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Dilma se reúne com governadores e prefeitos; Wagner e Neto vão

Foi o fim do feriado de São João para as principais autoridades do Brasil, que hoje se reúnem para propor mudanças em resposta às manifestações

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24/06/2013 às 10:44 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:07 - há XX semanas
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A presidente Dilma Rousseff (PT) se reunirá hoje com os governadores e prefeitos de todo o país, dentre eles o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). A reunião, no feriado de São João, é para discutir o Pacto Nacional pela melhoria dos serviços públicos. A proposta do encontro foi apresentada em pronunciamento feito em rede nacional nesta sexta-feira (22) por Dilma em resposta às manifestações que ocorrem há duas semanas.O pronunciamento foi um dia depois que país teve um dia de manifestações com mais de um milhão nas ruas.Foram convocados para o encontro, previsto para acontecer às 16h, os governadores dos 27 estados e os prefeitos de capitais. O secretário de comunicação do governo do Estado, Robinson Almeida, confirmou a presença de Wagner. Antes da convocação, o petista estava com a agenda livre e passaria o feriado do São João em Salvador com a família. O prefeito da capital baiana também estava com a agenda livre e iria passar o São João em uma fazenda com sua família.
Ainda está marcado para antes da reunião com a presidente um encontro entre os prefeitos. Liderados por José Fortunati (PDT), de Porto Alegre, e Fernando Haddad (PT), de São Paulo, eles discutirão, na sede da Frente Nacional de Prefeitos, a pauta a ser deliberada no encontro com Dilma. Na ocasião, vão fazer um detalhado balanço do saldo dos protestos em suas cidades e relacionar os pedidos que serão formulados ao governo. Duas das antigas reivindicações da Frente Nacional de Prefeitos, a contratação de médicos estrangeiros para atuar no país e a desoneração do transporte público, entraram na agenda de Dilma e foram listadas por ela em seu pronunciamento.Além de Dilma, devem participar das conversas os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Saúde, Alexandre Padilha; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; das Relações Institucionais, Ideli Salvatti; da Educação, Aloizio Mercadante; e das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, além do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do titular da Controladoria Geral da União, Jorge Hage.Essa é a primeira ação prevista desde o pronunciamento da presidenta. Em discurso à nação, Dilma propôs um grande pacto nacional para melhorar os serviços públicos, e admitiu que há muito o que fazer para combater a corrupção no Brasil. O pronunciamento foi a sua primeira mensagem à nação após a onda de protestos.“Vou conversar com os chefes de outros poderes e vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos”, prometeu. Dilma defendeu um plano nacional de mobilidade que privilegie o transporte público, destinar 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação, trazer milhares de médicos estrangeiros para ampliar o sistema de saúde e receber os líderes das manifestações pacíficas.“Precisamos de sua energia e criatividade (...). Precisamos oxigenar nosso sistema político”, disse Dilma, assinalando sua vontade de contribuir para “uma ampla reforma política” no país. “Também precisamos de formas mais eficazes de combate à corrupção”, admitiu Dilma, que criticou os atos de vandalismo durante os protestos. “Uma pequena minoria não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com esta violência que envergonha o Brasil”.Propostas de Dilma Mobilidade Elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana onde o transporte coletivo deve ser privilegiado.Educação Destinar 100% dos recursos do petróleo para investimentos na educação.
Saúde Trazer milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde.
Protestos Receber líderes das manifestações e representantes de entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores e das associações populares.
Política Construção de uma reforma política que amplie a participação popular.
Protestos acontecem em pelo menos 30 cidadesPelo menos 30 cidades brasileiras tiveram protestos ontem no movimento que acontece em todo país há cerca de duas semanas. Em Fortaleza, no Ceará, o dia de domingo não foi só de festa pela realização do jogo entre Espanha e Nigéria pela Copa das Confederações. Um grupo formado por um grupo de 200 manifestantes bloqueou a avenida Alberto Craveiro, principal via de acesso à Arena Castelão, onde o jogo acontecia. Ainda em Fortaleza, uma pista que dá acesso ao aeroporto internacional foi interditada por cerca de 50 manifestantes durante duas horas.
Em Belo Horizonte, a polícia divulgou ontem que foram presas 32 pessoas na repressão ao protesto que levou 70 mil pessoas à capital mineira no sábado. Estabelecimentos comerciais ficaram destruídos pela ação de vândalos após repressão da Polícia Militar aos protestos. A major da PM Gilmar Luciano chegou a pedir que as famílias buscassem os jovens e os levassem embora. “Pedimos a compreensão dos mais velhos. Que liguem para seus filhos e façam com que eles saiam das ruas e voltem para casa”, disse. No Rio de Janeiro, houve pelo menos três frentes de manifestos. Um grupo formado por aproximadamente 5 mil pessoas protestou nas ruas de Copacabana pedindo o cancelamento da PEC 37, que tira os poderes de investigação do Ministério Público. O projeto tramita no congresso. Outro grupo protesta acampado há três dias em frente à casa do governador Sérgio Cabral. Fora do Brasil, houve protestos ontem de apoio ao movimento brasileiro em cidades da Austrália, da Espanha e também do Paraguai.

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