![Cerca de 200 baianos são resgatados no Rio Grande do Sul em condiçōes análogas à escravidão](https://cdn.ibahia.com/wp-content/uploads/2023/02/500x400/SITUACAO-ESCRAVIDAO-2-1024x614-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.ibahia.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2023%2F02%2FSITUACAO-ESCRAVIDAO-2-1024x614.jpg%3Fxid%3D975443&xid=975443)
Cerca de 200 homens, que viviam em condições análogas à escravidão, foram resgatados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul. Segundo informações da corporação, a localização das vítimas foi feita na noite de quarta-feira (22).
Inicialmente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que eram 150 pessoas. No entatnto, o número foi atualizado no fim da tarde da quinta-feira (23) pelo g1 Rio do Rio Grande do Sul. No momento, os homens estão alojados temporariamente no ginásio Darcy Pozza.
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Tudo começou quando 3 trabalhadores fugiram do alojamento em que eram mantidos e buscaram ajuda policial em Caxias do Sul. Eles contaram que vieram da Bahia para trabalhar na colheita da uva com promessa de salários superiores a R$ 3 mil, além de acomodação e alimentação. Porém, nada foi cumprido.
Na prática, os trabalhadores relataram atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Em entrevista à RBS TV, um dos homens detalhou as condições em que ele e os colegas viviam na acomodação oferecida pelos empregadores e a relação com a empresa responsável pela contratação.
"Todos os dias, a gente amanhece com o pensamento de ir para casa. Mas não tem como a pessoa ir para casa, porque eles prendem a gente de uma forma que ou a gente fica ou, se não quiser ficar, vai morrer. Se a gente quiser sair, quebrar o contrato, sai sem direito a nada, nem os dias trabalhados, sem passagem, sem nada. Então, a gente é forçado a ficar", contou.
As vítimas apontarm ainda casos de coação para permanência no local, sob a pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho. E casos de violência com choque elétrico e spray de pimenta.
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Operação policial
A operação de resgate foi realizada por PRF, MTE e Polícia Federal (PF). O responsável pela empresa, que mantinha os trabalhadores, foi preso e encaminhado, inicialmente, para a delegacia da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul.
Na sequência, ele foi transferido para um presídio em Bento Gonçalves. E na quinta (23), foi liberado após o pagamento de fiança de cerca de R$ 40 mil. O homem tem 45 anos de idade e é natural de Valente, na Bahia.
Segundo a PF, a empresa tem contratos com diversas vinícolas da região, presta serviços de apoio administrativo e os trabalhadores teriam sido contratados para atuar na colheita da uva.
O MTE diz que vai analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador para a buscar a devida compensação.
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