A filha da coreógrafa Deborah Colker, que foi convidada a se retirar de um voo que seguia de Salvador para o Rio de Janeiro, aproveitou o aniversário do filho para agradecer as mensagens de apoio nas redes sociais. "Me sinto acolhida e forte para repassar pra ele toda compreensão e afeto recebido", escreveu Clara Colker em homenagem ao pequeno Theo, que completa quatro anos nesta quarta-feira (21).
"Quatro anos de puro amor e vida intensa deste meu filho lindo e guerreiro!", comemorou. Duas horas após a publicação do post no Facebook, a filha da coreógrafa recebeu mais 100 comentários desejando felicidades ao menino e sua família.
A polêmica aconteceu na tarde desta segunda-feira (19), no Aeroporto Internacional de Salvador, quando testemunhas relataram que a tripulação do avião desconfiou que o neto de Deborah sofresse com uma doença de pele contagiosa e pediu para que a coreógrafa saísse do avião com a criança. A coreógrafa estava acompanhada pela família no voo 1556 da Gol.
Clara já tinha se utilizado das redes sociais para desabafar sobre o caso e exprimir sua revolta com a situação. "Meu filho tem machucados pelo rosto. Sua imagem desperta curiosidade, atenção, olhares como qq um outro q não se encaixa nos padrões. Mas e aí?! Qual é o problema disso?", escreveu ontem a mãe do garoto.
Theo, que completa quatro anos hoje, mora com os pais no Rio de Janeiro e sofre de epidermólise bolhosa, uma doença rara e hereditária que provoca bolhas na pele. A doença não é transmissível.
"A indicação para alguém q tem Epidermólise Bolhosa é levar uma vida normal, a mais normal possível. Meu filho vai a escola, tem amigos, brinca, uma família q o ama mais do que tudo. Pessoas que lhe tratam com mt amor. A vida dele por si só é sofrida para caramba. O banho é desesperador. Comer dá trabalho, as coceiras a noite, curativos diarios e constantes etc, etc etc...", conta Colker.
Entenda o caso
De acordo com a Infraero, o voo deveria sair às 11h50, mas só saiu de Salvador às 13h16 por conta da confusão. "Nosso voo encontra-se atrasado devido a falta de competência da companhia aérea Gol. A coreógrafa Deborah Colker está em nosso voo com seu neto, que tem problemas de pele. Enfim, os comissários de bordo cogitaram que a doença poderia ser contagiosa, devido a isso queriam retirar e criança da aeronave que já se encontrava fechada", narrou o produtor cultural Eduardo Arauju, que estava no mesmo voo.
Ao Estadão, a coreógrafa falou sobre o fato. Ela disse que as portas do avião já estavam fechadas quando o comandante mandou avisar que não viajaria com a criança no voo. "O comandante me avisou que não viajaria se eu não apresentasse um atestado médico. Como obviamente eu não dispunha, ele chamou um funcionário da Infraero", disse ela. A Polícia Federal foi chamada e dois agentes aguardaram do lado de fora do avião.
Segundo a coreógrafa, o comandante se recusou a ir até a cabine dos passageiros e o impasse foi se prolongando. Segundo ela, os outros passageiros se solidarizaram com a situação e uma médica que estava no voo se ofereceu para examinar a criança, constantando que a doença não era transmissível. A médica precisou escrever o diagnóstico em um papel, que foi entregue ao comandante, para o voo sair, diz Deborah.
Colker contou ainda que o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, ligou para ela se desculpando pelo ocorrido. Mesmo assim, eu disse a ele que pretendo processar a companhia, para dar um exemplo". Ela estava em Salvador para a turnê de comemoração de 20 anos de sua companhia de dança. A Gol divulgou nota informando que está "analisando o ocorrido".
Leia na íntegra a nota da Gol:
"A GOL preza pelo respeito aos clientes e as normas de segurança. Em relação ao voo G3 1556 (Salvador/BA - Rio de Janeiro / RJ), esclarece que está analisando o ocorrido e tomará as medidas cabíveis."
Matéria original: Correio24h
Após polêmica em voo, família de Deborah Colker agradece apoio e comemora aniversário de menino
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