Priorizar os elementos que podem ser recuperados de eletroeletrônicos - a exemplo de ferro, prata e alumínio - é uma das alternativas apontadas pela professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Viviana Zanta para diminuir a degradação ambiental decorrente do descarte e do manuseio incorretos desses materiais.
A professora destaca também a importância da produção de equipamentos mais duráveis e limpos, priorizando-se componentes atóxicos e recicláveis, e, ainda, um mesmo produto com menos componentes. Para ela sempre é possível investigar e inovar com novos materiais, mas isso exige investimento e tempo, além de visões estratégica e de responsabilidade ambiental das empresas. “Também há que se considerar que a legislação e fiscalização podem e devem existir, mas questões de viabilidade técnica e econômica influenciam na velocidade das mudanças, muitas vezes tornando o processo lento por se ter visão de mercado em curto prazo. Esquece-se que resíduos são recursos econômicos, fontes de matéria prima e de energia que, se não utilizadas, são desperdiçadas”, observa.
E o caminho da reciclagem é o que está previsto em lei. Sancionada em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) oficializou a responsabilidade compartilhada de toda a sociedade na gestão dos resíduos sólidos urbanos (logística reversa), o que inclui os próprios fabricantes - que passaram a ter a obrigação de receber dos consumidores os produtos inservíveis dos consumidores -, supermercados, farmácia e lojas de celulares. São estes estabelecimentos que vão destinar o lixo eletrônico ao tratamento adequado. A cada setor foram atribuídos diferentes papéis a fim de solucionar ou mitigar os problemas relacionados ao lixo no país.
Maior produtor de lixo eletrônico da América Latina (1,4 milhão de toneladas), o Brasil precisa investir R$ 11,6 bilhões até 2031 na infraestrutura para universalizar a destinação final adequada dos resíduos sólidos. A este valor se somam R$ 15,59 bilhões ao ano para custear a operação e manutenção das plantas de tratamento de resíduos que serão construídas. Estes dados constam de estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) em parceria com a Go Associados, divulgado em junho.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!