O corpo de Dona Canô, matriarca da família Velloso, foi enterrado por volta das 11 horas da manhã desta quarta-feira (26) no cemitério de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. O sepultamento foi acompanhado por familiares, amigos e moradores do município que foram se despedir da 'mãe dos santo-amarenses'. O corpo seguiu em cortejo após a missa de corpo presente realizada durante a manhã na Igreja da Matriz na Praça da Purificação. Amigos, familiares e milhares de pessoas estiveram na igreja para participar do velório. Uma pista da avenida Viana Bandeira, onde a família vive, foi interditada pela Polícia Militar durante o traslado do corpo, que aconteceu depois de nove horas de velório fechado na casa da família.
O caixão com o corpo de Dona Canô foi colocado em um carro funerário sob o aplauso de cerca de 500 pessoas que velavam em frente à casa da família. Caetano Veloso e Maria Bethânia ajudaram a carregar o caixão. A estimativa da Polícia Militar é de que 3 mil pessoas acompanharam o carro até a chegada ao memorial. Os sinos da igreja de Nossa Senhora da Purificação foram tocados no momento da chegada do corpo, quando Dona Canô foi novamente aplaudida. Dona Canô morreu na manhã desta terça-feira (25), dia de Natal, aos 105 anos, de parada cardíaca, dez dias depois de sofrer uma isquemia cerebral. Ela chegou a ser internada no Hospital São Rafael, na capital baiana, mas recebeu alta na sexta e passou a contar com cuidados domiciliares. "Ela queria ir embora do hospital, ela pediu. Disse que queria morrer em Santo Amaro, na casa dela. Não teve dor e isso foi muito bom", disse a filha Maria Clara. Centenária baianaClaudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como Dona Canô, era uma cidadã baiana centenária. Mãe de seis filhos, entre eles os músicos Caetano Veloso, Maria Bethânia, era viúva de José Teles Velloso (Seu Zeca), funcionário público dos Correios, falecido em 13 de dezembro de 1983, aos 82 anos. Considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação, teve publicada suas memórias no livro 'Canô Velloso, lembranças do saber viver', escrito pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, falecido antes do término da obra. Quando perguntada sobre a própria fama, Dona Canô sempre disse que não entendia a razão: "Apenas fiquei conhecida por causa de meus dois filhos que nunca se esqueceram de onde vieram nem da mãe que têm".
Clara Velloso, filha de dona Canô, se despede da mãe em missa (Foto: Instagram/Heider Mustafá) |
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