram com isso desde o início da vida sexual) e o secundário (os que passaram a ter o distúrbio em determinado momento da vida sexual).

Ainda segundo Pedro, a mensuração de tempo e outros aspectos, como quantidade de vezes que se repete, não serve necessariamente para apontar um diagnóstico de ejaculação precoce. "Não existe uma causa orgânica, um exame que justifique essa situação em alguém, por isso a gente não diz que uma pessoa tem ejaculação precoce depois de acontecer x vezes, ou depois de x minutos", elucida.

O problema, que no Brasil atinge um a cada três homens, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, pode ser explicada por outras questões do paciente. "Ele é ansioso por vida, não só na parte sexual", descreve Pedro. A psicóloga Marília Rios, da clínica Hapvida, concorda com o urologista. "Geralmente são pessoas tímidas, ansiosas e com uma baixa autoestima, que tem medo de não satisfazer e demonstram uma ansiedade na performance, de oferecer algo para a outra pessoa", complementa.

A especialista também explica ao iBahia que, por se tratar de um problema de ordem mental, as consequências seguem nesse campo. "Pode ocorrer o desenvolvimento de depressão, stress e perda da qualidade de vida. Além disso, pode afetar o relacionamento de uma forma geral e dar uma sensação de fracasso, tanto para o homem que sofre, quanto para a outra pessoa da relação".

Métodos "não convencionais" de tratamento

Um dos maiores mitos em relação a ejaculação precoce está no tratamento do problema. Mais do que pensar na ajuda médica, as soluções iniciais tentadas pelos pacientes se referem a, no momento do ato, pensar em situações como um acidente de moto, na própria avó ou até botar a desculpa na parceira, só pelo fato da outra pessoa ser "gostosa demais". Nenhuma dessas técnicas populares são necessariamente efetivas, segundo Pedro. "Nessas horas, o paciente busca desviar o foco da situação, mas isso gera uma ansiedade". O mesmo mito vale para remédios como o viagra. "Qualquer medicação inibidora da fosfodiesterase (enzima que ajuda na ereção) pode causar dependência psicológica ao paciente", completa o urologista.

Os verdadeiros métodos

Segundo Marília, é importante buscar um urologista antes de tudo, para descobrir se há qualquer problema fisiológico relativo a ejaculação precoce do paciente. Uma vez descartados, a psicóloga aponta o diálogo com o (a) parceiro (a) como a melhor saída. "É importante conversar os dois juntos para saber qual o gatilho para aquilo, afinal nunca é uma coisa só. As diversas preocupações com família e trabalho podem refletir na cama", explica. "É a hora de ressignificação do ato sexual, de entender a dinâmica do casal", completa.

Para Pedro, é importante o casal investir não só na penetração. "Vale explorar todas as nuances de um ato sexual, desde uma preparação com uma luz, um aroma ao sexo oral. A própria masturbação é um ato de autoconhecimento sexual, que pode ajudar a pessoa a amadurecer no ponto de vista sexual e não deve ser visto como algo ruim". diz o especialista. Cada um vai descobrir suas técnicas e a melhor forma de passar por cima do problema, como sintetizou Marília. "Não é uma receita de bolo", conclui.

*Sob supervisão da repórter Lívia Oliveira

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