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'Cuspi o projétil e comecei a correr', diz sobrevivente de tiroteio que matou garoto de 10 anos na Bahia

Miguel de Carvalho, de 42 anos, teve alta neste sábado (20), dois dias após o ataque. Corpo do pequeno Davi Lucas foi enterrado pela manhã

Redação iBahia • 20/08/2022 às 17:10 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:43 - há XX semanas

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					'Cuspi o projétil e comecei a correr', diz sobrevivente de tiroteio que matou garoto de 10  anos na Bahia
Foto: Reprodução/TV Bahia

Teve alta neste sábado (20) o homem que sobreviveu ao tiroteio que acabou matando o pequeno Davi Lucas da Silva Santos, de 10 anos, em Jauá, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador.

Miguel de Carvalho, de 42 anos, e o menino eram vizinhos e estavam na Rua São Francisco, na noite da última quinta-feira (18), quando foram atingidos por balas perdidas em uma troca de tiros.

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Davi Lucas foi atingido no peito. Já Miguel foi baleado no rosto. Neste sábado, o homem cedeu entrevista à TV Bahia e contou como aconteceu a situação.

Para a reportagem, o ajudante de pedreiro disse que estava jogando dominó com amigos na praça que tem na região, quando os tiros começaram. Ele foi o único do grupo que não conseguiu escapar sem ser baleado.

Durante a entrevista, Miguel disse ainda que após perfurar o rosto, a bala parou dentro da boca e que ele cuspiu o projétil no chão ao perceber.

"Os colegas que estavam comigo conseguiram correr. Eu, infelizmente, tentei correr e não consegui. Eu percebi que o projétil estava na minha boca. Cuspi o projétil no chão junto com sangue e comecei a correr. Senti o peso da bala na minha boca e cuspi", disse.


				
					'Cuspi o projétil e comecei a correr', diz sobrevivente de tiroteio que matou garoto de 10  anos na Bahia
Foto: Arquivo Pessoal

O homem estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE). Ele foi levado para o hospital depois de ser transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Abrantes, onde foi atendido inicialmente.

O pequeno Davi Lucas também chegou a ser levado para a UPA, mas não resistiu. Na entrevista à TV Bahia, o ajudante de pedreiro lamentou a morte do menino e disse que torceu para que ele sobrevivesse. Miguel chegou a chorar ao lembrar da situação.

"Não peço para pai e nem mãe nenhum ver uma situação daquela. É feio. Nunca presenciei isso na minha vida. Torci muito para que ele sobrevivesse lá e ele não conseguiu. Sinto muito pela perda deles. Eu pensei logo nos meus dois filhos. Eu senti a dor deles", disse.

O corpo do pequeno Davi Lucas foi enterrado neste sábado no Cemitério de Abrantes, também em Camaçari. Antes, o corpo foi velado na sede da Associação de Moradores de Jauá, onde o menino morava com a família.

A mãe do garoto, Izadora Silva, chegou a passar mal durante a cerimônia, mas ficou ao lado do caixão com o corpo do filho durante todo o tempo.


				
					'Cuspi o projétil e comecei a correr', diz sobrevivente de tiroteio que matou garoto de 10  anos na Bahia
Foto: Reprodução/TV Bahia

Dezenas de familiares e amigos estavam presentes, prestaram homenagens e lamentaram a morte do menino. Eles chegaram a fazer uma caminhada na cidade com o caixão de Davi Lucas.

Desolada

A mãe de Davi Lucas está desolada desde que o filho morreu. Na manhã seguinte ao crime, ela contou que apesar de novo, o filho tinha muitos sonhos, e lamentou pela trajetória ter sido interrompida.

“Eu não vou mais poder ver meu filho. Os planos de meu filho, os sonhos, tudo foi jogado no lixo. Ele tinha o sonho de ser alguém. Ele tinha um canal no YouTube, fazia vídeos. Sempre animado para essas coisas”, disse a mãe.

Davi Lucas da Silva Santos estava brincando na rua, onde morava com a família, quando aconteceu o tiroteio. Testemunhas contam que homens armados teriam chegado na região atirando contra rivais.

Para a TV Bahia, a mãe do garoto contou que ele era quieto e tímido, que gostava de ficar em casa e que tinha começado a brincar na rua há pouco tempo, por incentivo de familiares. Na noite de quinta, o menino havia pedido para a mãe para ficar na rua.

“Os meninos sempre brincavam aqui fora. Aí ele se enturmou com os meninos. E ontem ele me pediu: Minha mãe, eu posso brincar?’. Eu jamais ia imaginar. Eu deixei meu filho ir”, disse Izadora.

O local onde aconteceu o crime fica em frente a um comércio que a família de Davi mantém. Além da mãe do menino, dois irmãos dele estavam no estabelecimento quando aconteceu o tiroteio.


				
					'Cuspi o projétil e comecei a correr', diz sobrevivente de tiroteio que matou garoto de 10  anos na Bahia
Foto: Reprodução/TV Bahia

Izadora contou que se jogou no chão com as crianças para proteger os filhos. No entanto, não conseguiu ajudar Davi, que estava do lado de fora. O marido dela fazia entregas no momento do crime. Ele chegou em seguida.

Violência

Ainda em entrevista à TV Bahia, familiares e vizinhos do menino disseram que a região onde aconteceu o tiroteio tem tido muitos assaltos e outros crimes, e que não há policiamento na região.

Em nota, a Polícia Militar disse que reforçou a atuação policial após o crime e fez buscas, mas nenhum suspeito foi localizado. A corporação não comentou a denúncia.

A autoria e motivação do tiroteio estão sendo apuradas pela 26ª Delegacia Territorial (DTVila de Abrantes). Em nota enviada ao iBahia, a Polícia Civil informou que testemunhas já foram convocadas para prestar esclarecimentos na unidade.

Ainda conforme a polícia, a delegacia também já solicitou imagens de câmeras de segurança da região onde aconteceu a troca de tiros para ajudar na identificação dos envolvidos.

Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.

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