Que sempre existiu um fosso entre a remuneração dos homens e das mulheres com o mesmo nível de qualificação todo mundo sabe. Essa constatação já foi feita pelas mais diferentes pesquisas e verificada no dia a dia das empresas ao nosso redor. Também não é novidade que, na média, as mulheres são mais instruídas (entre os brasileiros com 12 anos ou mais de estudo, representam 56%), maioria entre os matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação do país (56% segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e também entre os concluintes (62% conforme Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
O que chama a atenção é o resultado de recente pesquisa da Consultoria Hay Group, divulgada na última edição da Revista Exame: este fosso está diminuindo para as mulheres em cargo de chefia! Elas ainda são minoria, é verdade, e essa equiparação é mais comum em empresas que possuem diretores dos dois sexos. A pesquisa ouviu 4.324 executivas e, no geral, constatou que a diferença salarial em relação aos homens, é de 15%. Nas empresas mencionadas, todavia, essa diferença cai para 4% nas multinacionais, contra 6% nas empresas brasileiras. E a vantagem do emprego em multinacionais não para por aí, nestas empresas, 42% das executivas ganham mais do que os homens em cargos de diretoria, contra 33% nas congêneres brasileiras. Outro dado interessante apurado pela pesquisa do Hay Group é que a idade média das diretoras é quatro anos inferior à dos diretores. Elas chegam ao ápice da carreira aos 44 anos enquanto eles alcançam esse patamar apenas aos 48. Mas o que ainda falta às mulheres? É preciso dizer que elas são hegemônicas em algumas carreiras, a exemplo da fonoaudiologia, enfermagem, terapia ocupacional e relações públicas mas, ainda precisam avançar muito nas áreas tecnológicas. Os principais entraves que se colocam no caminho das mulheres rumo ao topo profissional não são fáceis de vencer. Pesquisa da McKinsey, também citada na reportagem de Exame, realizada com 547 executivos da América Latina apurou que, em primeiro lugar, aparece a dificuldade que as mulheres ainda tem de equilibrar o trabalho com a vida familiar. Em seguida, dentre outras razões, são citadas a falta de exemplos femininos em quem se inspirar e a tendência das mulheres de não promoverem outras mulheres e de ter menos ambição profissional. A dificuldade em conciliar carreira e família por muito tempo ainda será um dilema enfrentado pelas profissionais, ás voltas com o seu relógio biológico. Todavia, os outros fatores tendem a perder importância na medida em que mais mulheres conseguirem romper essas barreiras. Sem dúvida, essa será uma grande noticia para o mundo dos negócios que, cada vez mais, não pode prescindir da sensibilidade, perfeccionismo e nível de exigência que caracterizam a atuação feminina no mercado de trabalho.
Profa. Dra. Carolina Spinola |
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